Datos del trabajo


Título

CONCEPÇAO DE IDOSOS SOBRE A ACESSIBILIDADE A UNIDADES DE PRONTO ATENDIMENTO

Introdução

O envelhecimento populacional traz a sociedade o complexo questionamento do quão está preparada para fornecer qualidade de vida aos anos vividos deste público (1). No setor saúde, a preocupação é ainda maior, pois deve-se levar em conta que a transição demográfica vem acompanhada da transição epidemiológica, em que os indivíduos possuem frequente agudizações das suas condições crônicas, acarretando aumento da demanda por recursos e serviços de saúde (2). Há quase 30 anos da implementação do Sistema Único de Saúde (SUS), a acessibilidade aos serviços de saúde ainda constitui um desafio, que envolve determinantes complexos, a qual tem-se destacado entre pesquisadores de distintas áreas. O próprio termo acessibilidade até o momento não possui definição bem estabelecida (3). Para Donabedian, o conceito de acessibilidade remete à facilidade com que os indivíduos alcançam assistência à saúde. Em que depende de fatores sócio-organizacionais e geográficos que se relacionam (4). Neste contexto, ao considerar as particularidades e especificidades próprias da senescência atreladas a importância destes indivíduos obterem acessibilidade às unidades emergenciais, de modo ágil e resolutivo é que justifica-se a realização desta pesquisa.

Objetivos

Analisar a concepção de idosos sobre a acessibilidade à Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).

Método

Trata-se de uma pesquisa descritiva, exploratória, de abordagem qualitativa, que utilizou como referencial metodológico, a Teoria Fundamentada nos Dados. O cenário do estudo foram as duas Unidades de Pronto Atendimento de um município Paranaense. Estas unidades ficam localizadas na região norte e sul e cada uma possui abrangência para aproximadamente 200 mil habitantes. Os participantes da pesquisa foram 20 idosos que foram atendidos nestas unidades no mês de novembro de 2015. Os dados foram coletados por meio de entrevistas semiestruturadas, utilizando um guia elaborado pelas autoras. Sob consentimento dos idosos, as entrevistas foram gravadas e transcritas na íntegra. A coleta e a análise dos dados ocorreram entre dezembro de 2015 a abril de 2016 e se deu de forma concomitante, conforme preconiza o método (5). O estudo respeitou os preceitos éticos e foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Estadual de Maringá, sob o parecer Nº 1.375.173/2015. A fim de assegurar o sigilo e o anonimato dos participantes, estes foram identificados pela letra I (Idosos), seguido de algarismos arábicos correspondente ao número da entrevista, a classificação de risco obtida e a UPA em que foi atendido.

Resultados

Dos 20 idosos participantes, verifica-se que onze foram atendidos na UPA Zona Sul. Quanto aos dados sociodemográficos, nota-se que 14 eram do sexo feminino, 13 eram casadas, 17 possuíam até quatro anos de estudo e nove eram aposentadas. A principal queixa que os levaram a procurar a UPA foi por doenças do sistema osteomuscular e conjuntivo. A técnica analítica dos depoimentos dos participantes possibilitou constatar que muitos idosos possuem dificuldades de acesso para a busca de assistência nas UPAs. No entanto, embora o aspecto geográfico manifesta-se como um limitador para a acessibilidade de alguns idosos, não foi considerado uma barreira para procurarem a unidade: “A UPA é longe, dá uns 3 quilômetros da minha casa, mas eu não tinha como ir de outro jeito e estava precisando, fui a pé mesmo” (E19-Azul, UPA Zona Norte). Pelo relato, percebe-se que o idoso optou por se dirigir à UPA caminhando. Esta característica pode ser associada à classificação de risco obtida, pois ao considerar que a classificação azul corresponde aos atendimentos não urgentes, que geralmente são condições sensíveis à atenção primária à saúde, permite afirmar que, a distância não impediu a procura pelo serviço, mesmo que para efetiva-la, fosse necessário se dirigir caminhando. Alguns idosos demonstram dificuldades em procurar à unidade sozinhos, devido limitações nos meios de locomoção. Para viabilizar o acesso às UPAs solicitam suporte dos filhos. Ainda que considerem tais obstáculos, diante da necessidade, preferem faze-lo: Para ir na UPA é longe e complicado, então sempre um dos meus filhos me leva, porque não sei ir sozinha. Mas, sempre dão um jeito, porque quem está precisando vai” (E2-Amarelo, UPA Zona Norte). A organização da Rede de Atenção à Saúde propõe que esta seja ordenada e coordenada pela Atenção Primária à Saúde (APS), em que faça elo com outros pontos de atenção (6), por isso, tem-se mais serviços primários entre os bairros, em conformidade às diretrizes do SUS, sobretudo a universalidade, para favorecer o acesso à população (3). Nesta lógica, os serviços emergenciais de média complexidade, como as UPAs, existem em menor quantidade e para atender os munícipes, faz-se necessário que estejam territorialmente bem localizadas (7). Com base nesta premissa, observa-se que alguns idosos, possuem o entendimento de que a distância não é um problema diante da condição de saúde: Eu acho que quando a gente sai para ir ao médico, a gente não mede a distância (E18-verde, UPA Zona Sul).

Considerações Finais

Observa-se que as dificuldades que envolvem a acessibilidade dos idosos às UPAs não impossibilitaram a efetivação da busca por assistência nestes serviços. Entretanto, cabe destacar que as barreiras enfrentadas podem comprometer a qualificação da assistência, principalmente aos idosos vulneráveis, frágeis e dependentes, o que torna primordial, investimentos e esforços de gestores a fim de minimizar os percalços de acessibilidade a esta população.

Palavras Chave

acessibilidade, idoso, Unidade de Pronto Atendimento

Area

Deficiência, Inclusão e Acessibilidade

Autores

Maria Emilia Marcondes Barbosa Maria Emilia, Giovana Aparecida Souza Scolari Giovana, Pamela Patrícia Mariano Pamela, Vivian Carla Castro Vivian, Flávia Maria Derhun Flávia, Dayane Akinara Toledo Ribeiro Karina, Hayza Calzavara Malacrida Hayza, Ligia Carreira Ligia