Datos del trabajo


Título

A EDUCAÇAO PERMANENTE DOS ENFERMEIROS SOBRE O CUIDADO A PESSOA COM FERIDA ONCOLOGICA DE CABEÇA E PESCOÇO

Introdução

O Câncer de Cabeça e Pescoço acomete face, cavidade oral, faringe, laringe, cavidade nasal, seios paranasais, tireoide, glândulas salivares e tecidos moles do pescoço1, é agressivo, metastático e apresenta doença avançada no diagnóstico tardio possuindo alta taxa de morbimortalidade. Quando o diagnóstico e tratamento ocorrem tardiamente aumentam as chances do desenvolvimento de complicações. Assim, constituem o primeiro lugar no ranking de cânceres que desenvolvem feridas oncológicas.2 Para o cuidado a essas pessoas, o enfermeiro deve ter conhecimento para a avaliação clínica e escolha terapêutica na realização do curativo, atualizando-se conforme os avanços tecnológicos e científicos.3 Os profissionais, contudo, não conseguem dominar esse conteúdo, devido à escassez de pesquisas, falta de capacitação e deficiência do processo formativo.4 A Educação Permanente em Saúde, entra nesse cenário, proporcionando um processo ensino-aprendizagem incorporado ao serviço, trazendo atualização dos conhecimentos e transformando a prática dos profissionais para a melhora da qualidade dos serviços.5 Uma forma de facilitar esse processo, consiste na utilização de tecnologias leves e digitais,6 conhecidas como Tecnologias de Informação e Comunicação, pois permitem a reunião, distribuição e compartilhamento de informações, sendo a mais eficaz e acessível no acompanhamento da velocidade das produções de conhecimento.7 Na saúde, gera reflexo na qualidade profissional, tendo influência direta na melhoraria da prática assistencial e das condições de trabalho, pois, otimiza o tempo, contribui para a solução de problemas e tomada de decisões.8 O reconhecimento da realidade dos enfermeiros em um centro de referência oncológica do sul do Brasil, é relevante para colocar em prática a associação da tecnologia como meio de educação permanente em saúde.

Objetivos

Descrever a realidade do enfermeiro no cuidado à pessoa com ferida oncológica de cabeça e pescoço; reconhecer suas formas de atualização e ferramentas que podem auxiliar a prática; delinear uma estrutura tecnológica para apoio ao processo de educação permanente nesta temática.

Método

Pesquisa qualitativa exploratória-descritiva, realizada em julho/2017, por meio de uma entrevista semiestruturada, com 12 enfermeiros, de um centro de referência oncológica do sul do país. As entrevistas foram áudio-gravadas, transcritas e analisadas por meio das etapas da Análise de Conteúdo de Minayo. A pesquisa foi aprovada pelo comitê de ética da universidade e da instituição do estudo.

Resultados

O trabalho resultou nos manuscritos intitulados O enfermeiro no cuidado à pessoa com ferida oncológica de cabeça e pescoço e A tecnologia na educação permanente dos enfermeiros no cuidado à pessoa com ferida oncológica de cabeça e pescoço. E um instrumento intitulado Estrutura de um Aplicativo voltado a Enfermeiros no Cuidado à Pessoa com Ferida Oncológica de Cabeça e Pescoço. O primeiro possuiu duas categorias “Avaliação da pessoa com ferida oncológica de cabeça e pescoço como foco do cuidado de enfermagem” e “Percepção do enfermeiro no cuidado à pessoa com ferida oncológica de cabeça e pescoço” foi evidenciado que os enfermeiros realizam um cuidado integral, e que a existência da educação permanente, com uma equipe de suporte e disponibilidade de materiais facilitam a prática, ao mesmo tempo que mascaram as dificuldades dos profissionais por ficarem dependentes da avaliação desta equipe. A escolha terapêutica, continuidade do tratamento domiciliar e controle dos sintomas da ferida oncológica são dificuldades encontradas. O segundo artigo possui as categorias: “Implicações do conhecimento do enfermeiro para o cuidado à pessoa com ferida oncológica de cabeça e pescoço” e “Uso de ferramentas no cotidiano do enfermeiro no cuidado à pessoa com ferida oncológica de cabeça e pescoço”, destacando o déficit da graduação sobre o assunto e a educação permanente como uma das ferramentas mais citadas para o auxílio do enfermeiro, como também, o uso da internet e os aplicativos, sendo o último em menor proporção. Isso decorre da inexperiência quanto ao seu uso, apesar de reconhecerem os seus benefícios no cuidado, não o incorporarem no seu cotidiano e no processo de educação. Esses manuscritos auxiliaram no delineamento de um futuro aplicativo, iniciado pela elaboração da estrutura do software com a realização de um diagrama na forma de fluxograma, também conhecido por flowchart. Este possui uma coluna única dividida em 21 linhas, onde cada uma corresponderá às telas do aplicativo, constando o ícone de legenda para ilustrar o contexto do fluxograma.

Considerações Finais

A instituição possui profissionais com olhar diferenciado, cuidado humanizado e baseado em evidências, mas que necessitam de estimuladores de autonomia na tomada de decisões, no processo de atualização e aprimoramento profissional. Sugere-se que a instituição busque meios tecnológicos integrando-os ao programa de educação permanente para auxiliar no processo de trabalho, por meio da finalização e implantação do aplicativo resultado do trabalho, que deverá ser aprimorado em conjunto com a instituição da pesquisa.

REFERÊNCIAS
1 Valle AC, Carvalho AS. Epidemiologia do Câncer de Cabeça e Pescoço. In: Caldas Neto S et al. Tratado de Otorinolaringologia e Cirurgia Cervicofacial. 2. ed. São Paulo: Roca, 2011. p.551-558.
2 Santos CMC. Revisão Sistemática sobre Tratamento Tópicos de Lesões Vegetantes Malignas. São Paulo. Dissertação (Mestrado em Enfermagem) – Universidade de São Paulo; 2007.
3 Florianópolis. Secretaria Municipal de Saúde. Vigilância em Saúde. Prefeitura Municipal de Florianópolis. Protocolo de Cuidados de Feridas. Florianópolis: IOESC; 2008. p.1–70.
4 Lisboa IND, Valença MP. Caracterização de Pacientes com Feridas Neoplásicas. Revista Estima. 2016; 14(1):21-28.
5 Brasil. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer. Tratamento e Controle de Feridas Tumorais e Úlceras por Pressão no Câncer Avançado: Série de Cuidados Paliativos. Rio de Janeiro: INCA; 2009. p.1–44.
6 Pinheiro CCBV, Carvalho JM, Carvalho FL. Tecnologias em educação e saúde: Papel na promoção de saúde bucal. In: Seminário de Tecnologias Aplicadas a Educação e Saúde II, 2015 out 26-27; Bahia, Brasil. Salvador: Plurais – Revista Multidisciplinar; 2015.
7 Tenório LCFRM, Oliveira ALG, Amorim YPSV, Mansur Neto AC. Educação em Saúde através das novas tecnologias da informação e comunicação: uma análise da (re)orientação dos nativos digitais no ciberespaço. Revista Científica Interdisciplinar. 2014; 1(1): 179-92.
8 Machado OLS, Moraes RM, Nunes FLS, Costa RMEM. Serious Games baseados em realidade virtual para educação médica. Rev. Bras. Educ. 2011; 35(2): 254-62.

Palavras Chave

Enfermagem. Neoplasias de cabeça e pescoço. Feridas. Educação em Enfermagem. Aplicativos móveis.

Area

Processo de trabalho e profissionalização

Autores

Camila Vicente, Lúcia Nazareth Amante, Maristela Jeci dos Santos, Juliana Balbinot Reis Girondi, Ana Graziela Alvarez, Luciana Martins da Rosa