Datos del trabajo


Título

A FAMILIA NO CUIDADO DE IDOSOS DEPENDENTES

Introdução

O envelhecimento, antes considerado um fenômeno, hoje, faz parte da realidade da maioria das sociedades. Houve um declínio da fecundidade e aumento da expectativa de vida, com isso, estima-se que no Brasil existam, atualmente, cerca de 17,6 milhões de idosos. Consequentemente mais idosos com dificuldades para realizar as atividades de vida diária, precisando que a família reajuste suas atividades, elencando um cuidador, em sua própria estrutura ou contratando serviços externos para prestar cuidado ao idoso. Ademais, somaram o cuidado do familiar dependente e as despesas oriundas deste processo aquelas anteriormente realizadas. Frente a isto, emerge à questão de pesquisa: Como ocorre a organização das famílias frente ao cuidado de idosos dependentes através da experiência do cuidador principal?

Objetivos

Compreender como ocorre a organização das famílias frente ao cuidado de idosos dependentes através da experiência do cuidador principal

Método

Estudo qualitativo realizado em uma Unidade Básica de Saúde do município de Chapecó, com aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos: CAAE: 33714314.4.0000.5564. A aproximação com o campo ocorreu durante a realização da disciplina: Estágio Curricular Supervisionado, na nona fase do curso de graduação em enfermagem. A seleção das famílias cuidadoras de idosos dependentes, foi feita por meio de busca ativa nos registros da Unidade de Saúde, considerando como critérios de elegibilidade ser cuidador há pelo menos seis meses de idoso com dependência para executar atividades de vida diária. Foram selecionadas cinco famílias, e convidado o cuidador principal, em contato telefônico, para ser participante do estudo. Após o aceite, foi acordado local e horário para visita de coleta de dados, a qual foi realizada de setembro à outubro de 2014, no domicílio dos participantes após assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, por meio de entrevista com roteiro semiestruturado e gravador de voz com duração aproximada de 45 à 60 minutos tendo como questão norteadora: Como a família passou a organizar seu dia a dia após tornar-se cuidadora de seu familiar idoso dependente? Após cada entrevista, os dados foram transcritos integralmente e analisados através do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC).

Resultados

A análise dos dados iniciou-se com a caracterização do cuidador principal e a seguir dos idosos dependentes de cuidado. Dos cuidadores, quatro tem mais que sessenta anos e um tem idade entre quarenta e cinquenta anos. Três são do sexo feminino e dois do masculino. Quanto à religiosidade, quatro nominaram-se católicos e um evangélico. Considerando os idosos dependentes de cuidado, as cinco eram do sexo feminino. Das entrevistas com o cuidador principal, emergiram duas Ideias Centrais (IC) e seus discursos. IC-1: Entre o sofrimento e a esperança perdida. DSC 1: “Ser cuidador é sofrido, é difícil ver a pessoa assim, a gente lembra tudo que a pessoa fazia e agora está nessa situação, sofre com medo que ela piore, não é fácil, só quem passa por isso para saber. Você queria voltar o tempo, lembra de quando ela era boa, com saúde, não acredita que está passando por isso. Ela sofre e a gente sofre junto, como seria bom não existir tudo isso”. Lidar com as perdas e o aumento das necessidades de um familiar não é uma tarefa fácil, os cuidadores sofrem para ajustar suas vidas à nova realidade. Ver o ente querido com limitações, piorando progressivamente em decorrência de doença terminal e\ou crônica abala o emocional da família e do cuidador, podendo provocar sentimentos diversos como raiva, culpa, medo, angústia, cansaço, tristeza, nervosismo e choro. O discurso evidencia o quanto cuidar de um familiar, mesmo que seja por escolha e feito com carinho e dedicação, mobiliza sentimentos contraditórios, que se não forem compartilhados, podem levar o cuidador ao adoecimento. Neste sentido, destaca-se a importância de a enfermagem investir em ações que melhorem o enfrentamento do cuidador, de forma a otimizar sua colaboração no planejamento e na execução dos cuidados. IC-2: Cuidado pelo grupo de amigos e família. DSC-2: “Ainda bem que eu sou uma pessoa que tem bastante apoio, meu marido e meus filhos são parceiros, me entendem e me ajudam como podem, apesar de trabalharem fora quando preciso sair eles pedem folga, sempre dão um jeito, tem meus amigos e vizinhos que também sempre dão apoio, quando ela piora eles dão força, dizem que tudo vai ficar bem. Graças a Deus estamos rodeadas de gente de bem que nos ajuda.” O discurso acima revela que a possibilidade de contar com alguém é de extrema importância para os cuidadores, mesmo que este apoio não seja propriamente no ações do cuidar, o fato de ter com quem compartilhar sentimentos e descobertas faz com que o cuidador se sinta mais seguro e amparado. A família é reconhecida como principal fornecedora de apoio social, funcional, econômico e afetivo, para o idoso e seu cuidador. O apoio de pessoas ou grupos, auxilia no processo de enfrentamento da situação e nas dificuldades impostas pela tarefa de cuidar, minimizando aspectos negativos e contribuindo positivamente na sua saúde do idoso e do cuidador

Considerações Finais

O aumento da expectativa de vida e da dependência, apontou, no estudo, mudanças na organização das famílias, em especial na rotina e vida do cuidador principal, após assumir o cuidado de seu familiar dependente, evidenciando a necessidade das equipes de saúde oferecerem suporte a estas famílias. Como limitação, deu ênfase as mudanças organizacionais que ocorrem na vida do familiar que assume o papel de cuidador principal, o que sugere ampliar a pesquisas para outros membros da família.

Palavras Chave

Assistência domiciliar a idosos. Cuidador familiar. Enfermagem.

Area

Saúde do Idoso

Autores

Tatiana gaffuri Da Silva, Cheila silva Mocelim, Alexsandra Martins Da Silva, Eliane Regina do Nascimento, Kátia Cilene Godinho Bertoncello, Leoni Terezinha Zenevics, Kátia Lilian Sedrez Celich, Alexander Garcia Parker