Datos del trabajo


Título

PERCEPÇAO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM ACERCA DOS CUIDADOS AOS DOADORES DE SANGUE QUE DESENVOLVEM REAÇOES ADVERSAS

Introdução

A doação de hemocomponentes traduz-se em um gesto nobre, espontâneo e com interesses ligados à generosidade ao próximo. Trata-se de um procedimento totalmente seguro para o doador, simples, rápido e sigiloso. A motivação da decisão de doar sangue deve ser o exercício da cidadania em sua forma mais nobre – a de salvar a vida de uma pessoa. A maioria das doações transcorre normalmente, sem qualquer complicação ou intercorrência clínica, entretanto, mesmo com todos os cuidados dispensados para a proteção dos voluntários à doação, ocasionalmente qualquer doador pode apresentar algum tipo de reação ou evento adverso. Tais eventos adversos podem ser classificados em leves, moderados ou graves. Estes eventos adversos, porém, também podem estar relacionados a punções ou reações sistêmicas1. Para que haja um bom acolhimento ao doador e sua manutenção no programa de doação, as intercorrências devem ser previstas e sanadas rapidamente, não trazendo prejuízos às partes envolvidas, garantindo fidedignamente a segurança do doador de hemocomponentes. Para tanto, no transcorrer da coleta, o doador deve receber toda atenção por parte do profissional de enfermagem para que o mesmo se sinta tranquilo e acolhido, facilitando desta forma, detecção precoce das possíveis reações adversas à doação1.

Objetivos

Investigar o conhecimento da equipe de enfermagem no que diz respeito ao atendimento das reações adversas ocorridas na doação de sangue.

Método

Pesquisa qualitativa, descritivo-exploratória, ocorrida em janeiro de 2016, no Setor de Coleta de Sangue Total de um hemocentro público da região Sul do Brasil. Os sujeitos do estudo foram 13 profissionais de enfermagem que atuam diretamente com o doador voluntário de sangue. Todos os profissionais de enfermagem atuantes no setor foram incluídos e aqueles profissionais que estivessem afastados por férias, licença prêmio, licença saúde, licença maternidade ou que se opusessem a contribuir com o estudo foram excluídos. Os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. A coleta de dados deu-se por meio da aplicação de um questionário preestabelecido distribuído aos profissionais de saúde do Setor de Coleta de Sangue. O questionário seguiu um roteiro com perguntas objetivas e subjetivas, que contemplavam a identificação do profissional, além de questões sobre os conhecimentos específicos a respeito da clientela atendida no hemocentro, incidências de reações adversas e os cuidados de enfermagem mediante a estas adversidades. A análise dos dados se deu com a leitura minuciosa dos achados para identificar as categorias temáticas. O estudo obedeceu rigorosamente aos preceitos éticos da Resolução nª 466, de 12 de dezembro de 2012, do Conselho Nacional de Saúde, sendo aprovado pela instituição pesquisada e pelo Comitê de Ética de Pesquisa do HEMOSC, sob o parecer nº 51477215.8.0000.01102.

Resultados

Evidenciou-se que a equipe de enfermagem que atua no Setor de Coleta de Sangue do Hemocentro de Santa Catarina é um grupo predominantemente composto por mulheres, a maioria técnicas de enfermagem, na faixa etária produtiva, caracterizadas como profissionais experientes, tanto na área da saúde como no hemocentro estudado. Destaca-se a necessidade de um maior conhecimento científico dos profissionais acerca da identificação correta da injúria desenvolvida pelo doador, a fim de que o atendimento prestado pela equipe de enfermagem ou multiprofissional seja fidedigno, de qualidade e tenha êxito, promovendo ao doador fragilizado o cuidado necessário, conforto e segurança. Quanto as reações adversas presenciadas pelos profissionais, destaca-se: palidez, náusea, vômito, tontura, espasmos musculares, desmaio, sudorese, perda da consciência e fraqueza, corroborando com o que traz a literatura3. Na maioria das vezes, as reações adversas estão relacionadas a doadores ansiosos e caracteriza-se por alteração no padrão respiratório e hiperventilação, o que pode levar em alguns casos, a queda dos níveis de gás carbônico, alcalose e tetania, caracterizada por contraturas musculares involuntárias e espasmos3. Podem ocorrer, ainda, em caso de reações vaso-vagais, indicadas por palidez, sudorese, tremores, calafrios, sensação de tontura, mal-estar, náuseas, vômitos, cefaleia, escurecimento da visão, perda de consciência, convulsões e perda do controle esfincteriano3. Em relação ao papel desempenhado pelo profissional de enfermagem frente à assistência ao doador que desenvolve reações adversas a doação, indicaram a importância da atenção que deve ser dada ao doador, atendendo-o em todas as suas necessidades e intervenções específicas. Em relação às estratégias pessoais/institucionais para a melhoria da assistência aos doadores que desenvolvem reações adversas nas doações, os participantes pontuaram a realização de capacitações periódicas, guia de orientações acerca dos cuidados a cada evento adverso, espaço físico adequado e recursos para atendimento aos doadores com reações adversas à doação incluindo situações de emergência.

Considerações Finais

Evidencia-se a necessidade de um maior conhecimento científico acerca da identificação correta da injúria desenvolvida, promovendo melhor atendimento e orientação. Recomenda-se a adoção de Guia de Boas Práticas para Assistência de Enfermagem aos Doadores de Sangue de hemocentros nacional, o que permite direcionar a equipe de enfermagem para um cuidado padronizado e qualificado, garantindo segurança e desenvolvimento adequado das ações frente aos doadores de sangue que desenvolvem injúrias a doação de sangue.
Referências:
1. Brasileira de Hematologia e Hemoterapia. Rio de Janeiro, v. 34, Suplemento 2, p. 51-76, 2012.
2. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Departamento de Gestão da Educação na Saúde. Técnico em Hemoterapia: livro texto. 1ª ed. Brasília, 2013.
3. Almeida RGS, Mazzo A, Costa MIA, Trevisan MAGS. Caracterização do atendimento de uma Unidade de Hemoterapia. Rev Bras Enferm, Brasília 2011 nov-dez; 64(6): 1082-1086.

Palavras Chave

Equipe de Enfermagem. Reação Adversa. Doadores de Sangue.

Area

Organização da Atenção em Saúde

Autores

Beatriz Steingreber Barros, Nádia Chiodelli Salum, Melissa Orlandi Honório Locks, Lúcia Nazareth Amante, Rosangela H Helena Silva, Cristiane Baldessar Mendez, Jeane Silvestri. F. Wechi, Jane Cristina Anders