Datos del trabajo


Título

O PROCESSO DE COMUNICAÇAO NAS TRANSFERENCIAS ENTRE UNIDADES HOSPITALARES E A SEGURANÇA DO PACIENTE PEDIATRICO

Introdução

A preocupação com a segurança e a qualidade dos serviços prestados à criança e ao adolescente, pelas instituições de saúde, tem sido foco de atenção em âmbito mundial. Dentre as vertentes de atuação que visam contribuir para a redução de erros humanos evitáveis nos sistemas de saúde, por meio do redesenho dos processos de cuidado, estão a comunicação durante a passagem de plantão e os cuidados relativos à transferência do paciente, o que abrange o escopo desta pesquisa. Os processos de comunicação em especial na área hospitalar, são complexos e dinâmicos. As consequências advindas das falhas na comunicação entre unidades hospitalares e entre equipes, pode comprometer seriamente a segurança do paciente, ocasionando a quebra na continuidade do próprio cuidado e tratamento oferecidos. A transferência do paciente está inserida nesse contexto, que incita a utilização da comunicação adequada como ferramenta essencial para contribuir com a segurança do paciente pediátrico hospitalizado, sendo que a equipe de enfermagem tem um papel fundamental neste procedimento.

Objetivos

Descrever o processo de comunicação na transferência entre unidades de emergência e internação hospitalares e suas repercussões na segurança do paciente pediátrico.

Método

Estudo qualitativo, descritivo-exploratório, realizado na Emergência Pediátrica de um Hospital Público da região Sul do Brasil, com 13 profissionais da equipe de Enfermagem, sendo duas enfermeiras, seis técnicos e cinco auxiliares de Enfermagem. O critério de inclusão foi estar no exercício de suas funções, e o de exclusão foram profissionais que estivessem no período de férias, afastados por licença de saúde ou licença-maternidade. A coleta de dados ocorreu a partir de entrevistas individuais, utilizando um roteiro semiestruturado, entre fevereiro a abril de 2015. As entrevistas foram gravadas em áudio e transcritas na íntegra, após o consentimento dos participantes. Foi assegurada a privacidade e o sigilo dos participantes, por meio de uma codificação nominal das categorias profissionais, seguidas de um algarismo numérico para diferenciá-los. A análise dos dados deu-se por meio da Análise Temática de Conteúdo de Bardin, operacionalizado com o auxílio do software Archivfuer Technik, Lebenswelt und Alltagssprache. Text interpretation (ATLAS. Ti), versão 7.0, e Computer Assisted Qualitative Data Analysis Software (CAQDAS). O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da referida instituição, sob o parecer nº 2232, de 17 de outubro de 2011.

Resultados

Emergiram dos dados duas categorias: 1) Passagem de plantão no processo de transferência do paciente e sua interface com a comunicação; 2) Fatores que interferem na comunicação durante a passagem de plantão. Na primeira categoria foi possível constatar que a equipe realiza a passagem de plantão por meio do telefone ou por escrito ou, ainda, por ambos, de forma que uma complementa a outra. No processo de transferência do paciente entre unidades, constatou-se que o enfermeiro é o profissional que repassa as informações, identificado para que a comunicação seja efetiva. Em sua ausência, esta responsabilidade é transferida ao técnico de Enfermagem ou ao auxiliar de Enfermagem. No que se refere aos fatores que interferem na comunicação durante a passagem de plantão, destacam-se os ruídos como o principal deles. Os dados de identificação da criança, da patologia, do estado clínico do paciente, histórico da doença atual, estado emocional e até mesmo financeiro do paciente e familiares que o acompanham, são informações importantes relatadas pelos participantes do estudo e que devem estar presentes durante a passagem de plantão entre as unidades, com o intuito de assegurar a continuidade do cuidado e a segurança do paciente pediátrico. Além da identificação do paciente, justifica-se também, na perspectiva do cuidado seguro, a identificação de riscos como, por exemplo, alergias e quedas. Outro aspecto identificado neste estudo, refere-se às dificuldades encontradas para transferir o paciente para a unidade de internação, como por exemplo, a demora na higienização/arrumação do leito. Outro fator relevante para a continuidade da assistência de Enfermagem segura é o registro realizado desde os primeiros momentos do atendimento, que devem ser claros, permitindo a compreensão de quem os lê.

Considerações Finais

Na descrição sobre a passagem de plantão entre as unidades de emergência e de internação, constata-se a existência de algumas práticas, tais como: a ausência do profissional enfermeiro 24 horas e a passagem de plantão sendo realizada por outros profissionais da Enfermagem, situações estas que podem comprometer a comunicação e a continuidade da assistência de Enfermagem, com sérias implicações na segurança do paciente pediátrico durante o processo de transferência entre as unidades. Para que o cuidado seja seguro, também é necessário construir uma cultura de segurança do paciente em que profissionais e serviços compartilhem práticas, valores, atitudes e comportamentos de redução do dano e promoção do cuidado seguro. É preciso que medidas de segurança sejam, sistematicamente, inseridas em todos os processos de cuidado. Acredita-se que os cuidados de Enfermagem realizados em uma unidade de Emergência Pediátrica e Internação Pediátrica exigem, do enfermeiro e de sua equipe, uma tomada de decisões rápidas e conscientes. E que isto possa ser facilitado e aprimorado ao apresentarem informações exatas e completas sobre o estado de saúde do paciente pediátrico, por meio de uma passagem de plantão realizada entre as equipes, com informações relevantes sobre o quadro da criança, assim, obtendo um cuidado seguro. As limitações do estudo estão atreladas ao fato de tratarem da realidade de apenas uma instituição e, portanto, não ser possível a generalização dos resultados. Assim, fazem-se necessárias novas pesquisas sobre a temática em diferentes realidades, para que a passagem de plantão na transferência do paciente seja mais explorada, compreendida e novas estratégias sejam aplicadas.

Palavras Chave

Comunicação; Segurança do Paciente; Enfermagem Pediátrica; Criança Hospitalizada.

Area

Comunicação e Saúde

Instituciones

UFSC - Santa Catarina - Brasil

Autores

Pamela Camila Fernandes Rumor, Michelini Fátima Silva, Jane Cristina Anders, Patrícia Kuerten Rocha, Matrede Oliveira Vieira Silva, Karine Larissa Knaesel Schneider, Sabrina Souza, Evanilde Santos Carneiro