Datos del trabajo

Título

DICOTOMIA EFETIVIDADE E PERCEPÇÃO DO ENSINO DA MORTE E DO MORRER NA FORMAÇÃO EM ENFERMAGEM

Introdução

A atividade acadêmica oportunizada pela tríade da educação, o ensino, a pesquisa e a extensão mostra-se como universo de construção e composição de atividades a serem desenvolvidas para a qualidade da formação do/a Enfermeiro/a em prol de inovações e qualidade da assistência à saúde da população. E, neste universo está o estudo do processo da morte e do morrer, cuidados paliativos. Distinguir o entendimento do processo de morte e morrer nas perspectivas individuais como enfermeiro/a, e na dos outros é um exercício a ser proposto com o intuito de cuidado de si, capacitando para o cuidado dos demais. Em que o/a enfermeiro/a instrumentalizado/a mais adequadamente assistirá os pacientes e suas famílias frente à morte iminente. A formação pelo ensino, pesquisa e extensão se dá, também, pela aproximação e percepção de fenômenos investigáveis pelos docentes. Desta forma estimulam e motivam os discentes à busca, à pesquisa.

Objetivos

Identificar a percepção de coordenadores, das diferentes fases da graduação, sobre o processo ensino-aprendizagem da temática morte e morrer.

Método

Estudo sob abordagem da Pesquisa qualitativa, na modalidade exploratória descritiva. Desenvolvido de fevereiro a maio de 2018, de acordo com aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa sob Parecer nº. 2.471.767/2018. Realizada com 6 dos 12 professores coordenadores de disciplinas das fases curriculares do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina. Apresentado o projeto de pesquisa e solicitada a participação pela assinatura no termo de consentimento livre e esclarecido. A coleta fez-se por questionário auto-aplicável semiestruturado aos docentes do Curso de Enfermagem nas disciplinas identificadas com conteúdos e estratégias de ensino sobre a morte e o morrer. Os instrumentos foram respondidos nos espaços acadêmicos em horas e locais específicos conforme disponibilidade dos respondentes. A análise foi fundada na presença temática, de palavras relacionadas à frequência de sua aparição. Neste estudo foi utilizada a análise da enunciação, organizada(1) em grelhas de análise, e subsequente categorização.

Resultados

parcial da Pesquisa de Iniciação científica Interface do processo da morte e do morrer na formação acadêmico-profissional do enfermeiro, aprovado no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação científica – PIBIC e Universidade Federal de Santa Catarina. A categoria elencada como “Dicotomia efetividade e percepção do ensino da morte e do morrer na formação em enfermagem”. A partir da década de 80 a historiografia brasileira iniciou a apresentação de estudos sobre a morte e o morrer que tratavam de constumes fúnebres da sociedade colonial, sobre a criação dos cemitérios públicos até estudos que iniciaram sobre as representações da morte na sociedade brasileira. Na grande maioria trabalhos da área da História e da Psicologia (2). A Enfermagem tem no nome de Magali Boemer sua principal representante nos estudos sobre o processo de terminalidade, aborda as questões assistenciais como as educacionais referentes à temática. Há uma dicotomia entre a abordagem da temática e como os docentes percebem o ensino da morte e do morrer na formação acadêmica nas fases e disciplinas sob suas responsabilidades. As apresentações exporádicas do conteúdo são compreendidas como ministradas e com aprendizado discente. Os docentes se caracterizam como profissionais que apresentam dificuldades na abordagem das questões que envolvem a morte e o morrer. E demonstram um frágil entendimento deste processo na interpelação dos cuidados paliativos. Evidenciam desta maneira, que para efetivamente discutir e fortalecer o futuro profissional para o cuidado nessa etapa da vida, necessita mais que conversas exporádicas ou mesmo fuga de interação com o tema. É uma questão de entendimento dos próprios limites quanto à finitude. A dicotomia efetividade e percepção da morte e do morrer no ensino aparece na indicação e especialidade a ser ensinada. Nas disciplinas de gestão a percepção dos docentes aparece distoante do ensino da enfermagem e da saúde, quando consideram que na gestão não há possibilidades de discutir as questões da morte e do morrer e dos cuidados paliativos. Observa-se um distanciamento de conteúdos de Gestão da condição processual da finitude humana. A gestão do cuidado perpassa pela gestão com caráter administrativo, como se os profissionais e pacientes que vivenciam o processo da morte e do morrer não estivessem no universo da organização, da supervisão, da assistência, da economia e da ética do cuidado direto. Constata-se, que na trajetória formativa do enfermeiro diante da efetividade e da percepção dos sujeitos deste estudo, que somente a inserção de disciplina específica sobre a temática não é suficiente para capacitar os discentes para esta realidade do cuidado. É necessário que a temática da morte e da terapia paliativa intermeie os eixos pedagógicos dos Cursos de Graduação. Já, que é comum ser discutida como tema da ética e da bioética, e esses são temas científicos que perpassam todos os conteúdos de formação.

Considerações Finais

É possível afirmar que, de um modo geral, a Enfermagem está timidamente inserida no contexto formativo da finitude, ainda que se reconheça que exista pouca experiência nesta área de estudo. Esta pesquisa aponta a formação dos profissionais, no que se refere ao processo da morte e do morrer, com obstáculos. O conhecimento frágil dos profissionais, a escassez de conhecimentos dos profissionais nesta área, a insuficiência de conteúdo e estratégias diferenciadas nos currículos. A percepção e a inexperiência do corpo docente e, a dicotomia que apresentam entre o que realizam e o que é absorvido efetivamente pelos discentes para compor a formação profissional no cuidado/assistência no processo da morte e do morrer.

Palavras Chave

Enfermagem, Percepção, Professor, Formação Acadêmica, Morte e Morrer.

Area

Políticas e processos de formação de profissionais e pesquisadores