Datos del trabajo


Título

A PERCEPÇAO DAS BOAS PRATICAS DE ASSISTENCIA AO TRABALHO DE PARTO E PARTO NA OTICA DAS PUERPERAS DE UMA MATERNIDADE

Introdução

A gestação é uma experiência marcante na vida da mulher de intensa transformação, que envolve mudanças físicas, hormonais e emocionais. O trabalho de parto e parto é um momento singular na vida da mulher, no qual cada uma vivencia de forma distinta na sua subjetividade. É um momento que requer dos profissionais um cuidado que envolve a participação ativa da mulher, tornando-a a principal protagonista no contexto em que está inserida. Em virtude disso, os enfermeiros devem assumir uma postura de encorajamento e valorização, preservando a dignidade e objetivando o empoderamento da mesma. Diante disso, cabe ao enfermeiro e aos demais profissionais envolvidos na assistência promoverem cuidados que minimizem os fatores causadores de estresse e possíveis despreparos enfrentados pela mulher no trabalho de parto e parto, disponibilizando estratégias e informações que irão garantir à mesma uma segurança e conforto maior. Dentre as estratégias que podem ser utilizadas pelo enfermeiro estão o acolhimento; a promoção da presença do acompanhante; a promoção de um ambiente adequado, calmo e seguro, sendo tais práticas ações dignificantes da enfermagem. Tendo em vista que o enfermeiro como o profissional que mantém contato com a mulher durante todo o processo parturitivo, compreendemos que seja fundamental o estabelecimento de uma relação de confiança e empatia entre ambos. Considerando-se a magnitude simbólica da dor vivenciada pelas mulheres durante o trabalho de parto e parto e entendendo que este momento não deve ser um momento apenas doloroso, mas, principalmente, prazeroso e que proporcione plenitude e alegria a mulher, foram observadas boas práticas e alguns métodos alternativos para alívio da dor, conhecidos também como métodos não farmacológicos. Diante desse contexto, surgiu a seguinte questão de pesquisa: Qual a percepção das puérperas acerca dos benefícios desses métodos?

Objetivos

Conhecer a percepção das boas práticas de assistência ao trabalho de parto e parto na ótica das puérperas de uma maternidade.

Método

Trata-se de uma pesquisa exploratória, com abordagem qualitativa. O estudo realizou-se em uma unidade de médio porte e nível de complexidade secundária, integrante do Sistema Único de Saúde, localizada em Maracanaú (CE), no período de fevereiro a março de 2017. O material empírico da investigação foi reunido por meio de uma entrevista semiestruturada formulada pelos autores, fundamentada no Caderno HumanizaSUS, Humanização do parto e do nascimento, do Ministério da Saúde. Para maior precisão das narrativas concedidas pelas pacientes, utilizamos um gravador. O trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade de Fortaleza sob o número de parecer 424.773. Ressaltamos que foram seguidos todos os princípios éticos conforme resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde.

Resultados

As narrativas demonstram que os métodos não farmacológicos mais aceitos pelas parturientes foram: apoio físico e emocional/acompanhante e deambulação. A análise dos relatos das mulheres acerca do uso desses métodos de assistência ao parto possibilitou identificar algumas categorias temáticas. Dentre estas, emergiu com maior destaque o ‘aumento da dilatação cervical e consequente diminuição do tempo de trabalho de parto’. Algumas participantes relataram também que os métodos utilizados foram um eficiente ‘apoio para a evolução do trabalho de parto’, colaborando para que o mesmo ocorresse de forma mais tranquila e dando-lhes suporte adequado. Os relatos demonstram que a utilização dos métodos contribuiu para tornar esse momento menos doloroso e com uma vivência mais positiva, capaz de despertar sensações de bem-estar e satisfação na parturiente, respeitando as decisões da mulher e deixando-a livre para usar os métodos que a ofereçam maior conforto. No presente estudo, todas as participantes tiveram a presença de um acompanhante de sua escolha durante todo o trabalho de parto e parto, o que foi de grande importância para mantê-las seguras e confiantes, fato observado durante as entrevistas, principalmente pela ausência de discursos que revelassem medo ou solidão, embora apenas uma das puérperas tenha relatado essa importância, conduzindo a categoria temática ‘acompanhante como provedor de apoio e segurança’. O ato de dividir essa experiência torna a mulher mais satisfeita, sentindo-se devidamente apoiada e feliz, capaz de narrar uma experiência positiva. Durante a utilização dos métodos também foram percebidos benefícios na promoção do ‘relaxamento e bem-estar’, reduzindo a ansiedade e o estresse. O presente estudo revelou que as entrevistadas optariam pelo parto normal em uma próxima gravidez, o qual na percepção da grande maioria deve-se ao fato de proporcionar uma rápida recuperação e, consequentemente, breve retorno as atividades do cotidiano.

Considerações Finais

A maternidade traz mudanças significativas na vida da mulher. Devido as transformações físicas e emocionais que ocorrem, um novo mundo precisa ser reorganizado de acordo com a nova fase de vida, que é ser mãe. Nessa perspectiva, a partir dos relatos analisados nesse estudo, percebemos que parir de forma natural é uma experiência marcante na vida destas mulheres. As boas práticas de assistência ao parto e o uso dos métodos não farmacológicos contribuem para um maior contentamento com a experiência do parto. Todas as mulheres em questão demonstraram maior segurança por estarem na presença do acompanhante naquele momento. Ter suas necessidades e desejos atendidos, como escolher a melhor posição, deambular, banhar-se, alimentar-se e contar com o apoio profissional, coopera para que a mulher possa se empoderar do seu parto e tenha um novo olhar sobre esse momento, pois, por cultura, o parto sempre está relacionado a algo ruim e muito doloroso.

Palavras Chave

Parto. Métodos não farmacológicos. Alívio da dor.

Area

Saúde da Mulher

Autores

Francisco Ariclene Oliveira, Elayne Cristina Mendes Martins, Maria Eveline Andrade Sousa, Tania Maria Vasconcelos Morais, Manuela Mendonça Figueiredo Coelho, Denizielle Jesus Moreira Moura