Datos del trabajo


Título

A FORMAÇAO DE VINCULO NO GERENCIAMENTO DE CASO PARA ADULTOS COM HIPERTENSAO ARTERIAL

Introdução

O gerenciamento de caso é considerado uma intervenção complexa, pois possui inúmeros componentes e variações que dependem do contexto e da população atendida(1). Ele auxilia pessoas com múltiplas condições de saúde como a hipertensão arterial, que é uma doença crônica e requer cuidados para toda a vida. Esse método de cuidado prevê a identificação das necessidades do usuário, quebra de barreiras na rede de serviços de saúde bem como o desenvolvimento de um plano de cuidados que inclui pactuação e realização de metas, sendo um ponto crucial para o bom êxito da intervenção a criação de vínculo entre o profissional de saúde e usuário. O conceito de vínculo é polissêmico, mas possui relação com a humanização, responsabilização e integralidade(2). Sua construção entre profissional-paciente acontece principalmente pela compreensão das particularidades, inserção ativa e interessada do profissional na realidade das famílias, possibilitando junto a isso, a emancipação do paciente no protagonismo do viver de forma saudável(3).

Objetivos

Relatar a experiência vivenciada pelo enfermeiro na formação de vínculo com adultos com hipertensão arterial em uma unidade de saúde da atenção primária.

Método

trata-se de um relato de experiência sobre a vivência do enfermeiro no acompanhamento de 47 adultos com hipertensão por meio do gerenciamento de caso. A coleta de dados durou 12 meses, entre fevereiro de 2017 e fevereiro de 2018 e foi realizada em uma unidade de saúde do estado do Paraná. Este estudo faz parte de um projeto intitulado “Efeito do gerenciamento de caso no controle dos níveis pressóricos e na prevenção de complicações da hipertensão”, que foi desenvolvido durante o curso de doutorado e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos sob parecer: 1.670.453. Os critérios de inclusão foram: ter entre 18 e 59 anos; possuir diagnóstico de hipertensão; morar na cidade da pesquisa; ser cadastrado na unidade de saúde; atingir a pontuação mínima no Mini-Exame do Estado Mental(4) e ser parcialmente dependente ou independente conforme a escala de avaliação funcional de atividades instrumentais de vida diária(5). Os critérios de exclusão foram: ser gestante e planejar mudar para outra área de abrangência. Foram critérios de descontinuidade: óbitos, ficar grávida durante o acompanhamento, expresso desejo em sair da pesquisa e mudar para outra área de abrangência. O gerenciamento de caso foi realizado pelo enfermeiro mediante consultas de enfermagem, visita domiciliar, contato telefônico, atividades de educação em saúde e pactuação de metas(6-7). A coleta de informações ocorreu principalmente durante a consulta de enfermagem, por meio de um roteiro semi-estruturado, com campos para anotações durante a realização do processo de enfermagem (histórico e exame físico, diagnósticos, planejamento, implementação/pactuação de metas, avaliação). Após a coleta dos dados, o gestor de caso analisava as necessidades do participante, pactuava metas em comum acordo com o paciente e agendava as próximas atividades.

Resultados

Por meio da primeira consulta de enfermagem foi possível identificar as principais necessidades dos participantes, as quais se referiam principalmente a hábitos de vida como alimentação e atividades físicas, bem como a adesão ao tratamento. Com o passar dos meses, principalmente por meio da realização do contato telefônico e as visitas domiciliares, foi possível perceber que houve uma aproximação entre enfermeiro e pacientes. Sendo que os participantes começaram a perceber a co-responsabilização do gestor de caso no seu cuidado e isso permitiu uma relação de escuta, diálogo e respeito entre essa díade, facilitando a pactuação de metas e o alcance destas. Ao realizar as visitas domiciliares foi possível incluir a família na rede de cuidados e orientações, bem como perceber e considerar o meio e as condições que o paciente estava inserido, e, desta forma, realizar orientações e encaminhamentos direcionados para cada paciente de acordo com a sua realidade. Na tentativa de atender as necessidades dos participantes, foi utilizada os serviços da rede de atenção à saúde, como o médico da família, psicóloga, nutricionista, médicos especialistas, além do redirecionamento para serviços de assistência social, quando identificada a necessidade. Ainda, por meio do contato telefônico, os participantes entenderam que poderiam contar com o gestor de caso para sanar as suas dúvidas ou para solicitar orientações, fato que ocorreu inúmeras vezes durante o acompanhamento. Discussão: acredita-se que o gerenciamento de caso possibilitou a formação de vínculo com os participantes da pesquisa e estes sentiram-se mais seguros por perceberem que tinham uma relação próxima com o profissional de saúde e que este era corresponsável pelo seu bem-estar. A criação de vínculo permite que a equipe de saúde conheça sobre os reais problemas dos pacientes e se relacione com estes, a fim de buscarem juntos, as soluções plausíveis em cada situação(8). Isso, implica em estreitar as relações e enfrentar o desafio de olhar para o paciente além da sua doença, se tornar sensível e solidário ao outro, para vivenciar os acontecimentos de maneira ampliada (3), fato que é primordial, principalmente na atenção primária. Nesse sentido, a visita domiciliar é uma estratégia que permite conhecer o contexto social, fortalecer o contato com as famílias para a identificação das necessidades de saúde(9).

Considerações Finais

percebeu-se que com a formação de vínculo, as metas foram pactuadas com menos dificuldades e pôde-se notar entusiasmo entre os participantes em terem se comprometido em cumpri-las. Isso demonstra que o gerenciamento de caso possibilita a criação de um vínculo benéfico, e não uma relação de dependência, com o profissional de saúde, pois, enquanto o profissional advoga em favor do paciente, este se instrumentalizada para o cuidado de si, tornando-se emponderado para gerir o seu cuidado.

Palavras Chave

Case Management; Nursing; Hypertension; Nursing Care; Health Education

Area

Doenças crônicas/condições crônicas

Instituciones

Universidade Federal do Paraná - Paraná - Brasil

Autores

Ângela Taís Mattei da Silva, Maria de Fátima Mantovani, Ricardo Castanho Moreira, Juliana Perez Arthur, Vanessa Piccinin, Pollyana Bahls de Souza