Datos del trabajo


Título

VIVENCIAS DE CUIDADORES DE IDOSOS DEPENDENTES NO AMBIENTE DOMICILIAR

Introdução

O ambiente domiciliar é tido como lugar preferencial para os idosos por permitir preservar o convívio familiar e comunitário, bem como a possibilidade de estimular a autonomia e independência dos que envelhecem. Para aqueles mais dependentes, surge a necessidade do apoio de um cuidador. Seja formal ou informal, a tarefa de cuidador parece sempre permeada de carências de apoio e os mais variados sentimentos.

Objetivos

Descrever como os cuidadores familiares desenvolvem seus cuidados ao idoso dependente na cidade de Currais Novos/RN.

Método

Trata-se de uma pesquisa exploratória e descritiva, com abordagem qualitativa, realizada com sete cuidadores familiares no município de Currais Novos/RN. A coleta de dados deu-se a partir de entrevista semiestruturada, e para análise dos dados foi adotada a análise de conteúdo temática. Para estabelecer contato com os participantes em potencial, foi adotada a estratégia de bola de neve, de modo que um entrevistado indicava o próximo. Para tanto, foram também considerados como critérios de inclusão: os cuidadores familiares de idosos residentes na cidade de Currais Novos, maiores de 18 anos e que fossem os cuidadores principais. Foram excluídos cuidadores contratados (formais), remunerados ou pessoas que, mesmo atendendo os critérios anteriores, tivessem limitações de comunicação que dificultassem sua participação no estudo.

Resultados

Em sua maioria, as cuidadoras são mulheres, donas de casa, têm entre 20 e 57 anos e boa parte são filhas do idoso. As condições de saúde/doença que levaram os idosos a necessitar de cuidados foram doença de Alzheimer, hipertensão, diabetes, fraturas, anemia, neoplasia e Acidente Vascular Encefálico. Na análise de conteúdo temática, emergiram sete categorias: - O cuidado ao idoso é contínuo e envolve o auxílio nas atividades básicas e instrumentais da vida diária; -Na visão do cuidador, o idoso tem um julgamento da realidade alterado; - Sobrecarga, sofrimento, problemas pessoais e profissionais do cuidador; - Percebendo a necessidade de distribuir tarefas e de contar com a cooperação do idoso; - Motivos que levaram a tornar-se cuidador; - Cuidar do idoso como motivo para satisfação e felicidade; - Autoavaliação do cuidador quanto à necessidade de aprender sobre o cuidado ao idoso.
Os cuidadores familiares são aqueles que atendem às necessidades de autocuidado de indivíduos com algum grau de dependência, por isso uma das principais funções é o auxílio nas atividades do dia a dia.1 Em nosso estudo, além desse tipo de auxílio os participantes mencionam também preocupações em evitar acidentes. O cuidado em evitar acidentes e a segurança, principalmente de idosos com Doença de Alzheimer, demandam cuidado e supervisão por partes dos cuidadores, resultando em sobrecarga de funções, sofrimento e sentimentos de preocupação e medo.2
A segunda categoria retrata algo que ainda é comum encontrar na sociedade atual: a noção de que o envelhecimento impede a participação nas discussões dos problemas familiares, tratando-o de forma infantilizada. Tal fato torna-os impotentes ao serem vistos como criança, pois sua identidade, autonomia e tomada de decisões acaba sendo perdida, causando desrespeito ao idoso.3
A maioria dos cuidadores relataram cansaço e estresse ao final do dia, devido a rotina diária. Além da responsabilidade do cuidar diariamente, exercem outros papeis em suas residências, tendo que conciliar o cuidado ao idoso, com os afazeres domésticos. Alguns familiares sentem-se insatisfeitos com essa divisão de tarefas, pois os demais filhos ou familiares não fazem sua parte no cuidado e sobrecarrega aquele que assume a responsabilidade.
Sobre o motivo para ter se tornado cuidado aparecem relatos sobre valores familiares, retribuição, obrigação moral ou papel natural dos filhos em relação aos pais. Os cuidadores familiares entrevistados acreditam realizar um bom cuidado quando prestam auxílio nas atividades de vida diária dentro dos horários esperados e, ao mesmo tempo, anseiam por aprender mais sobre como proceder ao cuidado no domicílio, algo que requer apoio direto dos profissionais da atenção básica.
Com o processo de envelhecimento, algumas pessoas tornam-se dependentes de auxílio para atividades da vida diária. Em nosso estudo, as pessoas que mais desempenham o papel de cuidador são familiares que, muitas vezes pelo excesso tarefas que acumulam na prestação de cuidados acabam abrindo mão da própria vida pessoal e profissional para viver em função do idoso. Essa problemática pode acarretar prejuízos à saúde física e mental do cuidador e do idoso dependente.
Assim, a sobrecarga, o desgaste, o distanciamento da família são relevantes consequências para a vida do cuidador, por isso faz-se necessário que a família se una para dividir tarefas e para buscar apoio de profissionais de saúde capazes de prestar uma assistência de qualidade.

Considerações Finais

Os entrevistados deste estudo eram cuidadores de idosos residentes em áreas cobertas pela ESF; sendo assim, essas equipes podem e devem dar suporte a estas famílias utilizando o aparato disponível nesse nível de complexidade e/ou orientando os fluxos que esses usuários precisam seguir dentro da rede de atenção à saúde. Quando falamos em idosos com maior nível de dependência, mais relevante se torna o acompanhamento supracitado, posto que o trabalho em conjunto é fundamental para o atendimento integral ao idoso e seu cuidador.

Palavras Chave

Idosos; Cuidadores; Cuidados.

Area

Saúde do Idoso

Instituciones

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - Rio Grande do Norte - Brasil

Autores

LAURA GABRIELE ASSIS LOPES, LUCIANE PAULA BATISTA ARAUJO OLIVEIRA