Datos del trabajo


Título

REFLEXAO SOBRE OS METAPARADIGMAS SAUDE E ENFERMAGEM SOB O OLHAR DE AUTORES EMERGENTES

Introdução

Os modelos de enfermagem são descrições que se expressam utilizando os designados metaparadigmas nos conceitos: da pessoa, do ambiente e da saúde. Diversos teoristas os conceituam direcionando para o espectro de visão que acreditam abranger as necessidades humanas identificadas pela sua concepção paradigmática. O desenvolvimento de teorias de enfermagem permitiu uma reformulação conceitual da prática com abertura para incorporação de paradigmas de outras ciências. Estas se caracterizam como um mecanismo de propulsão, redimensionamento e redirecionamento do saber, sendo instrumento utilizado para fortalecer a enfermagem enquanto disciplina e melhorar a qualidade de vida do ser humano.1 Como premissas, Rosemarie Rizzo Parse em 1981, criou uma teoria chamada “Homem – Vida – Saúde” pela síntese de conceitos da fenomenologia existencial. Josephine Paterson e Loretta T. Zderad publicaram em 1976, o livro Humanistic Nursing e descreveram a teoria da prática humanista de enfermagem. Já, Jean Watson, focou sua pesquisa na área do cuidado às pessoas e às perdas ao longo do processo de morte e morrer, propondo uma filosofia e ciência centrada no eixo da prática de enfermagem.2

Objetivos

Identificar as especificidades dos metaparadigmas da enfermagem e compreender como as teorias de enfermagem de Parse, Paterson e Zderad e Watson se relacionam com os fatores do cotidiano.

Desenvolvimento

Caráter reflexivo sobre os metaparadigmas saúde e enfermagem, a partir da visão de Parse (1987), Paterson e Zderad (1976) e Watson (1988). A fundamentação foi norteada pelos modelos teóricos apresentados pelas autoras e artigos relacionados, visando a interpretação das similaridades e das contradições entre os diversos olhares teóricos.2 Visão fenomenológica de Parse: A teoria chamada “Homem-Vida-Saúde” sintetiza os princípios da Fenomenologia, partindo de pressupostos que se relacionam com o ambiente; autonomia; relacionamento; multidimensionalidade; co-constituição; inter-relação; valores; coexistência; e expansão. Quatro conceitos principais também são discutidos em termos de suas crenças, quais sejam: os seres humanos; o ambiente; a saúde e a enfermagem. A saúde é formada por experiências vividas pelo homem, representando uma entidade não linear. Indefinida enquanto boa ou má, melhor ou pior. Trata-se de uma síntese de valores, forma de vida e não um estado de bem-estar ou doença. O dogma fundamental da teoria de Parse é a de que o homem participa da saúde, pois lida com a experiência de uma descoberta e não como um guia para o resultado.2 Já, a enfermagem, é tratada como uma arte e ciência que utiliza um corpo abstrato de conhecimentos a serviço das pessoas, envolvendo inovação e criatividade, a orientação dos indivíduos e das famílias, na escolha de possibilidades no processo mutável de saúde, independente dos rótulos que a sociedade dá ao seu estado.2 Olhar humanista de Paterson e Zderad: A origem paradigmática utilizada pelas teóricas é a filosofia existencial para o desenvolvimento do saber e a fenomenologia para a pesquisa. Buscam no existencialismo hipóteses para o desenvolvimento do conhecimento da enfermagem e na fenomenologia um método para o encontro do cuidado, confirmando um encontro existencial descrito em uma perspectiva fenomenológica.3 Doravante aborda três conceitos: seres humanos, saúde e enfermagem. A saúde é descrita como algo além da ausência de doença. Os seres humanos possuem o potencial para o bem-estar como também para estarem melhores. A sugestão das autoras é de que nos tornamos mais, estando melhores, por meio das relações interpessoais, pois quando nos relacionamos vivenciamos saúde reconhecida na vontade que uma pessoa tem de estar aberta às experiências da vida, independente do seu estado físico, social, espiritual, cognitivo ou emocional.6 Sobre enfermagem, passa a ser uma resposta de cuidado de uma pessoa para com outra, em um período de necessidade que visa o desenvolvimento do bem-estar e do estar melhor, preocupando-se com o estar peculiar do indivíduo e com sua luta na busca do vir a ser. Para o uso da teoria na prática, as autoras sugerem três conceitos: o diálogo, a comunidade e a enfermagem fenomenológica.2 Interacionismo holístico do cuidado transpessoal de Watson: A teoria do Cuidado Humano, propõe uma filosofia e ciência centrada no cuidado que compreende os aspectos da saúde e a relação interpessoal entre enfermeiro e paciente, tendo o ser humano como ponto de convergência às ações de enfermagem, integralidade corporal, mental e espiritual em um processo transpessoal em sua visão holística.4,5,6 Remete a um olhar para além do corpo físico, ampliando-se aos enigmas da espiritualidade e as dimensões existenciais da vida e da morte, com vistas ao cuidado terapêutico, por meio do cuidado da própria alma.4,7 O cuidado transpessoal determina uma atitude de respeito pelo sagrado e está conectado ao universo e aos demais sem divisões de tempo, espaço ou nacionalidade. Neste contexto, a teoria passou a adotar o processo Caritas e Communitas, extrapolando o plano concreto e visual, abordando o outro de maneira sensível e delicada.4,7 A saúde para Watson contempla a definição da Organização Mundial da Saúde, como estado positivo de bem-estar físico, mental e social. No que tange às contribuições sociais, morais e científicas da enfermagem para a humanidade, e consequentemente à sociedade, convencionam-se com o compromisso de ideais pelo cuidado humano, dentro do constructo teórico, prática e pesquisacional.2,6

Considerações Finais

Sempre que é necessário refletir sobre enfermagem e suas teorias depara-se com uma série de questionamentos e dificuldades relacionadas à sua importância e sua aplicabilidade para a profissão e prática cotidiana. Historicamente a enfermagem vem traçando uma trajetória repleta de modificações, permitindo ao enfermeiro, transformar sua prática em um objeto de discussões e reflexões a fim de aprofundar e fortalecer o conhecimento científico. O uso das teorias de enfermagem possibilita o embasamento teórico necessário aos processos reflexivos inerentes a uma ciência da saúde. Percebe-se que apesar das teorias em enfermagem serem fundamentais para a construção de conhecimento associados à prática assistencial, há uma escassa produção de publicações, uma vez que estas são resultados da reflexão dos profissionais na sua práxis, como também de discussões e intervenções com o saber científico.

Palavras Chave

Teorias, Enfermagem, Assistência de Enfermagem

Area

Outros

Autores

LUCIA NAZARETH AMANTE, TATIANA MARTINS, PATRÍCIA ILHA, Juliana Balbinot Reis Girondi, Maria Elena Echevarría Guanilo