Datos del trabajo


Título

OS IMPACTOS DA TERAPIA QUIMIOTERAPICA E AS IMPLICAÇOES PARA A MANUTENÇAO DO CUIDADO. UM ESTUDO DE REPRESENTAÇOES SOCIAIS

Introdução

Quando o câncer está instalado podemos recorrer a várias terapêuticas, como quimioterapia, radioterapia, cirurgia, hormônioterapia e imunoterapia(1). Com o advento da medicina moderna e o investimento em massa em novas técnicas e fármacos chegamos há vários tipos de tratamento para o câncer, no entanto, o tratamento oncológico tem várias ramificações, porém, a quimioterapia é a que possui maior incidência de cura e a que mais aumenta a sobrevida dos portadores de câncer (2). No tratamento quimioterápico o principal objetivo se resume em diminuir a chance do crescimento desordenado das células, tumores e mutações genéticas, dessa forma diminuindo significativamente a chance da doença progredir (3). Quando não há mais possibilidade de cura temos a terapia paliativa, a quimioterapia não influencia a sobrevida da pessoa, pois quando usamos esse critério de tratamento o paciente não possui o prognostico de sobrevida (4).

Objetivos

O estudo tem por objetivo compreender os impactos da terapia quimioterápica, as implicações para a manutenção do cuidado e analisar as representações sociais desses pacientes.

Método

Para trabalharmos os aspectos representações sociais, nessa pesquisa foi adotado o estudo de caráter descritivo de cunho qualitativo, adotando como suporte teórico a Teoria das Representações Sociais (TRS), pois, quando estudamos sobre as TRS observamos que a mesma se encontra aplicada na tese da psicanálise de Moscovici, aonde o mesmo apresenta o fenômeno da absorção da ciência pelo senso comum, que através da comunicação, e da linguagem (5). O estudo foi realizado no ambulatório quimioterápico do Hospital universitário João de Barros Barreto aonde os sujeitos da pesquisa foram 26 pacientes que estão em tratamento quimioterápico, sendo atendidos na UNACON (Unidade de Alta Complexidade em Oncologia) localizado na cidade de Belém do Para, sendo incluído mulheres e homens, diversos tipos de câncer, sem exclusão de idade, que atualmente encontram-se em tratamento quimioterápico. A pesquisa obedeceu a todos os critérios de um projeto de pesquisa desenvolvido em um Hospital de Ensino e Pesquisa, passando por uma análise interna dentro do Hospital, posteriormente foi aprovada no Comitê de Pesquisa do Hospital Barros Barreto no dia 23/06/2015, com o número do parecer 1.119.886.

Resultados

Durante o estudo percebemos a necessidade de discutir junto a família a melhor terapêutica, além dos riscos e complexidade do tratamento, por isso, muitos acreditam que lidar com os pacientes pode ser uma tarefa difícil (1). A compreensão sobre os significados e sentimentos dos pacientes dentro do processo de tratamento é necessária para a construção da confiança sobre o enfrentamento e possibilidade de cura, alcançando a desconstrução de imaginários e representatividades de sentimentos negativos e medo de morte (4). Sendo que, vivenciar a doença torna-se um evento social expressivo que desencadeia modificações no âmbito das relações da pessoa e no cotidiano da família e sociedade, principalmente quando não há sucesso na terapêutica (3). Pela própria condição de saúde do paciente, ele é instruído a evitar determinadas ações, o que reduz a interação com as pessoas e os priva de suas atividades de vida diária, por vezes, causa medo diante da doença, estigma relacionado as suas progressões e dificuldade na adesão ao tratamento, o que pode se refletir em sentimentos negativos tais como raiva, tristeza, depressão e abandono (3). Quando falamos em câncer como uma doença em si, percebemos que a terapêutica do tratamento pode acarretar problemas físicos, emocionais, psicossociais e alterar suas atividades de vida diárias, dessa forma interferindo em sua autonomia e liberdade (5). A família como suporte terapêutico é o primeiro elo representativo em que o ser humano se insere e interage responsável pela construção de sua característica social, sendo assim, a principal rede de relações, responsável pela concretização da identidade, sendo os seus sentimentos apreendidos que influenciarão em suas próprias representações sobre a vida e o adoecer, sendo dessa forma a família importante na promoção e manutenção de saúde frente ao enfrentamento do câncer (4). Por si só, a família dentro do contexto do tratamento do câncer, é a estrutura mais fidedignas de todas as vivencias do paciente, condição essa responsável pelo conhecimento de todos os hábitos do adoecido, assim, a desestruturação da mesma levará ao rompimento desse cuidado, acarretando na pouco ou ineficiente adesão ao tratamento (6). As Representações Sociais têm como função a orientação da comunicação e conduta, essa como função social; proteção da identidade social, identificada como função afetiva; e a familiarização com o novo, esse último como função cognitiva. A função citada por último tem uma intima relação com dois processos fundamentais que são: a ancoragem e a objetivação, ou seja, a naturalidade na formação que uma figura reproduz um determinado conceito trazendo para realidade (6). O paciente dotado do saber do senso comum ou saber ingênuo, natural, diferenciando-se do conhecimento reificado ou erudito, mas é tida como um objeto de estudo igualmente legítimo devido à sua importância na vida social e à elucidação que possibilita dos processos cognitivos e das interações sociais (6).

Considerações Finais

Este estudo evidenciou o quanto é necessário compreender as representações dos sujeitos em tratamento quimioterápico, reconhecendo, dessa forma, sua complexidade. Com isso, podemos verificar o fenômeno da absorção da ciência pelo senso comum. Durante o estudo observamos que a quimioterapia é o mais eficaz dentre outros tratamento, mas percebemos que os entrevistados colocam que o otimismo tem total influencia no decorrer de sua caminhada rumo a uma melhor qualidade de vida. A família foi descrita como sendo um aporte maior no enfrentamento, relação tal descrita nas falas dos pacientes, foi observada que a figura do familiar é de imensa importância, tendo em vista que, são personagens responsáveis pela adesão desse paciente ao tratamento. Percebemos que apesar do familiar possuir o conhecimento do meio comum expresso através da representatividade do universo reificado, devemos entender que através da representação social dele o mesmo transforma-se em cuidador.

Palavras Chave

Quimioterapia, Enfermagem oncológica, Representações Sociais

Area

Ambiente e Saúde

Instituciones

Hospital universitário João de Barros Barreto - Pará - Brasil

Autores

joel Lobato da Costa, Silvio Éder Dias da Silva, Jeferson Santos Araújo, Natasha Mariana Farias da Cunha, Arielle Lima dos Santos, Yasmin Martins de Sousa, Adriana Alaíde Alves Moura, Amanda Leticia dos Santos Ferreira, Joyce Lobato da Costa, Roseneide dos Santos Tavares