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Título

VIVÊNCIAS E SENTIMENTOS DE MÃES E PAIS FRENTE À DEPRESSÃO DO FILHO ADOLESCENTE: UM ESTUDO CLÍNICO-QUALITATIVO

Introdução

A depressão em adolescentes é predominantemente um problema de saúde mental refletindo como um impacto na união e harmonia familiar. Existem evidências de estudos que descreveram a prevalência de doenças mentais dentro das famílias com o foco nas crianças, quase 50% de todas as doenças mentais iniciam-se antes dos 14 anos de idade e mais de 20% dos pais tem uma doença mental. Encontram-se comprovações que confirmam a hipótese genética e neurobiológica na base do transtorno depressivo e estudos recentes confirmam que há associação entre os sintomas depressivos no pai e sintomas depressivos nos filhos adolescentes. Nesse âmbito, identificamos acima que há vastos estudos correspondentes à investigação da doença, quanto aos seus aspectos clínicos e farmacológicos, envolvendo adultos, crianças e adolescentes, apontando em seus resultados dados significativos levantados nesse contexto, mencionados e qualificados sobre a importância da figura dos pais, no entanto, observamos proporcionalmente, que pesquisas primárias tendo como objetivo principal, as relações subjetivas das experiências da parentalidade com adolescentes depressivos, são escassas, principalmente, em se tratando da metodologia qualitativa.
A depressão é determinada como uma doença, que induz a um incômodo significativo criando disfunções de ordem: comportamental, social, orgânica, intelectual e psicológica, ou seja, o transtorno depressivo é considerado uma doença psiquiátrica grave, pois, interfere no desenvolvimento psíquico saudável do ser humano, visto que há prejuízos nas relações familiares, sociais, perda do rendimento acadêmico, além de afetar a produtividade no trabalho. Assim sendo, a qualidade de vida do individuo doente é afetada significativamente, pois, há danos comprometedores nessas esferas de ordem afetiva e social.
Por outro lado, encontra-se a família que guarda esse adolescente. A família pode ser compreendida como um grupo social, pois nesse ambiente se originam e concebem condutas e padrões concretos e simbólicos para a adequação, aperfeiçoamento e evolução das categorias da própria ordem familiar. Por isso, é importante pensar a família como uma base da organização e de um sistema social. Assim, prossegue afirmando que a depressão instaurada no adolescente pode ser investigada no atributo dos vínculos precoces constituídos entre pais e filhos. Inerente à depressão, o vinculo expressam uma especificidade de ordem insegura, provenientes de falhas do cuidador de fornecer subsídios primordiais à criança.

Objetivos

Compreender as vivências emocionais de pais e mães de adolescentes com depressão em tratamento no ambulatório de psiquiatria do adolescente.

Método

A pesquisa clínico qualitativo, aplicada a Ciências da Saúde, utiliza-se o entendimento apresentada a Ciências Humanas, nesse caso, o enfoque não está no fenômeno propriamente, mas na subjetividade que ocupa um lugar de destaque, pois visa à compreensão de um significado ou entendimento, tanto individual ou coletivo em sua representatividade na vida dos sujeitos.A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa/Unicamp- CAAE 53690016.9.0000.5404, sob o parecer nº 2414107. Através do emprego da técnica da entrevista semiestruturadas de questões abertas, para uma amostra fechada pela técnica de saturação, resultando 14 sujeitos selecionados no ambulatório de psiquiatria do adolescente de um hospital universitário, no interior de São Paulo. As entrevistas conduzidas foram gravadas após leitura explicativa do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e, posteriormente, transcritas na íntegra em arquivo eletrônico. No tratamento dos dados, após emprego de leituras flutuantes do corpus, o conjunto das entrevistas, ocorreu à categorização pela análise de conteúdo,, à luz de um quadro de referenciais teóricos, composto a partir dos conhecimentos da teoria psicanalítica e da psicologia médica.

Resultados

As cinco categorias discutidas encontradas : Vivências dos pais frente à doença do filho; Vivências do (des) cuidado na rede de apoio recebida: percepção dos pais; Depressão do filho no contexto escolar: perspectiva dos pais, Dimensões subjetivas dos pais no tratamento ambulatorial e Ideação suicida: conflitos vivenciados pelos pais e o cuidado recebido.
As vivências emocionais dos discursos dos pais foram de fato, marcadas pela culpa, cuidado, sofrimento em não saber lidar com o filho, além do estigma causado pela exclusão social relacionado à doença mental . Por outro lado, apesar de um diagnóstico, os entrevistados não demostraram ter conhecimento ou informações sobre a dpença evocando sentimentos de despreparo, tanto no manejo do tratamento, como, na relação com o filho, evidenciando outro comprometimento derivado da doença psíquica.

Considerações Finais

Uma das principais causas, e condições inerentes ao suicídio estão às doenças mentais, principalmente a depressão. O comportamento suicida rotula-se em três grupos caracterizados: ideação suicida, tentativa de suicídio e suicídio consumado. A ideação suicida permanece em um dos extremos, o suicídio concretizado no outro e a tentativa de suicídio entre ambos. Tais fatores acima foram explorados, denunciando a necessidade de tratamento psicológico para os pais, justamente, por sentirem-se impotentes diante da possibilidade de uma morte anunciada. A doença funciona como um sintoma que denuncia um estado psíquico resultante de todo os seu desenvolvimento. O tratamento psicológico para esses adolescentes será de grande valia, porém, a atitude dos pais frente às mudanças necessárias para o enfoque terapêutico, deve ser concebida de tal modo, como uma base fundamental para a evolução do tratamento. Tendo destaque o estigma da doença e o distanciamento social dos genitores, as intervenções nas esferas que refletem a relação: equipe de saúde-cuidadores e o apoio social, são estruturas fundamentais que requerem ações que promovam um fortalecimento, sensibilização e conscientização quanto à relevância da divulgação e promoção da saúde mental, principalmente, por a depressão ser considerada pela Organização Mundial de Saúde como o mal do século.

Palavras Chave

parentalidade; depressão;saúde metal; adolescente, pesquisa qualitativa

Area

Saúde Mental

Autores

GERUSA MARCONDES PIMENTEL ABREU LIMA, CLAUDINEI JOSÉ GOMES CAMPOS