Datos del trabajo


Título

A PERSPECTIVA DE ENFERMEIRAS SOBRE ACOLHIMENTO A CRIANÇA NA ESTRATEGIA DE SAUDE DA FAMÍLIA

Introdução

O acolhimento pode ser definido como uma estratégia para reorganizar o modelo assistencial curativo e fragmentado, tornando a assistência em saúde mais atrativa e resolutiva. O cuidado à criança na Atenção Primária de Saúde (APS) pelo enfermeiro busca interação deste profissional com as famílias e na comunidade para desenvolver as ações de prevenção e promoção da saúde. O cuidado prestado agrega tanto situações de doença quanto de vulnerabilidades e risco, levando os profissionais a atuarem de maneira que o cuidado desenvolvido estimule a autonomia dos usuários inseridos no contexto social e cultural. Assim, ouvindo suas duvidas e questionamentos, apoiando e auxiliando nas dificuldades é possível contribuir para um desenvolvimento de qualidade. Por meio do acolhimento as necessidades sentidas pelas crianças e famílias poderão ser trabalhadas pelas equipes da ESF no intuito de proporcionar sua resolubilidade. É válido enfatizar que acolher, entre suas formas mais variadas, está no ato de receber e escutar as pessoas, construindo assim uma prática nas relações de cuidado.

Objetivos

Conhecer as estratégias utilizadas por enfermeiras para realizar o acolhimento à criança na Estratégia de Saúde da Família.

Método

Realizou-se um estudo exploratório, descritivo com abordagem qualitativa. Teve como contexto um município do sul do Brasil. Esse possui 32 Unidades Básicas, sendo 24 da Estratégia Saúde da Família. Atuam na Estratégia 37 enfermeiros. Aceitaram participar do estudo 12 enfermeiras de oito Unidades do município. Atenderam ao critério de inclusão ser enfermeiro atuante na Estratégia Saúde da Família e realizar acolhimento à criança e seu familiar cuidador há mais de seis meses. Foram excluídos os enfermeiros que estavam em férias ou licença saúde no período da coleta de dados e a enfermeira coautora deste estudo. Todas assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. A coleta de dados foi realizada por meio de uma entrevista semiestruturada, onde o pesquisador proporciona uma liberdade de comunicação aos participantes entrevistados. A análise dos dados se deu pela técnica de Análise de Conteúdo. A análise divide-se em três etapas: 1) pré-analise (etapa de organização que objetiva operacionalizar e sistematizar as ideias iniciais de maneira a conduzir a um esquema preciso de desenvolvimento da pesquisa); 2) exploração do material (etapa de operacionalização da analise textual sistematicamente em função das categorias anteriormente formadas) e 3) tratamento dos resultados, inferência e interpretação (nesta etapa há a condensação e o destaque das informações para análise, culminando nas interpretações inferenciais; fase de utilização da intuição, da análise reflexiva e crítica.

Resultados

Participaram do estudo 12 enfermeiras atuantes em oito unidades da ESF, sendo todas do sexo feminino, com idades entre 33 e 61 anos. Atuam na ESF entre dois e 15 anos. Todas possuem especialização em Saúde da Família, sendo que algumas possuem também outras especializações, duas em Enfermagem do Trabalho, uma em Urgência e Emergência, duas em Projetos Assistenciais, uma em Humanização ao Paciente Oncológico, uma em Acupuntura, uma em Saúde Pública, uma em Arte Terapia, uma em Educação em Saúde, uma possui mestrado em Educação Ambiental, uma Mestrado em Enfermagem e outra Doutorado em Educação Ambiental em andamento. As enfermeiras referiram que a criança é acolhida desde que chega no balcão da unidade, em qualquer horário. Na primeira consulta a queixa da criança é ouvida e conforme sua necessidade é passada para o atendimento. O processo de acolhimento, uma vez que se inicia desde a porta de entrada até momento de saída dos usuários da unidade de saúde se caracteriza como parte essencial para que exista um bom atendimento e, concomitantemente, um acolhimento adequado. As estratégias citadas para a realização do acolhimento foram à escuta atenta e a observação, além de desenvolver atividades que envolva toda equipe da unidade. A realização do acolhimento não deve estar restrita somente a um profissional de saúde. Toda a equipe deve estar envolvida no processo de acolher, pois todo profissional deve estabelecer uma relação com o usuário. Através da empatia e do bom relacionamento com a população é possível a viabilizar a solução de problemas. Assim, por meio do acolhimento formam-se vínculos dos usuários com a equipe de saúde. Devido à proximidade de suas residências acontece o fortalecimento afetivo nos momentos de crise, angústia, desamparo e sofrimento. Assim, o papel do enfermeiro no acolhimento à criança e a família na ESF é importante, pois este, geralmente, é o profissional que na maioria dos municípios, são os responsáveis técnicos na ESF.

Considerações Finais

Portanto, o acolhimento é a porta de entrada dos pacientes na atenção primária a saúde. Os dados nos possibilitaram concluir que as enfermeiras se preocupam com a realização do acolhimento na Unidade Básica, reconhecendo-o como instrumento essencial à sua prática na Atenção primária, qualificação da assistência que prestam à criança e à família. Frente a isso é de extrema importância a instrumentalização do enfermeiro para receber esses usuários e fornecer um cuidado humanizado e de qualidade, construindo assim sua aderência ao serviço.

Palavras Chave

Acolhimento; Enfermagem; Atenção primária; Saúde.

Area

Saúde da Família

Autores

Caroline Passos Arruda, Giovana Calcagno Gomes, Manoela Cunha Nicoletti, Laís Farias Juliano, Carla Rozana Mazuko dos Santos