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Título

ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO PREPARO DA FAMÍLIA PARA O CUIDADO DO PREMATURO APOS A ALTA HOSPITALAR

Introdução

O enfermeiro desempenha papel de destaque no cuidado ao recém-nascido e família, e é reconhecido como profissional que pode favorecer o processo de construção da autonomia dos pais no cuidado ao recém-nascido durante o período de internação, e a continuidade do cuidado ao prematuro egresso da unidade de terapia intensiva neonatal.

Objetivos

Diante do exposto, nos propomos a discutir a atuação do enfermeiro no preparo da família para o cuidado do prematuro após a alta hospitalar.

Desenvolvimento

Trata-se de um estudo reflexivo, fundamentado no conceito de cuidado, que define o cuidado como a conformação humanizada do ato assistencial, uma ação terapêutica que se dá pela relação entre usuários e serviço de saúde, que busca entender o sujeito em sua existência, visando minimizar o sofrimento ou promover o bem-estar1. A alta do bebê prematuro da unidade de terapia intensiva marca um momento crítico de transição e adaptação, tanto para o recém-nascido quanto para a família, que passa a se responsabilizar integralmente pelos cuidados ao neonato2. Frente a esse cenário, o preparo para alta hospitalar mostra-se indispensável para que essa transição ocorra de forma segura e que a família esteja apta a promover o cuidado necessário no ambiente domiciliar. O processo de planejamento de alta do recém-nascido da unidade de terapia intensiva deve se configurar como um processo contínuo e dialógico, que se inicia desde a internação e constitui-se uma importante estratégia para subsidiar a continuidade do cuidado ofertado ao recém-nascido no domicílio após a alta hospitalar. Partindo da premissa que o planejamento da alta visa preparar a família para o cuidado do recém-nascido, faz-se necessário considerar nesse processo as demandas de cuidado do prematuro e a capacidade de sua família em atendê-las. Portanto, deve incluir a família de forma participativa, em ambiente que favoreça a exteriorização dos anseios e medos e estimule o compromisso e responsabilização pela continuidade do cuidado no domicílio3. A vivência da família no cuidado ao recém-nascido durante o período de hospitalização promove maior segurança e contribui para a minimização da ansiedade, facilitando a adaptação para promover o cuidado após a alta2. Além disso, torna-se possível perceber as necessidades de aprendizado para promoção do cuidado que emergem no decorrer do contato da família com o neonato, assim como as particularidades que cada família apresenta ao gerenciar as demandas básicas de um recém-nascido, adquirir habilidades para a atender as especificidades de um prematuro e capacitar-se para o cuidado no domicílio4. Para tanto, torna-se fundamental que o enfermeiro em sua prática assistencial incorpore ações que minimizem o distanciamento entre família e recém-nascido a fim de favorecer o vínculo entre eles, uma vez que a internação pode prejudicar esse processo e interferir no cuidado após a alta. A inclusão da família no cuidado ao prematuro na UTI neonatal exige do enfermeiro uma postura empática, compreensiva e aberta ao diálogo, de forma que a família se sinta segura para verbalizar sobre suas dificuldades na promoção do cuidado e sobre o contexto sociocultural ao qual estão inseridos4. Considerando o princípio de integralidade que deve fazer parte do processo de cuidar do enfermeiro, a identificação de tais aspectos é imprescindível para nortear as orientações e identificação das redes de apoio disponíveis para essa família após a alta que possam posteriormente ser acionadas para dar suporte a continuidade do cuidado. Entretanto, no que concerne às ações educativas, nota-se que ainda há dificuldades na sua implementação, seja no planejamento ou execução da alta hospitalar. Os déficits nas ações de educação em saúde durante o período de internação podem acarretar no despreparo dos pais para o cuidado do prematuro no domicílio. Tais aspectos apontam para a necessidade de desenvolvimento de diferentes meios e estratégias para efetivar a comunicação entre enfermeiro e família, para a realização das orientações5. Salienta-se que a assistência adequada ao recém-nascido prematuro não deve se limitar ao período de internação até o momento da alta hospitalar, mas assegurar a continuidade da assistência aos outros serviços de atenção à saúde, uma vez que os cuidados ofertados após a alta são decisivos na manutenção da sua saúde e qualidade de vida, apontando para a necessidade de um cuidado integral após a alta hospitalar. Destaca-se ainda que, o gerenciamento do cuidado, o acolhimento e a educação em saúde feitas às famílias são estratégias utilizadas pelo enfermeiro para estimular a autonomia da família e favorecer a atenção ao recém-nascido prematuro após a alta hospitalar6.

Considerações Finais

As orientações mostram-se como importante aspecto da atuação do enfermeiro, e devem permear a escuta e diálogo com a família. Portanto, o enfermeiro deve realizar orientações específicas e individualizadas considerando as particularidades de cada recém-nascido prematuro, família e o contexto social ao qual estes se inserem. As orientações devem ser claras e objetivas, em linguagem compreensível para a família, para que estas sejam recebidas e compreendidas. Sinalizamos, para a responsabilização dos enfermeiros na atenção ao recém-nascido prematuro durante o período de internação, com vistas a promover uma assistência humanizada que promova a capacitação da família para a continuidade do cuidado no domicílio.

Palavras Chave

Recém-nascido Prematuro, Família, Cuidado de Enfermagem, Continuidade da assistência ao paciente

Referências
1. Ayres JRCM. Cuidado e reconstrução das práticas de saúde. Interface-Comunicação, Saúde, Educação. 2004; 8(14):73-92.
2. Alcântara, KL et al. Orientações familiares necessárias para uma alta hospitalar segura do recém-nascido prematuro: revisão integrativa. Revista de enfermagem UFPE on line. 2017; 11(2):645-655.
3. Schmidt KT et al. Recém-nascidos prematuros e a alta hospitalar: uma revisão integrativa sobre a atuação da enfermagem. Northeast Network Nursing Journal. 2011; 12(4):849-858.
4. Schmidt KT et al. Práticas da equipe de enfermagem no processo de alta do bebê pré-termo. Rev Bras Enferm. 2013; 66(6):833-839.
5. Nietsche EA et al. Educação em saúde: planejamento e execução da alta em uma Unidade de Terapia Intensiva neonatal. Escola Anna Nery Revista de Enfermagem. 2012; 16(4):809-816.
6. Braga PP; Sena RR. Estratégias para efetivar a continuidade do cuidado pós-alta ao prematuro: revisão integrativa. Acta Paulista de Enfermagem. 2012; 25(6):975-980.

Area

Saúde da Criança

Instituciones

Universidade Federal de Mato Grosso - Mato Grosso - Brasil

Autores

Emanuelly Ferreira Lima Silva, Fabiane Blanco e Silva, Maria Aparecida Munhoz Gaíva