Datos del trabajo


Título

REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE ACADÊMICA(O)S DE UMA UNIVERSIDADE PÚBLICA SOBRE O NÃO USO DE PRESERVATIVO

Introdução

O uso do preservativo se apresenta, atualmente, como o método de maior utilização sendo apontado ainda como eficaz na prevenção das Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) e da gravidez não planejada. Entretanto, sua taxa de uso é reduzida após as primeiras relações sexuais quando tornam-se mais intimas gerando nos indivíduos uma sensação de segurança. No Brasil e no mundo, frente às dificuldades para o uso contínuo do preservativo, as novas tecnologias, como a circuncisão, profilaxia pré-exposição (PreP), dentre outras, são importantes aliadas no combate às IST/HIV/Aids. Buscar a combinação de estratégias de prevenção, bem como a ampliação das alternativas e ofertas em unidade de saúde, principalmente para as populações mais vulneráveis e afetadas se constitui ação necessária. Principalmente devido às taxas de concentração dessas IST nas regiões Norte e Nordeste, com maior crescimento linear na taxa de detecção do HIV, chegando a um aumento de até 66,4% para o Norte e 35,7% para o Nordeste em 2016 na faixa etária de entre 25 e 39 anos1. As Representações Sociais se constituem em modos de saber e de conhecer sobre um objeto modelado, de forma diretamente legível por meio de suportes que conglomeram aspectos comportamentais, recursos materiais e também linguísticos. Além de permitir a construção de novos conhecimentos e saberes.

Objetivos

Apreender as representações sociais de acadêmica(o)s de uma universidade pública sobre o não uso de preservativo nas relações sexuais.

Método

Estudo descritivo de abordagem qualitativa, com referencial teórico-metodológico nas Representações Sociais. Participaram do estudo 215 estudantes, regularmente matriculados em todos os cursos existentes em uma Instituição de Ensino Superior (IES) pública, nos cursos de Licenciaturas em Pedagogia, Matemática e Ciências Biológicas; e, Bacharelados em Ciências Contábeis e Enfermagem, no período de abril a outubro de 2017. De Cada curso participaram duas turmas, onde o critério de inclusão foi: uma turma de início de formação (1º ou 2º semestre) e a segunda turma em processo de finalização do curso (7º ou 8º semestre). A associação livre de palavras foi a técnica utilizada para captar as representações sociais da(o)s participantes, por meio do termo indutor “sexo sem preservativo”. As evocações foram registradas, em seguida solicitou-se que as categorizassem hierarquicamente, por ordem de importância. Realizou-se o processo lexical das palavras evocadas, visando tornar os resultados mais consistentes e facilita a análise e discussão. O corpus foi processado por meio do software EVOC (Ensemble de Programmes Pemettant L Analyse des Evoctions) Versão 2005, que trouxe a luz um quadro de quatro casas onde as maiores frequências e as ordens médias são os critérios considerados2. Em respeito aos fins éticos e legais esta pesquisa foi aprovado pelo comitê de ética da Universidade do Estado da Bahia sob número de CAAE 64001517.0.0000.0057.

Resultados

A maioria da(o)s discentes se autodenominaram mulheres (74,4%); prevalecendo a faixa etária entre 20 e 30 anos (67,4%). No tocante a Religião/Crença/Denominação, 74,9% são cristã(õ)s, subdividida(o)s em maioria católica e evangélica; 92,5% se auto referiram heterossexuais. Com inserção numa relação de união estável de 68,4% e 43,2% assumiram gostar de usar o preservativo nas relações sexuais. O quadro de quatro casas revelou o termo IST como componente do provável núcleo central das representações sociais sendo evocado 191 vezes (88,9%) e tendo a maior frequência e o menor Rang (1,634). Ainda configurando o núcleo central apareceram os termos Gravidez, Gravidez/Indesejada e Risco. No entanto, 34,9% das/os participantes afirmaram não gostar de usar o preservativo nas relações sexuais, devendo ainda levar em conta que praticamente 22% optaram por não responder a essa questão. No quadrante superior direito do quadro de quatro casas, os termos Irresponsabilidade, evocado 57 vezes e Prazer 58 vezes, garantem sustentação ao núcleo central. Observa-se no quadrante inferior esquerdo a presença do termo HIV evocado 31 vezes, revelando que para o grupo social analisado essa palavra, apesar de configurar-se como uma IST, dentre tantas outras, merece destaque especial ao falar sobre o não uso do preservativo. No quadrante inferior direito do quadro, apresentam-se os termos confiança, falta de informação, medo, aborto, filhos, culpa, loucura. Apesar de não serem termos sólidos e homogêneos é preciso ampliar o olhar para perceber que alguns desses termos, a exemplo de confiança e falta de informação, provavelmente já estiveram presentes em outros momentos no núcleo central das representações desse e de outros grupos específicos. Os sentidos apresentados por interposição dos elementos cognitivos coadunam com a caracterização do grupo estudado onde cerca de 30% não iniciaram a vida sexual, mais de 50% declaram-se monogâmicos e 20% declaram dificuldade de acesso. Tais características justificam que no quadrante inferior direito os elementos evocados reforcem o contraponto que assume o “risco” do não uso de preservativo: conviver com o sentimento de culpa e medo e, assumir uma gravidez ou aborta-la.

Considerações Finais

Os termos evocados salientam as consequências da prática sexual desprotegida: IST e gravidez indesejada, contrapondo com a assunção de riscos à comportamentos vulneráveis explicitados pela a busca do prazer em ter relações sexuais sem o uso do dispositivos de prevenção pela a sensação da adrenalina no risco eminente ou por não se identificar como indivíduo em uma provável aquisição das IST. As/os acadêmica(o)s, se configuram como um grupo social rico em informações empíricas e científicas possibilitando a apreensão de que a sexualidade, o sexo e as formas de fazê-lo ainda são temas que carecem de discusões e pesquisas que ampliem os olhares às novas tecnologias de prevenção as IST/HIV/Aids e seus meios de oferta a população jovem.

Palavras Chave

Preservativo; HIV; Representações sociais; Acadêmicos

Area

Gênero, Sexualidade e Saúde

Instituciones

Universidade do Estado da Bahia - Bahia - Brasil

Autores

Cleuma Sueli Santos Suto, José Andrade Almeida-Junior, Dejeane Oliveira Silva, Alexia Aline Silva Moraes, Fabiane Silva Santos, Marizete Alves da Silva de Amorim Barreto, Gizélia Santos Souza