Datos del trabajo


Título

DIFICULDADES EM TRANSPORTE NEONATAL INTER-HOSPITALAR

Introdução

O nascimento é um fenômeno de vulnerabilidade biológica e, quando vem acompanhado por transtornos como prematuridade e malformações, cuidados especiais poderão ser necessários em outra unidade de saúde. Dessa forma o transporte inter-hospitalar de recém-nascido (RN) em estado crítico é considerado um ponto crítico no campo da Neonatologia. Em países desenvolvidos, cerca de 20% são considerados inadequados no que se refere a erros na regulação, equipes sem treinamento para transporte e falha na comunicação inter-hospitalar. Assim, para uma ação da assistência perinatal relacionada ao transporte neonatal inter-hospitalar, deve envolver recursos materiais adequados e profissionais capacitados. E o enfermeiro como membro atuante da equipe de transporte necessita de saberes e habilidades para enfrentar os desafios e dificuldades do processo de remoção.

Objetivos

Esse trabalho objetiva analisar as dificuldades enfermeiros na prática do transporte neonatal inter-hospitalar; e desenvolver, em conjunto com os enfermeiros do SAMU, uma proposta de protocolo de cuidados de enfermagem no transporte neonatal inter-hospitalar.

Método

Estudo com abordagem qualitativa, baseada no referencial metodológico da Pesquisa Convergente-Assistencial (PCA). Os pressupostos da PCA evidenciam um tipo de metodologia voltada para favorecer o contexto assistencial e também se favorecer do conhecimento adquirido nesse cenário. Com isso, o profissional de saúde torna-se um pesquisador de situações da sua realidade assistencial, o que permite uma visão crítica no desenvolvimento do seu trabalho. PCA apresenta cinco fases ou procedimentos, que são: fase de concepção, de instrumentação, de perscrutação, de análise e interpretação. Essas fases são inter-relacionadas, não acontecem de forma linear. Os participantes do estudo foram os enfermeiros do SAMU de Teresina-PI, que atuam no transporte inter-hospitalar de recém-nascidos. Participaram do estudo dezessete enfermeiros, do total de vinte e seis profissionais. O fechamento da amostra foi realizado por saturação de respostas. A coleta de dados ocorreu nos meses de fevereiro, março e abril de 2015 por meio de entrevistas com roteiro semi-estruturado e quatro grupos focais. Ressalta-se que o estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Piauí (Parecer nº 886.186).

Resultados

Dos relatos analisados pela técnica de conteúdo de Bardin e discutidos à luz do referencial sobre a temática, emergiu a categoria: Dificuldades em transporte neonatal inter-hospitalar. Os resultados revelaram que as dificuldades do transporte neonatal são: A formação em enfermagem não aborda o tema transporte neonatal; Falta da capacitação específica na área de transporte neonatal; Insuficiência de treinamento na área; Ausência de neonatologista durante o transporte; Falhas de comunicação relacionadas às informações provenientes da Central de Regulação Médica; Não comunicação entre os setores envolvidos no transporte; Falta de entrosamento da equipe de transporte. Falta de material; Equipamentos com funcionamento inadequado: a exemplo do ventilador mecânico; Por vezes, falta de ventilador para uso específico neonatal; Falta de materiais específicos para o transporte: ventilador mecânico, bomba de infusão; Ausência de CPAP; Demora de tempo na execução da transferência inter-hospitalar para realização de exames: por vezes, o executor do exame não está presente, sendo necessário aguardar; Falta de estrutura das unidades de apoio diagnóstico para oferecer suporte à equipe do SAMU e de profissionais capacitados para atender a criança; O RN crítico aguarda o exame com a mesma prioridade de exames em pacientes menos críticos; A remoção de neonato prematuro é mais difícil devido ao maior risco de instabilidade; Domínio de assuntos específicos sobre o neonato: controle da hipotermia, alívio da dor, identificação da dor e estresse neonatal; Ambiente pequeno da viatura; Viaturas com certo grau de deterioração, em quantidade reduzida; Falta de esclarecimento da equipe médica para a família sobre o transporte do bebê e os riscos; O transporte oferece risco ao RN e também eleva os custos do serviço de saúde e Falta de um protocolo específico para o transporte neonatal inter-hospitalar. As dificuldades surgem em vários âmbitos da assistência, com destaque para deficiências associadas à qualificação no cuidado ao recém-nascido. Após a identificação dessas dificuldades por meio dos grupos focais, com base nas falas expostas, foi proposto a construção de protocolo de cuidados de enfermagem em transporte neonatal inter-hospitalar. Assim, o protocolo foi realizado e, posteriormente, a pesquisadora justificou com base na literatura atual. Esta proposta é apresentada em duas etapas. A primeira contempla os cuidados de enfermagem antes do transporte neonatal e a segunda refere-se aos cuidados de enfermagem durante e após o transporte neonatal inter-hospitalar.

Considerações Finais

Conclui-se que enfermeiro precisa de uma boa fundamentação para executar um cuidado efetivo na transferência de neonatos graves, visto que uma assistência pautada em atenção, sensibilidade e vigilância contribui para o sucesso do transporte. O diálogo entre profissionais, a troca de experiências e o respeito à realidade do serviço apoiam a execução dos cuidados, tornando-se possível sugerir protocolos assistenciais em prol da segurança e qualidade. A efetivação dessas ações constitui importante avanço na área de transporte neonatal e também na redução da mortalidade neonatal, principalmente no seu componente neonatal precoce, ou seja, nos primeiros seis dias de vida. A enfermagem, como ciência e arte, possui importante papel no cuidado neonatal e na área de transporte com potencial para inovar e proporcionar uma assistência segura e acolhedora.

Palavras Chave

Transporte de Pacientes. Recém-Nascido. Enfermagem Neonatal. Cuidado da Criança.

Area

Saúde da Criança

Autores

NALMA ALEXANDRA ROCHA CARVALHO, FABIOLA SANTOS LINO, SILVANA SANTIAGO ROCHA