Datos del trabajo


Título

A CONTRIBUIÇAO DE ENFERMEIROS EXPERTS EM BRAQUITERAPIA NA CONSTRUÇAO DE INSTRUMENTO PARA AVALIAÇAO E CLASSIFICAÇAO DA ESTENOSE VAGINAL POS-BRAQUITERAPIA VAGINAL

Introdução

O câncer do colo de útero e outros cânceres ginecológicos são reconhecidos por sua incidência dentre as mulheres no Brasil e no mundo, sendo a braquiterapia uma das formas de tratamento dessas doenças. A braquiterapia utiliza fontes de radiação em contato direto com os tecidos a serem irradiados. Como consequência da braquiterapia a mulher poder apresentar estenose vaginal, que leva à disfunção sexual e dificulta para a realização de exames ginecológicos clínicos de rotina, indispensáveis no seguimento clínico dessas mulheres. A estenose vaginal pode surgir durante o tratamento ou anos após, como resultado da toxicidade tardia. Enfermeiras atuantes em instituição oncológica do sul do Brasil referiram a inexistência de padronização para avaliação e classificação da estenose vaginal e, estudo de revisão realizado em publicações indexadas constatou o referido pelas enfermeiras. Diante desse contexto foi elaborado instrumento para avaliação e classificação da estenose vaginal e julgou-se necessário avaliar a qualidade dos conteúdos que compõem esse instrumento por experts em braquiterapia.

Objetivos

Este estudo tem o objetivos de descrever as contribuições dos enfermeiros no processo de validação dos conteúdos do instrumento que avalia e classifica da estenose vaginal a ser aplicado por enfermeiros em mulheres com câncer do colo do útero ou ginecológico pós-braquiterapia pélvica.

Método

Estudo descritivo, com abordagem qualitativa e quantitativa. Para validação dos conteúdos utilizou-se rodadas de avaliação, conforme preconizado pela Técnica Delphi. A apreciação ética está registrada no CAAE 49461715.7.0000.012. A coleta de dados foi realizada entre dezembro de 2015 e abril de 2016. Os participantes do estudo foram dez enfermeiros experts atuantes na área da braquiterapia, com no mínimo um ano de experiência em braquiterapia no território nacional, com título mínimo de especialista. Os participantes do estudo foram selecionados por meio da indicação de enfermeiras atuantes na enfermagem oncológica. Foram dez enfermeiros convidados e incluídos no estudo, quatro enfermeiros do estado de Santa Catarina, três do Rio Grande do Sul, dois do Paraná e um do Rio de Janeiro. A definição dos Estados para inclusão no estudo ocorreu por conveniência. Os conteúdos do instrumento para análise e validação dos enfermeiros foram disponibilizados via ferramenta do GoogleDrive/Microsof. Para cada conteúdo os experts registraram a concordância total, parcial ou discordância, e ainda, registraram no formato descritivo as recomendações ou justificativas de mudanças, ou seja, suas contribuições no processo de validação dos conteúdos. Os dados foram agrupados e para cada item avaliado foi calculado o percentual de concordância total, parcial e de não concordância emitida por todos os experts. Definiu-se que 78% de concordância total, ou mais, no somatório das avaliações dos experts, seria considerado validado. Para os conteúdos com percentuais de concordância inferiores foram feitos ajustes nos conteúdos de acordo com as recomendações dos experts, que foram agrupadas qualitativamente e incluídas no instrumento para nova rodada de avaliação. Foram realizadas três rodadas de avaliação. Na segunda e terceira rodada um expert não retornou o formulário avaliativo, sendo então excluído dessas rodadas. Todas as sugestões dos experts foram incluídas nos conteúdos mesmo aqueles que atingiram o percentual de validação na primeira rodada.

Resultados

Na primeira rodada de validação, dos 13 conteúdos avaliados, três não atingiram o percentual mínimo necessário, um foi excluído. Ao término da terceira rodada todos os conteúdos atingiram o percentual mínimo para permanência no instrumento. A totalidade das contribuições dos experts agrupadas é apresentada a seguir: no conteúdo relação sexual os experts recomendaram a substituição da pergunta: Você mantém relações sexuais? para: Você mantém relações sexuais com penetração vaginal?; no conteúdo percepção de dor foi sugerido deixar claro as características da dor e redução do número de perguntas, reduzindo repetições e melhorando a compreensão pela paciente; no conteúdo sangramento vaginal houve a indicação de inclusão da secreção vaginal, considerando que algumas pacientes apresentam esse sintoma; no conteúdo relacionado à orientação do exercício de dilatação vaginal realizada pelos enfermeiros, foi recomendado a inclusão da orientação incluindo outros profissionais da saúde, devido observação de que em alguns serviços de saúde essas orientações também ofertadas por profissionais da fisioterapia; no conteúdo exame ginecológico prévio foi sugerida a inclusão de perguntas questionando a data da realização do exame após o término da braquiterapia e se ocorreram dificuldades ou desconfortos durante a realização do exame; quanto ao conteúdo lubrificação vaginal, houve alteração para ressecamento vaginal e uso de lubrificante, com a finalidade de chamar mais atenção ao sintoma; o conteúdo: uso de absorvente íntimos foi excluído considerando o percentual de concordâncias parciais e discordâncias atrelado a justificativa de que a mulher após a braquiterapia entra em falência ovariana, não tendo mais os períodos de menstruação e a necessidade do uso de absorventes íntimos; assim, o uso de absorvente íntimo também foi retirado do conteúdo relacionado à classificação da estenose vaginal (grau 1 e 2); ainda no conteúdo relacionado à classificação da estenose vaginal foram recomendado ajustes na elaboração do texto; para melhor compreensão do conteúdo: prescrições de enfermagem orientadas ou implementadas foi recomendado a a substituição do termo prescrições para intervenções. Os conteúdos relacionados aos desconfortos e questionamentos; realização do exame ginecológico durante a aplicação do instrumento (consulta de enfermagem); encaminhamentos para outros profissionais e título do instrumento (Avaliação e Classificação da Estenose Vaginal pós-braquiterapia de alta taxa de dose) foram mantidos sem necessidade de alterações no texto ou aparência.

Considerações Finais

As contribuições dos experts permitiram a avaliação da pertinência dos conteúdos para a avaliação e classificação da estenose vaginal pós-braquiterapia e a melhoria dos conteúdos. Os achados desse estudo contribuem para padronizados da técnica para uso dos enfermeiros e melhoria da avaliação da mulher pós-braquiterapia pélvica, para controle da estenose vaginal, ou seja, para proporcionar qualidade de vida e saúde sexual.

Palavras Chave

Enfermagem oncológica. Braquiterapia. Constrição patológica.

Area

Outros

Autores

Rafaela Dutra Nunes da Silva, Luciana Martins da Rosa, Vera Radünz