Datos del trabajo


Título

A POLITICA NACIONAL DE SAUDE DA PESSOA IDOSA SOB O OLHAR DA TEORIA DA COMPLEXIDADE

Introdução

As políticas públicas de saúde buscam atender as demandas cada vez maiores da população idosa, porém, ainda que no Brasil tenham vários documentos que garantam a este grupo envelhecimento saudável, se percebe que muitas vezes a complexidade do indivíduo idoso limita as decisões da prática¹. A Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (PNSPI) lembra-se da importância de se considerar cada dimensão do ser humano idoso (biológica, psicológica, social, espiritual), para que possamos nos aproximar de um conceito e então percebê-los como um ser complexo, que carrega seus anseios e aflições, principalmente afluídos nesta fase da vida, quando as modificações no organismo os deixam com alguma limitação². No sentido de atender a complexidade das demandas da pessoa idosa, a PNPSI foi criada no intuito de promover a saúde do idoso, e nela foram elencados os principais desafios desta área. A política enfatiza a fragilidade no suporte para a família do idoso entre a alta hospitalar e a adaptação em casa, a falta de equipes de saúde com conhecimentos específicos na área da saúde do idoso e o número insuficiente de serviços de cuidado domiciliar ao idoso fragilizado². Para tanto, é fundamental a promoção da independência do idoso na qual se assegure sua autonomia, pautada pelo olhar da integralidade e promovida com maior grau de capilarização possível, incidindo diretamente nos idosos de todas as classes sociais, sem qualquer tipo de discriminação e considerando as diferenças individuais (do próprio ser) e regionais (locais onde os idosos vivem)³.

Objetivos

Refletir sobre a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa a partir do paradigma do pensamento complexo de Edgar Morin, buscando compreender a dimensão do ser humano idoso protagonista deste importante documento que norteia e conduz diversas ações em vários âmbitos do país.

Desenvolvimento

Enquanto documento norteador das ações na atenção à saúde do idoso é possível destacar alguns avanços, em especial no conceito de envelhecimento ativo. Para a OMS4, o envelhecimento ativo é o “processo de otimização das oportunidades de saúde, participação e segurança, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida à medida que as pessoas ficam mais velhas”. O conceito apresentado pela OMS é mais amplo do que simplesmente ser saudável, pois se tratandoda pessoa com mais de sessenta anos, a presença de uma ou mais morbidades ainda é uma realidade constante. Desta forma, a busca tem foco, sobretudo, na manutenção da autonomia do indivíduo. Na tentativa de ampliar as possibilidades da pessoa idosa, dentro do que propõe a política, torna-se necessário que o idoso tenha uma participação contínua nas atividades sociais, econômicas, culturais, espirituais e civis e não somente nas atividades relacionados à manutenção de suas capacidades funcionais relacionadas à vida doméstica4. A PNPSI elaborou uma de suas diretrizes com base no envelhecimento ativo, por considerar este um conceito basilar e orientador das ações de saúde que envolve o ser idoso. Sob a perspectiva das complexas questões que estão relacionadas à pessoa idosa dentro da PNSPI cabe apresentar o que diz Morin, quando este reflete que o indivíduo é um ser biológico, mas, ao mesmo tempo, cultural e que vive num universo de linguagem, de ideias e de consciência, que influencia e é influenciado pelo seu contexto sócio histórico e sua trajetória de vida5. Desta maneira, ao considerar que estar saudável não é apenas a mera ausência de doenças, a PNPSI amplia o seu olhar para com a pessoa idosa e assume a necessidade de pautar suas ações de forma a abarcar todas estas dimensões, corroborando com a teoria da complexidade, e reforçando a necessidade do olhar amplificado para o ser humano idoso. Ainda na diretriz que trata sobre a promoção do envelhecimento ativo e saudável, a política destaca a heterogeneidade das pessoas idosas, a necessidade de promover o idoso como cidadão e agente ativo nas ações de promoção e prevenção de sua saúde, a aceitação das crenças e modelos culturais do idoso na elaboração do seu plano de cuidados e busca pelo bem-estar físico e mental ao longo do curso de vida. Percebem-se com estas premissas as dimensões consideradas necessárias à promoção e manutenção da saúde do idoso. Cabe ressaltar que o conceito de heterogeneidade das pessoas idosas é destacado também no relatório mundial sobre Envelhecimento da OMS6. Sabe-se que embora o processo de envelhecimento aconteça para todos, a forma como ele ocorre é diferente para cada indivíduo, reforçando o pensamento complexo de Morin, que também aborda essa característica do indivíduo como sua própria unicidade. A sua discussão vai além da singularidade no nível biológico, e destaca que o sujeito é único em todas as dimensões que o define. Embora possamos viver em condições semelhantes de vida, as pessoas não são iguais e não vivenciam o processo de envelhecimento do mesmo modo7

Considerações Finais

Ao realizar esta reflexão e analisarmos as políticas públicas de saúde referente ao idoso, foi possível perceber que houve avanço nas elaborações e nas discussões desta área, sobretudo na ampliação das dimensões em que o indivíduo idoso pode ser visto. Anteriormente existia uma limitação maior das discussões em torno da promoção de saúde do idoso, sobretudo no tocante ao desenvolvimento de hábitos saudáveis com o intuito de evitar o aparecimento de fatores de risco, comorbidades, sequelas e dependência. A Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa avançou no sentido de perceber o idoso como membro e participante ativo na sociedade, tendo capacidade de gerir sua própria vida e interferir de forma ativa nas decisões junto ao poder público. Considera também que a saúde do idoso não é apenas a mera ausência de doenças, mas que, muito, além disso, envolve o contexto social, histórico e cultural do idoso, implicando em mudanças importantes na visão sobre a problemática do envelhecimento.

Palavras Chave

Idoso, Saúde do Idoso, Complexidade, Política.

Area

Saúde do Idoso

Autores

Maria Alice Freitas, Adriana Bitencourt Magagnin, Josiel Steil Siwert, Angela Maria Alvarez, Ivonete Teresinha Schulter Buss Heidemann