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Título

O ACESSO A CIRURGIAS ELETIVAS NO SISTEMA UNICO DE SAUDE BRASILEIRO: DIFICULDADES NA HUMANIZAÇAO E INTEGRALIDADE EXPRESSAS EM DRAMATIZAÇAO

Introdução

: A Constituição brasileira de 1988 diz que a “Saúde é direito de todos e dever do Estado” e criou o Sistema Único de Saúde (SUS), um dos maiores sistemas públicos de saúde do mundo. Ele abrange desde o simples atendimento para avaliação da pressão arterial até o transplante de órgãos, garantindo acesso integral, universal e gratuito para toda a população do país.1 Os princípios doutrinários do SUS são a universalidade, a equidade e a integralidade em síntese definidos: universalidade- define-se pelo acesso a ações e serviços de saúde, garantido a todas as pessoas, independente de sexo, raça ou características sociais e pessoais; equidade- significa tratar desigualmente os desiguais, investindo onde a carência é maior; integralidade- este tem como regra atender a todas as necessidades de uma pessoa. Nos trinta anos de sua existência, o Sistema Único de Saúde aumentou o acesso ao cuidado com a saúde para uma parcela considerável da população brasileira. No entanto, ainda há muito a se fazer, para que o sistema de saúde brasileiro se torne universal e integral. Ressaltam-se como avanços o investimento em recursos humanos, ciência e tecnologia e na atenção básica, além de um grande processo de descentralização, ampla participação social e maior conscientização sobre o direito à saúde. Para que o sistema de saúde brasileiro supere os desafios atuais é necessária uma maior mobilização política para reestruturar o financiamento e redefinir os papéis dos setores público e privado.2Nesta perspectiva, problematiza-se com o vídeo exposto o acesso às cirurgias eletivas como questão, mostrando a integralidade como princípio que ainda carece de implementação. Expõe-se a humanização como política ainda incipiente na prática em alguns hospitais, tanto para o profissional como ao usuário. A universalidade não se coloca ainda como realidade, expondo a população de baixa renda com frequência a situações de humilhação na busca de seu direito fundamental previsto em lei, que é a saúde.

Objetivos

: problematizar via dramatização em vídeo a qualidade, humanização e acesso a atendimentos por especialistas na rede SUS, ilustrando situação de longo tempo de espera da usuária por sua cirurgia eletiva

Desenvolvimento

Expõe-se neste evento um vídeo em que participam três profissionais de saúde, sendo uma médica e outra psicóloga, além de uma estudante de graduação em Enfermagem. A cena explicita a dificuldade de a paciente desfavorecida financeiramente em ter acesso no SUS à consulta por médico especialista. O caso em tela ilustra paciente que sofre de miomatose uterina, doença benigna resultante da proliferação de tecidos muscular e fibroso uterinos. Como sintomas, a cliente exibe hemorragia uterina, que lhe enseja anemia e tonteiras, impactando em sua qualidade de vida. As roupas velhas que traja expõem, além do empobrecimento, sua baixa autoestima. Necessita ter acesso ao tratamento cirúrgico, sendo a histerectomia (extirpação cirúrgica do útero) a terapêutica proposta. A dificuldade de acesso às cirurgias se revela, na medida que a enfermeira explica à médica atriz que a cirurgia do dia, que não a da paciente Joana da encenação, fora suspensa. Entende-se a revolta dos usuários com a falta de acesso a cirurgia através da fala “Dra, a cirurgia foi suspensa, não tem sangue, não tem luva”. Ilustra-se o estresse a que o médico é com frequência submetido, pois a paciente, que não seria operada, estava na iminência de causar dano material, quebrando os aparelhos do estabelecimento de saúde fictício. A médica da cena não tinha o conceito de humanização sedimentado e nem a enfermeira. Ambas discutiam problemas logísticos de saúde perante paciente já desestabilizada em suas emoções. A médica exigia que a paciente estivesse sem sangramento vaginal, a fim de examiná-la. Parecia desdenhar da usuária, num ar de superioridade. O exame ginecológico deveria ter sido feito naquele momento. Poderia ter sido feito higiene local por meio de gaze. Perdeu-se a oportunidade de se acolher uma usuária, valendo enfatizar que o motivo da consulta era o sangramento vaginal. A paciente mereceria, assim, o exame ginecológico, mesmo na circunstância em que se encontrava. Se a paciente fosse portadora, em concomitância ao mioma, de um câncer de colo uterino, que também motivaria hemorragia uterina, perder-se-ía chance de se detectar uma doença em estágio menos avançado. Destaca-se, portanto, falha na escuta da profissional, o que destoa da Política Nacional de Humanização, sintetizada no vídeo.

Considerações Finais

O SUS deve garantir aos usuários atendimento integral e humanizado, pois assim se colocam seus dispositivos legais. O atendimento não humanizado tem em parte relação com um currículo médico, que ainda enfatiza o modelo biomédico, levando muitos estudantes de medicina a desvalorizar durante a graduação disciplinas de saúde coletiva. O atendimento no SUS deve ser humanizado para o profissional, mas o foco deve ser o usuário, pois toda a rede SUS se justifica a partir das necessidades de um usuário. O atendimento de forma integral não se faz presente ainda, o que se nota diante da dificuldade de acesso à cirurgia ginecológica proposta. O acesso a cirurgias eletivas (aquelas que não são feitas em caráter de urgência, sendo portanto, agendadas) ainda constitui desafio para o SUS, impactando negativamente no princípio de integralidade de acesso.A condição cirúrgica é essencial para a prevenção de incapacidades crônicas e mortalidade. A terapia cirúrgica necessária, se não realizada, pode redundar em maior número de pessoas vivendo em situação de pobreza. 3O vídeo expõe mulher jovem excluída do mercado de trabalho devido a anemia incapacitante, gerando no mesmo passo desordens emocionais e no seio familiar.

Palavras Chave

sistema único de saúde, cirurgia eletiva

Area

Organização da Atenção em Saúde

Instituciones

universidade federal fluminense - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

eliane cristina da silva pinto carneiro, rose mary costa rosa andrade silva, eliane ramos pereira, Elisabete Correa Vallois, maria luísa da costa marques conceição, diomedia zacarias teixeira, nelson dos santos nunes, ANGÉLICA YOLANDA BEJARANO VALE DE MEDEIROS