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Título

TEORIA DO AGIR COMUNICATIVO: SUBSIDIO PARA SEGURANÇA DO PACIENTE

Introdução

A comunicação é um processo complexo e dinâmico nos serviços de saúde no qual pode ocorrer de maneira verbal ou não verbal. A verbal é expressa pela utilização de palavras por meio da fala -de forma presencial ou telefônica- ou da linguagem escrita – manual e eletrônica-, entre profissionais, profissionais-paciente e/ou família.1,2
A falha deste entre os profissionais nos serviços de saúde são fatores que contribuem para ocorrência de eventos adversos. Podem acarretar em suspensões de cirurgias ou procedimentos e possibilita que pacientes permaneçam tempos prolongados sem receber a assistência adequada.³ Apresenta-se ainda entre as causas-raízes de mais de 70% dos erros na atenção à saúde.4
Diante dessa situação, a comunicação efetiva se constitui de segunda meta internacional entre as seis prioritárias nas “Soluções para a Segurança do Paciente” criada pela Organização Mundial de Saúde e a Joint Comission5 e como o sétimo passo na cartilha dos Dez Passos para a Segurança do Paciente.¹ Também é definida como prioridade no Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP), por meio da Portaria MS/GM nº 529, de 1° de abril de 2013.5
Na contemporaneidade a ciência da Enfermagem está alinhada à prática de comunicação, haja vista que a implementação das condutas terapêuticas inerentes a profissão precisa ser efetiva e eficaz. Para que isso aconteça, é fundamental a construção de habilidades que aprimore aplicação do processo de comunicação acompanhado de interação e empatia entres os envolvidos na assistência.6 (ORIÁ; MORAIS; VITOR, 2009).
Desse modo, enfermagem como profissão que atua 24 horas por dia com o paciente, depende de informações precisas para executar a grande variedade de intervenções envolvidas na assistência, deste modo os processos de comunicação promovem a troca de informação na equipe de enfermagem e com demais profissionais e, constitui um meio para uma assistência segura e satisfatória.7
Dados epidemiológicos demonstraram que de 2.378 eventos sentinelas, 489 tiveram como causa raiz a comunicação.4 Em consequência, além dos danos aos pacientes, evidenciam-se incremento de gastos para as atividades de recuperação da saúde. Justifica-se a importância de se analisar a comunicação da enfermagem como um instrumento de trabalho.

Objetivos

Realizar uma análise teórica da comunicação como ferramenta para segurança do paciente sob a óptica da teoria do agir comunicativo do filósofo Jürgen Habermas.

Desenvolvimento

Jürgen Habermas cursou filosofia, história, psicologia e economia, foi professor da universidade de Frankfurt e tem se destacado como um dos mais importantes filósofos alemães do pós-guerra. Estabeleceu uma crítica contra racionalidade científica e instrumental, propondo a necessidade da introdução de outra racionalidade: a comunicativa. Em seus estudos realçou o papel da razão e da opinião pública (fonte comunicacional da razão), bem como de delinear uma teoria comunicativa.8
De acordo com Habermas, os integrantes da comunicação baseiam seus esforços de entendimento mútuo num sistema referenciado que se constitui em três mundos: O mundo objetivo, o mundo social, e o mundo subjetivo. A interação entre esses três mundos leva os participantes da comunicação ao entendimento, no qual contempla o contexto onde se formam os processos de entendimento. O filósofo também propõe conceitos como consciência moral, o agir comunicativo, o conhecimento dialógico e a racionalidade comunicativa para definir a teoria da Ação Comunicativa.9,10
A trajetória de sua formação também traz contribuições do marxismo, funcionalismo, da fenomenologia, e da teoria crítica de Frankfurt9 e corresponde a uma teoria para sociedade, que evidencia, como elemento essencial, a prática da comunicação cotidiana. Portanto, pode-se dizer, por exemplo, que a construção do conhecimento é resultado da permuta linguístico entre os indivíduos.
Para Habermas, o agir comunicativo se efetua quando atores sociais harmonizam internamente seus planos de ação e seguem suas respectivas metas. Em determinada situação o envolvimento dos atores sociais interfere nos resultados esperados. Assim, é necessário que os participantes da comunicação tenham competência para adotar, uma atitude objetivante - frente as coisas existentes-, conforme as normas -frente as relações interpessoais reguladas- e expressiva - perante próprias vivências.11
Em consonância a esse aspecto, percebe-se que a comunicação efetiva é um instrumento primordial para a prática profissional em saúde. O objetivo almejado a melhoria do cuidado, a ajuda terapêutica, a identificação das necessidades do paciente, o relacionamento entre usuário, profissional de saúde e família, profissional e equipe multiprofissional e educação em saúde. 10
A comunicação efetiva envolve diversos atores como apresentado na teoria e exige interesse e cooperativadade. A compreensão desses dois aspectos deve anteceder, também a corresponsabilidade do agir. Alcança-se a comunicação efetiva a partir do entendimento de que os atores são integrantes do processo.
Nesse sentido, o agir comunicativo possibilita uma interação absoluta entre os seres humanos em substituição das relações desarmônicas que a impedem.
As representações acerca do mundo, as vivências pessoais e sociais, encontram-se a interface de que a concretização do agir comunicativo demanda o envolvimento mútuo e obtenção de um acordo, por meio de assentimento racional do conteúdo proferido.11 Isto é, busca-se alcance de ideais comuns.
Para que haja efetividade na comunicação, admite-se que os profissionais da saúde guiem de forma objetiva, clara e compreendam as ideias e as formas de expressão partilhadas.10 Vale ressaltar que as estratégias para alcance da comunicação efetiva necessitam ser ajustáveis ao nível de conhecimento do receptor, as peculiaridades e contexto de mundo, seja para paciente ou membro da equipe profissional.
Então, modelos que favoreçam o entendimento de diversos contextos culturais são necessários para a atenção ao cuidado da saúde do indivíduo e coletivo, que permitam enxergar a saúde como sinônimo de qualidade de vida.
Por fim, na área da enfermagem o processo de trabalho ultrapassa a execução precisa de técnicas, o processo comunicativo amplia o cuidado para além do quantificável, possibilita condução prática integral, segura e saudável.

Considerações Finais

O envolvimento na troca de informações favorece o enriquecimento do profissional na prática de ações mais participativas, e consequente melhoria de desempenho e um cuidar mais humanizado. Buscar, com a equipe, soluções para melhorar a comunicação proporciona uma consciência crítico-reflexiva entre os sujeitos inseridos no estudo.

Palavras Chave

Area

Comunicação e Saúde

Autores

Amanda Delmondes de Brito Fontenele Fernandes, Anna Larissa de Castro Rego, Antonia Mauryane Lopes, Kerolayne Laiz Barbosa de Morais, Andréa Pinto da Costa, Grazielle Roberta Freitas da Silva