Datos del trabajo


Título

Odontogeriatria em cursos de graduação: percepção sobre as fragilidades na formação universitária

Introdução

O crescente envelhecimento da população tem se tornado realidade e amplia-se em razão da queda nas taxas de natalidade e o prolongamento da expectativa de vida. Tal fato traz preocupações a respeito do impacto deste fenômeno na sociedade, visto que o indivíduo idoso apresenta maior carga de enfermidades crônico-degenerativas1,2. Também são reportadas na literatura científica alterações bucais, as quais demandam ações e serviços de saúde diferenciados. Na Odontologia, a área específica da Odontogeriatria, primeiro teve como objetivo acrescentar o conhecimento e compreensão sobre o envelhecimento na população, procura promover maior compreensão sobre o envelhecimento e seu impacto na saúde bucal, bem como ações de cuidado adequadas às necessidades dos idosos3. Para tanto, a formação de profissionais capacitados, que compreendam os aspectos relacionados ao envelhecimento e o impacto na saúde bucal, é desejada4.

Objetivos

O objetivo desta pesquisa foi conhecer a percepção sobre fragilidades na formação dos alunos de graduação em Odontologia relacionadas ao ensino de Odontogeriatria.

Método

Trata-se de uma pesquisa de carácter transversal, exploratória, descritiva, de abordagem qualitativa. Foi realizada em faculdades/cursos de Odontologia de universidades públicas de cinco países de América do Sul: Brasil, Chile, Argentina, Colômbia e Peru, sendo os cursos intencionalmente selecionados pelo tipo, natureza e carga horária da disciplina. Para a seleção das instituições de ensino participantes da pesquisa, foram utilizados como critérios de inclusão a presença de curso de odontologia em universidades públicas destes cinco países, contendo a disciplina de odontogeriatria (ou similar/equivalente) em sua matriz curricular. Com relação aos sujeitos participantes os critérios empregados foram: para professor, atuar como responsável pela disciplina de odontogeriatria (ou similar/equivalente) há ao menos 1 ano e, para estudante, estar regularmente matriculado no curso de graduação e cursando o último ano de odontologia. Foram excluídos os cursos de odontologia de Universidades Públicas que não apresentavam a disciplina de odontogeriatria (ou similar/equivalente) e os cursos que, após contato por e-mail, não responderam ou não autorizaram a realização do estudo com seus professores e alunos. Como sujeitos de pesquisa foram excluídos os professores substitutos e com menos de um ano nesta função. Também foram excluídos alunos sem matrícula regular (alunos ouvintes ou especiais). Como amostra final contou-se com a participação de 50 pessoas, entre docentes que ministram a disciplina de odontogeriatria (ou similar/equivalente) e alunos do último semestre/ano do curso. Os dados foram coletados entre os meses de maio a agosto de 2015 e dividida em 4 etapas: seleção das Universidades, seleção das Universidades participantes da pesquisa, convite de participação e entrevistas. Foram realizadas entrevistas abertas e semiestruturadas, gravadas e analisada por meio da técnica de Análise de Conteúdo, com o auxílio do software Atlas-Ti®. Aprovação CEP da Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina nº. 984.051.

Resultados

Após a análise do conteúdo das entrevistas, os resultados obtidos foram apresentados sob a forma de categorias. Foram formulados códigos que definem e dão sustentação às categorias. Foi abordada nesta pesquisa, uma das categorias de análise resultantes do estudo, referente aos aspectos relacionados às Fragilidades no ensino da odontogeriatria, que trata das dificuldades e lacunas percebidas pelos participantes e, consequentemente, das necessidades na formação dos alunos de graduação em odontologia nesta área. Os participantes confirmam a relevância da presença da disciplina de Odontogeriatria na matriz curricular dos cursos de Odontologia. No entanto, apontam algumas fragilidades relacionadas ao processo ensino-aprendizagem da disciplina que impactam na formação do aluno, dentre as quais se evidenciam os problemas relacionados à estrutura curricular, que restringe a carga horária, aos cenários poucos diversificados para as atividades práticas e a falta de referencial teórico de suporte. Os participantes referiram a necessidade de uma reavaliação e consequente mudança nos conteúdos específicos de geriatria e gerontologia, de forma a apresentar aos alunos um caráter mais atualizado sobre as condições de vida e saúde da população idosa.

Considerações Finais

Os achados indicam a necessidade de reavaliação e consequente mudança nos conteúdos específicos, inserindo questões sobre a atualidade das condições de vida e saúde, possibilitando uma visão ampliada sobre a população idosa. Além disso, ressalta-se a melhor qualificação dos professores para que proporcionem aos alunos os conhecimentos e as ferramentas necessárias para o adequado cuidado da saúde bucal dos idosos e, também, a ampliação das possibilidades para os alunos aplicarem os conteúdos teóricos em cenários práticos diversificados. Além disso, o processo ensino-aprendizagem precisa ser atraente para motivar o aluno a trabalhar com a população idosa, impactando positivamente sua condição de saúde bucal.

Palavras Chave

Odontologia Geriátrica, Educação em Odontologia, Envelhecimento, Ensino, Idoso.
Referências: 1. CARVALHO, Claudia Reinoso Araujo de; HENNINGTON, Élida Azevedo. A abordagem do envelhecimento na formação universitária dos profissionais de saúde: uma revisão integrativa. Revista Brasilera de Geriatria e Gerontologia. Rio de Janeiro, v. 18, n. 2, p. 417-431, 2015, 2. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). Relatório Mundial de Envelhecimento e Saúde. p. 1-28, 2015, 3. MOHAMMAD, Abdel R.; PRESHAW, Philip M.; ETTINGER, Ronald L. Current status of predoctoral geriatric education in U.S. dental schools. Journal of Dental Education, v. 67, n. 5, p. 509-514, May. 2003, 4. ETTINGER, Ronald. L. A 30-year review of a geriatric dentistry teaching programme. Gerodontology, v. 29, p. 1252-1260, 2012.

Area

Saúde do Idoso

Autores

María del Rosario Ruiz Núñez, Heloisa Godoi, Ana Lúcia Schaefer Ferreira de Mello