Datos del trabajo


Título

IMPACTO SUBJETIVO DO DIAGNOSTICO DO DIABETES MELLITUS GESTACIONAL

Introdução

A gestação é um período em que a mulher vivencia uma série de expectativas permeadas por um turbilhão de sentimentos e emoções. Durante a gestação a mulher passa por períodos de tensão psicológica, mudanças no comportamento e modificações no relacionamento, devido ao aumento da sensibilidade, irritabilidade, labilidade emocional e também no desejo e desempenho sexual, fatores que, se não forem muito bem trabalhados durante o pré-natal, podem acarretar transtornos familiares. Quando a vida ou a saúde da mãe e/ou do feto têm maiores chances de ser atingidas por complicações que a média das gestações, esta gestação é denominada de alto risco e, esse risco pode trazer um acréscimo de dificuldades emocionais e sociais para esta gestante. A gestante que recebe o diagnóstico de DM Gestacional passa a ser uma gestante de alto risco pois, com este diagnóstico ela apresenta um risco maior de várias complicações relacionadas à gestação: parto prematuro, infecções, alterações no volume do líquido amniótico e partos cesáreos. É de extrema importância que esta gestante receba um acompanhamento multidisciplinar, composto por médicos, nutricionistas, enfermeiros, psicólogos e fisioterapeutas. É essencial um aporte emocional adequado, orientação sobre dieta, atividade física, informações e aprendizado sobre diabetes e o uso correto da insulina, quando for o caso. Quando as gestantes são informadas das possíveis complicações que podem ocorrer, experimentam sentimentos de medo e insegurança. Isso se dá porque estas já têm uma história de vida, onde, ser informado de uma possível complicação devido a um mau tratamento por um médico, por exemplo, pode gerar a confiança de que apenas “coisas” ruins poderão acontecer. As intercorrências que podem ocorrer na gravidez tanto com a gestante como com o bebê, a necessidade de um controle alimentar e de internações constantes, geram angústia para a gestante com DM Gestacional. Por outro lado, conhecer como essas gestantes encaram sua gravidez pode auxiliar os profissionais e serviços de saúde na abordagem educativa que é essencial para o controle glicêmico e êxito da gestação.

Objetivos

O objetivo desse trabalho foi investigar como gestantes de alto risco com o diagnóstico de Diabetes Mellitus Gestacional, com acompanhamento pré-natal em um Hospital Público localizado em Brasília – Distrito Federal, enfrentam esta doença desde o impacto do diagnóstico até o seu reflexo no autocuidado, na qualidade de vida e no emocional. Para tanto, foram realizados três processos dialógicos, tendo como foco principal o DM Gestacional, com as gestantes que se interessaram em participar deste estudo.

Método

Após aprovação do Comitê de Ética da Secretária de Estado de Saúde do Distrito Federal - FEPECS / SES / DF, foi realizada uma investigação qualitativa no Hospital Regional da Asa Sul, com gestantes de alto-risco diagnosticadas pela primeira vez com diabetes gestacional, por meio de entrevistas sem roteiro pré-determinado, que foram gravadas, transcritas e analisadas seguindo a epsitemologia qualitativa. As gestantes ouvidas durante este estudo não generaliza o DM Gestacional; apenas abre um leque para que novos estudos sejam realizados para com o intuito de melhorar a prevenção, a construção de saberes e o acompanhamento do DM Gestacional em outras gestantes de alto risco.

Resultados

É importante salientar que cada gestante produziu sentidos subjetivos diferentes umas das outras no decorrer do processo (desde o diagnóstico até o processo de internação).
De acordo com a fala das gestantes, podemos observar a tensão psicológica negativa ou distresse, pode ser considerada um fator psíquico que afete a saúde humana. Nos três casos, podemos observar vários fatores estressantes, que, de alguma forma, podem ter contribuído para o aparecimento de sintomas que caracterizassem o DM Gestacional.
A família pode ser um agente da construção da regressão da gestante. Pensemos aqui em regressão quando a gestante se torna passiva de seu processo de saúde. É interessante como a família pode desejar isso consciente ou inconscientemente com a intenção de que isso pode facilitar os cuidados básicos.
O acompanhamento, apoio e seguimento contínuo da gestante com DM Gestacional por uma equipe multiprofissional de saúde é de grande importância, pois, desta forma é possível prevenir e/ou protelar as complicações que podem ou não ser crônicas, de acordo com a evolução do DM Gestacional (Zanetti, Biagg, Santos, Péres e Teixeira, 2008). Por mais que alguns dos procedimentos sejam invasivos e gerem alguns desconfortos, se fazem, muitas vezes, necessários durante o período gestacional.

Considerações Finais

Este estudo nos faz refletir um pouco mais sobre a vulnerabilidade da saúde da gestante diante de um diagnóstico como o de DM Gestacional. As construções subjetivas elaboradas por estas gestantes não podem ser generalizadas e, muito menos, consideradas como verdade absoluta para todas as gestantes com o mesmo diagnóstico. É importante que se prevaleça a individualidade e a subjetividade de cada diálogo.
Finalizo com a conclusão de que a psicologia continua em constante evolução, e, este estudo é mais uma prova disso. É fato que, possivelmente, nunca consigamos compreender a fundo a relação da gestante com o diagnóstico de DM Gestacional e o processo de internação e tudo mais que possa envolver essa relação, enquanto unidade psicológica, o que nos remete a González Rey (2010) que diz que, desta forma, a pesquisa nunca se esgota nos mostrando sempre várias novos questionamentos que nos levarão a outras várias novos questionamentos., e assim por diante.

Palavras Chave

Gestação. DM Gestacional. Emoções.

Area

Comunicação e Saúde

Autores

Mariana da Silva Pereira Reis