Datos del trabajo


Título

PRESENÇA DO ACOMPANHANTE DURANTE O PROCESSO DE PARTO E NASCIMENTO: VIVENCIA DE PUERPERAS

Introdução

Historicamente o processo de parto e nascimento era vivenciado como um evento da esfera familiar. Com a institucionalização deste processo, este passou a ocorrer em hospitais. Esta mudança distanciou as parturientes de suas famílias, que passaram a ser acompanhadas por pessoas estranhas. Estas modificações tornaram o cenário de parto e nascimento desumanizado, uma vez que a presença do acompanhante é indicador de qualidade e segurança no atendimento de mulheres no processo de parto e nascimento. As mulheres, na presença do acompanhante tendem a ter um parto com menos dor, ansiedade e intervenções, apresentando assim, melhores percepções acerca do parto. Considerando os benefícios da presença do acompanhante, foi aprovada em 2005 a Lei n. 11.108 1, conhecida como “Lei do Acompanhante”, a qual faz parte do movimento em direção a humanização do processo de parto e nascimento. Mesmo com os comprovados benefícios da presença de um acompanhante escolhido pela mulher e sua obrigatoriedade legal, esta inserção não é amplamente realizada em todas a maternidades do país. Os motivos que sustentam a negação deste direito referem-se a não adequação do ambiente e sensibilização de profissionais de saúde.

Objetivos

Descrever a vivência de puérperas sobre a presença do acompanhante durante o processo de parto e nascimento.

Método

Trata-se de um estudo de abordagem qualitativa, que teve como cenário de estudo o alojamento conjunto de um hospital universitário, localizado no interior do estado do Rio Grande do Sul. Adotou-se como critérios de inclusão: puérperas que tiveram seu trabalho de parto e parto assistidos no hospital cenário do estudo, em período de até uma semana após o parto. Como critérios de exclusão: puérperas com patologias maternas graves ou óbito fetal. Participaram do estudo 15 puérperas. Para a geração dos dados foi realizada entrevista em profundidade, que visava compreender aspectos ligados à vivência do trabalho de parto e parto, dentre eles a presença do acompanhante. As entrevistas foram realizadas em uma sala reservada, para garantir a privacidade das participantes. Ressalta-se que o encerramento da coleta de dados ocorreu mediante o critério de saturação temática. A análise dos dados foi realizada com base na análise de conteúdo temática 2. O estudo foi desenvolvido seguindo as recomendações previstas na Resolução nº466 do Conselho Nacional de Saúde 3 e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Instituição (CAAE nº 52157215.9.0000.5346).

Resultados

As puérperas participantes do estudo descreveram a vivência da presença do acompanhante durante o processo de parto e nascimento. Também referiam quem escolheram como seu acompanhante, e ainda, quais foram às ações destas pessoas durante o processo de parto e nascimento. Quanto à escolha do acompanhante, esta se fundamenta no desejo das mulheres de ter alguém de sua confiança, que as transmita calma, as apoie e conforte durante o trabalho de parto e parto. Dentre as pessoas que foram escolhidas como acompanhante, a maioria das mulheres escolheu seu companheiro, enquanto outras mulheres escolheram a mãe, tendo em vista a experiência que estas já possuíam acerca do processo parturitivo. No que se refere às ações desempenhadas pelo acompanhante durante o processo de parto e nascimento, estas se relacionam com o apoio psicológico e físico, que proporciona conforto as mulheres, auxílio no alívio da dor com métodos não farmacológicos tais como massagens, banho e auxílio na deambulação. Nesta direção, as mulheres avaliaram como positiva a presença do acompanhante. Para as que já haviam vivenciado o processo de parto e nascimento sem esse direito garantido, foi observado diferença nas vivências, pois nos partos anteriores a solidão dificultou o processo, causando medo, dor insegurança. Já no parto atual, com a garantia da presença de um acompanhante de sua escolha, sentiram-se mais seguras e amparadas para enfrentar o processo de parto e nascimento.

Considerações Finais

A partir dos resultados pôde-se identificar que as potencialidades da presença do acompanhante sob a perspectiva das puérperas. O apoio proporcionado pelo acompanhante durante o trabalho de parto e parto tende a favorecer a redução das intervenções desnecessárias, como uso de analgésico, pois o acompanhante auxilia e estimula a utilização de métodos não farmacológicos para alívio da dor. Ainda, a presença do acompanhante estimula as mulheres a participar ativamente do trabalho de parto e parto, pois estas se sentem apoiadas e encorajadas por pessoas com que possuem vínculo afetivo. Considerando os movimentos para humanização do processo de parto e nascimento, os acompanhantes são atores fundamentais para que ocorra a humanização deste processo.

Referências
1. Brasil. Presidência da República. Lei n.11.108, de 07 de abril de 2005, Altera a Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, para garantir às parturientes o direito à presença de acompanhante durante o trabalho de parto, parto e pós-parto imediato, no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS. Brasília, DF, 2005.

2. Minayo MCS. O Desafio do Conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 14. ed. São Paulo: Hucitec, 2014.

3. Brasil. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de saúde. Resolução, n.66/2012 - Normas para pesquisa envolvendo seres humanos. Brasília: Ministério da Saúde, 2012.

Palavras Chave

Saúde da Mulher; Parto Humanizado; Acompanhante do Paciente.

Area

Saúde da Mulher

Autores

Fernanda Honnef, Stela Maris de Mello Padoin