Datos del trabajo


Título

Apoio familiar ao aleitamento materno exclusivo: revisão integrativa de pesquisas qualitativas

Introdução

O apoio familiar ao Aleitamento Materno Exclusivo (AME) é essencial para o sucesso desta prática. Quando a amamentação é vista como um "problema da mulher", indiretamente exclui pais de receberem orientações dos profissionais de saúde, e torna evidente a necessidade de mais investimentos em ações educativas de inclusão paterna nos cursos pré-natais. Os avós também podem ser grandes apoiadores no aleitamento materno (AM), devido aos conhecimentos construídos durante a vida, evidenciando a necessidade de entender a dinâmica familiar e suas influências na prática da amamentação. Portanto, identificar as situações e os contextos, nos quais a família reconhece seu apoiou à nutriz em AME pode ser uma ferramenta importante para dar pistas das experiências exitosas ou não de apoio ao AME. "Como a família percebe o seu apoio à nutriz em AME e aquele ofertado à família pelos serviços.

Objetivos

Descrever e analisar, à luz dos artigos selecionados, como a família percebe seu apoio e reconhece o suporte recebido pelos serviços de saúde.

Método

Trata-se de uma revisão integrativa de pesquisas qualitativas, baseada no método de Whittemore. Etapas: 1 - Seleção de artigos originais a partir dos títulos. 2 - Aplicação dos critérios de inclusão e exclusão a partir da leitura dos resumos. 3 - Verificação do rigor científico. 4 - Análise e releitura dos resultados dos artigos selecionados. Realizaram-se buscas nas bases de dados Cinahl, Lilacs, Medline, Pubmed e Web of sciense, com os descritores AM; Família; Apoio Social; Período Pós-Parto combinados em díade, fixando AM. Os critérios de inclusão foram: terem sido publicados entre janeiro de 2006 a dezembro de 2016 (período inicial escolhido devido ao novo regulamento para funcionamento dos Bancos de Leite Humano no Brasil); estar em português, inglês e espanhol; serem derivados de pesquisas de campo com pais ou familiares; serem de abordagem qualitativa.

Resultados

Foram selecionados seis artigos, sendo dois dos Estados Unidos, dois da Austrália, um do Reino Unido, um do Paquistão e um Brasil, a maioria foram da área de Enfermagem. Os sujeitos das pesquisas foram 4 homens (pais) e 2 avós. Da análise temática emergiram quatro categorias: Apoio ofertado à nutriz: Esta categoria reuniu as visões dos familiares quanto ao apoio ofertado à nutriz. Foram encontrados situações/contextos que caracterizaram o “apoio instrumental da família", o “apoio emocional” e o “apoio presencial”, proveniente tanto dos pais quanto dos avós. No entanto, o relato dos avós desses estudos identifica a necessidade de “estabelecer limites” em seu apoio, tanto para ajudar como para não atrapalhar os novos pais. Falta de apoio dos profissionais/ serviços: Nesta categoria abordaram a postura dos profissionais/serviços frente os familiares. A “falta de informação específica para familiares”, tanto dos profissionais, como de livros ou mídias revelam uma sensação de “exclusão e despreparo da família”, dado que muitos pais foram excluídos da aula ou consulta de amamentação, por parte dos profissionais da saúde. Os avós destes estudos também se queixam de não serem incluídos nos grupos de gestantes e no pré-natal. Portanto, os estudos selecionados revelam “fragilidades do apoio dos profissionais” onde foi destacado o despreparo deles em acolher a família e capacitá-la como apoiadora da prática do aleitamento materno exclusivo. Sentimentos e emoções: A análise dos artigos selecionados também identificou que os pais dos estudos relatam sentirem “ciúmes”, da relação da mãe com o bebê. Os pais homens destes estudos não se sentem incluídos por parte das mães, e parece haver conflitos conjugais com sentimentos de ciúmes, demonstrando que os novos pais estão buscando seu papel nesta relação. Outro sentimento identificado foi a sensação de “nem sempre ser ouvido”, dificultando que eles exerçam o apoio tanto dos pais quanto das avós. Dos relatos das avós, foi possível destacar que o processo do apoio à amamentação causa conflitos familiares, em especial com a figura da sogra (avó paterna), dado que não se sentem a vontade em apoiar suas noras. Sentimento de utilidade também foi identificado nos resultados deste estudo. Alguns pais destes estudos não sabem como ajudar suas parceiras, se sentem incapazes e descartáveis no processo, outros não percebem incentivos, por parte de suas parceiras, para participar da amamentação. Os pais/homens destes estudos também revelam que não se sentem valorizados no processo do AM, pelo fato da fonte de alimento para o filho ser a mama, sendo a mulher, exclusivamente a responsável pela nutrição do bebê. Despreparo da sociedade: Nesta categoria reunimos resultados que mostram o despreparo da sociedade para com a família e com a mãe que amamenta. A visão da mama sexualizada foi identificada como um aspecto dificultador para o apoio ao AME, tanto que o ato de ver a esposa/companheira amamentar em público foi considerado constrangedor para os pais de quase todos os estudos. Os mitos e crenças populares de alguns países, como é o caso dos estudos da Tanzânia, dificultam o apoio dos pais às companheiras para a prática do AME. A incumbência do sucesso ou insucesso da amamentação dirigida exclusiva à mulher foi identificada como aspecto dificultador. Outro aspecto importante é que os parceiros no pós parto reduzem a violência física contra suas esposas, como se não ser violento neste momento representasse um tipo de "apoio", utilizando da justificativa que elas estão muito frágeis, e que devem se preocupar com o bem estar do bebê. A amamentação aqui pode ser considerada um fator protetivo, mas esse dado também revela as desigualdades de gênero presentes também no período puerperal.

Considerações Finais

Conclui-se que as famílias revelam vários tipos de apoio, que se articulam com sentimentos de ciúmes e exclusão da prática de amamentar, evidenciando conflitos familiares e perpetuação de mitos e crenças. Diante disso, o papel do enfermeiro deve ser focado na inclusão destes, por meio da criação de espaços e estudos que trabalhem com os relatos dos familiares para compreendê-los e auxiliá-los em suas necessidades no período do pós-parto, valorizando uma assistência que insira a família nos cursos pré-natais e com um olhar ampliado sobre o pós-parto e amamentação.

Palavras Chave

Aleitamento Materno; Família; Apoio Social; Período Pós-Parto.

Area

Saúde da Mulher

Autores

Márcia Regina Cangiani Fabbro , Jêniffer Cristina Lima de Oliveira Dionizio, Natália Salim, Nayara G Baraldi