Datos del trabajo


Título

COMUNICAÇAO NA FORMAÇAO DO ENFERMEIRO: CONCEPÇOES DE DOCENTES DE ENFERMAGEM DE UMA INSTITUIÇAO DE ENSINO SUPERIOR

Introdução

A comunicação pode ser entendida como prática social que advém da interação entre seres humanos, expressa por meio da fala (aspecto verbal), escrita, comportamentos gestuais, distância entre os participantes, toque (aspectos não-verbais). A habilidade da comunicação constitui uma das cinco competências gerais, estabelecida pelas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) para os cursos da área da saúde, sendo pontuado que os profissionais de saúde devem ser acessíveis e devem manter a confidencialidade das informações a eles confiadas, na interação com outros profissionais de saúde e o público em geral. A comunicação envolve comunicação verbal, não-verbal e habilidades de escrita e leitura; o domínio de, pelo menos, uma língua estrangeira e de tecnologias de comunicação e informação. Ao abordar a comunicação como habilidade relevante durante a formação e instrumentalizar discentes com ferramentas para maior propriedade no uso da habilidade de comunicação, os docentes poderão contribuir para o desenvolvimento de competências na interação com o usuário, não apenas para transmissão de informações, mas reconhecendo no ato comunicativo a realidade sócio-cultural do sujeito, suas representações e saberes. O papel e as relações que se estabelecem na relação professor-aluno ao longo da formação são requisitos cruciais e indispensáveis para a abordagem da comunicação do futuro enfermeiro, tendo em vista que possíveis abordagens e posturas do docente poderão influenciar de forma positiva ou negativa o uso da comunicação por parte desse futuro profissional.

Objetivos

Compreender as concepções de comunicação de docentes do Ensino Superior em Enfermagem e a influência dessas concepções para a sua atuação assistencial e docente.

Método

Estudo de natureza qualitativa, do tipo estudo de caso, realizado em uma Instituição de Ensino Superior pública, localizada no nordeste do Brasil. Para a coleta de dados, utilizou-se um roteiro de entrevista semiestruturada, o qual contemplava o conceito de comunicação em sala de aula e na prática assistencial, importância da comunicação para a formação do enfermeiro, benefícios e desafios da comunicação efetiva em sala de aula e na prática assistencial. Os dados foram gravados, transcritos e analisados por meio das etapas de codificação propostas por Yin (2016).

Resultados

Participaram 10 docentes. A concepção de comunicação para os entrevistados esteve relacionada à quatro códigos analíticos: relacionamento através da linguagem verbal e não verbal; forma de estabelecer relações; troca feita por meio do diálogo e instrumento que auxilia no processo educativo. Durante a graduação de enfermagem, é esperado que o aluno desenvolva competências e habilidades para atuar como gestor, educador, promotor de saúde, dessa forma, o cuidado por parte do enfermeiro está diretamente ligado à comunicação, logo, o preparo iniciará na graduação, momento no qual os docentes terão a missão de preparar o estudante para a vida profissional, bem como, cabe ao aluno o interesse de aprender. Dessa forma, as relações estabelecidas entre docente-discente tornam-se requisitos fundamentais para a forma de lidar com a comunicação por parte do futuro enfermeiro, levando em consideração a influência que o docente será para o seu estudante, tornando-se modelo para o mesmo, essa influência exercida pelo docente pode ser de forma positiva ou negativa. Para uma comunicação efetiva, os docentes consideraram a humanização, linguagem clara e adequada ao público alvo, diálogo e participação de todos os atores envolvidos no ato educativo, empatia e amorosidade. Para que haja a comunicação, deve existir relações interpessoais. Torna-se importante que o professor tenha a sensibilidade de não se deter em codificar sua mensagem, mas sim, torna-la decodificável para o estudante. Esta preocupação por parte do docente é de extrema importância, pois, o comunicador precisa ter a capacidade de perceber a reação do outro. Tendo essa preocupação com a linguagem, o professor já estará ensinando ao estudante a importância de se ter uma linguagem clara e acessível ao público trabalhado. Uma vez que, a sensibilidade e cuidado torna-se instrumento importante para uma comunicação efetiva em todos os meios em que haja comunicação. Ao longo do curso da graduação, faz-se necessário uma abordagem clara, dialógica, relacional e dinâmica por parte do docente, seja nas aulas teóricas, prática ou em estágio, tendo em vista que nas diversas situações de atuação do enfermeiro o mesmo deverá se comunicar de forma expressiva e relacional com o indivíduo sob seus cuidados, tornando-se se a comunicação trabalhada ao longo da graduação relevante na futura prática profissional.

Considerações Finais

A comunicação em sala de aula e a comunicação assistencial do enfermeiro podem ser vistas como complementares e relevantes na formação do futuro profissional de saúde. Os docentes entrevistados estabeleceram relações entre comunicação e humanização, diálogo e valorização dos aspectos verbais e não verbais. Deve ser levado em consideração o estudante, ser humano, que tem suas necessidades, que vão além de conteúdos que serão apreendidos. Havendo essa sensibilidade por parte do professor, as necessidades pedagógicas do estudante serão identificadas, e, posteriormente, estes poderão estabelecer relações comunicativas mais efetivas em ambientes do cuidado.

Palavras Chave

Comunicação; Enfermagem; Educação

Area

Políticas e processos de formação de profissionais e pesquisadores

Instituciones

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO - Pernambuco - Brasil

Autores

Lunara Oliveira de Farias Mota Santos Lunara, Jhullyany Santos Duarte Jhullyany , Maria das Graças de Arruda Silva Rodrigues Maria das Graças, Maria Wanderleya de lavor Coriolano Marinus Wanderleya