Datos del trabajo

Título

AS PERCEPÇÕES DOS MOTORISTAS DE ÔNIBUS: A VALORIZAÇÃO COMO POSSIBILIDADE DE PROMOÇÃO À SAÚDE

Introdução

O trabalho dos motoristas de ônibus é de grande importância, pois, dirigindo defensivamente, os profissionais podem evitar grande número de óbitos em nossas rodovias. As empresas de transportes devem investir na profissão do motorista promovendo cursos de capacitação e regularmente efetuar a manutenção dos veículos em prol da segurança no trânsito e para o condutor e os passageiros.

Objetivos

Descrever as percepções dos motoristas de ônibus quanto à vivência no trânsito e os possíveis efeitos do cotidiano da mobilidade urbana nos motoristas. A fim de acessar a percepção dos participantes, a questão norteadora é a seguinte: Como você vivencia o trânsito?

Método

Este estudo é de abordagem qualitativa descritiva e o referencial é a fenomenologia de Merleau-Ponty. O autor procurou aproximar o histórico social do corporal e das significações. Aprovada pelo comitê de ética em pesquisa do Hospital Universitário Antonio Pedro, sob CAAE 64110016200005243. O pensamento merleau-pontiano inovou no campo dos estudos do fenômeno e percepção ao considerar a percepção como conhecimento do corpo em si mesmo, anterior ao saber reflexivo. Portanto, a corporeidade detém a consciência e, nela, a percepção situa o corpo no mundo. A fenomenologia de Merleau-Ponty permite ao pesquisador se despir de seus pré-conceitos e pré-conhecimento para junto com o entrevistado acessar o fenômeno a ser estudado, compreendê-lo a partir do olhar do outro. O significado da vivência, do fenômeno, é singular e ao mesmo tempo compreensível na entrevista fenomenológica. Foram feitas 15 entrevistas, não houve perda amostral. Os participantes autorizaram o uso de gravador mp3.

Resultados

Os motoristas descreveram episódios diários no exercício de sua profissão, especialmente a dificuldade dos demais motoristas de diferentes veículos lidarem com os ônibus no trânsito e como o corpo deles reage ao dia a dia, o comportamento dos demais condutores apareceu como aspecto estressante para estes motoristas, o trânsito e as condições dos assentos do ônibus são fonte de desgaste e dores para o corpo. O estresse é um agravante para a insatisfação do motorista com sua profissão. O desrespeito à ergonomia altera as dimensões cognitivas e fisiológicas do trabalhador. As necessidades do motorista de ônibus superam o mecanicismo das ações meramente curativas. Os fenômenos patológicos fazem variar, sob nossos olhos, algo que não é a pura consciência do objeto, a existência, a relação com o corpo, o cotidiano do trabalho, a vida pessoal. As variações no trânsito estão representadas no significado do sintoma.

Considerações Finais

Faz-se necessário conhecer a percepção destes profissionais quanto à sua responsabilidade e seu conhecimento sobre mobilidade urbana. Teremos, então, a possibilidade de devolver à sociedade um estudo pautado no compromisso com a vida do próximo, pois, ao dirigir, o motorista leva, além de pessoas, sonhos e projetos. Movimentar a sociedade é manter a vida produtiva de cada estudante, de cada profissional. Perceber esse protagonista neste momento social que vivemos poderá contribuir para os avanços da mobilidade urbana, transcendendo os investimentos capitais, tornando o trânsito menos hostil, obedecendo às leis de trânsito e respeitando a vida. Concluímos que o motorista é a força motriz para o serviço do transporte e dar voz ao motorista de ônibus é possibilitar a superação da invisibilidade social muitas vezes presente no contexto da mobilidade urbana, dar significado às percepções dos motoristas é imprescindível para a valorização destes profissionais.

Palavras Chave

Enfermagem; Pesquisa Qualitativa; Saúde do trabalhador

Area

Promoção da saúde