Datos del trabajo


Título

A ASSISTENCIA DE ENFERMAGEM FRENTE A TECNOLOGIA DURA EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

Introdução

A tecnologia dura trouxe avanços em diversos campos da sociedade, em especial, no hospitalar corroborou para recuperação da saúde e manutenção da vida; porém é perceptível que a relação profissional/cliente em ambiente densamente tecnológico, como o de unidade de terapia intensiva (UTI), possa ser influenciada pela tecnologia durante a assistência. Essa interferência necessita de investigação para análise de seu efeito no cuidado que empodera a máquina, por sua aparente confiabilidade terapêutica, em detrimento do sujeito humano foco da atenção hospitalar. Uma vez que a supervalorização da tecnologia associada ao estresse e rotina burocratizada automatizam o cuidado, é questionável se o cuidado da enfermagem tem o objetivo de promover conforto ou apenas o cumprimento de rotinas diárias impostas por um cenário tecnicista que trouxe proximidade à cura médica, que nem sempre é possível. O cuidado que visa ao conforto em unidades críticas é desafiador, mas não inexequível; haja vista ser prescrito e desempenhado por equipe de enfermagem cuja essência profissional deva se basear no suprimento das necessidades humanas básicas, que objetivam não só o conforto físico, como o emocional, social e espiritual.O modelo téorico de Wanda Horta fundamentado na Teoria das Necessidades Humanas Básicas de Maslow é a referência para o cuidado holístico ao paciente de UTI. Logo, indagar sobre o cuidado holístico e o cuidado automatizado que circundam a vivência cotidiana no ambiente tecnológico de saúde, para que tal questionamento nos aproxime da reflexão crítica sobre nossa atuação enquanto profissionais, ponderando o esse ambiente e a mão-de-obra especializada sobre o que deva ser uma qualidade assistencial, e não somente o puro racionalismo médico. Questionar até que ponto a tecnologia é favorável à promoção de conforto, se o enfermeiro intensivista pauta seus diagnósticos de enfermagem no atendimento às necessidades humanas básicas do cliente ou nos dados eletrônicos de monitores estimularam a encontrar respostas que possam levar a outras perguntas e respostas que constroem o objeto deste estudo: a utilização de tecnologias duras no cuidado intensivo.

Objetivos

Analisar as consequências da tecnologia dura para o cuidado de Enfermagem numa perspectiva relacional; identificar a percepção da Enfermagem sobre conforto no ambiente tecnológico da UTI; destacar sinais compatíveis com desconforto no monitor multiparamétrico; identificar ações de Enfermagem que caracterizem promoção de conforto.

Método

Estudo descritivo-exploratório com abordagem qualitativa cujo cenário será uma unidade de terapia intensiva adulto de um hospital privado situado no município de Resende/Rio de Janeiro. Os sujeitos serão profissionais enfermeiros de nível médio e superior atuando em terapia intensiva adulto há mais de 6 meses e que autorizarem suas participações conforme a Resolução 196/96. O critério de exclusão será profissionais de enfermagem de nível médio e superior que não atuem em UTI ou tenham experiência inferior a 6 meses. A coleta dos dados será realizada por meio de entrevista com roteiro semiestruturado acerca da tecnologia dura em UTI, conforto e humanização do cuidado, bem como consulta aos prontuários dos clientes. A escolha pelo método qualitativo possibilita a apreensão de significados e interpretações que as pessoas dão a determinadas experiências, tornando possível a valorização da subjetividade, como ela age frente a determinados fenômenos, possibilitando conhecer processos na relação saúde-doença que contribua para a melhoria da qualidade assistencial e segurança do cliente. A entrevista será realizada em local reservado escolhido pelo entrevistado, utilizando como recurso tecnológico o gravador. Para análise dos dados será utilizada a técnica de análise de conteúdo formulada por Bardin. Os resultados obtidos serão tratados estatisticamente, permitindo a elaboração de tabelas que condensam e destacam informações fornecidas para análise. Para esta etapa será utilizado o software Iramuteq Alpha 7.2. Neste software, as análises são realizadas mediante um grupo de textos que retratem um tema contido em único arquivo de texto ou mediante matrizes com pessoas em linha e palavras em coluna distribuídas em planilhas, como banco de dados obtidos a partir de testes de evocações livres. Iramuteq prepara os dados e escreve os scripts que serão analisados pelo software R. Análise textual utiliza dados compostos pela linguagem que se revelam importantes em estudos de conteúdo simbólico sobre determinado fenômeno.

Resultados

A pesquisa recentemente aprovada pelo Comitê Ética em Pesquisa - CEP mediante parecer 2.265.942 está em fase de coleta de dados para análise e obtenção dos resultados.

Considerações Finais

O estudo está em fase de coleta de dados, tendo em vista a sua aprovação recente pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, sendo assim, ainda não é possível apresentar as conclusões neste momento. O que se pode dizer é que o estudo será mais uma contribuição crítico-reflexiva para a Enfermagem Intensivista, permitindo avaliar a influência da tecnologia dura na relação enfermeiro-cliente, para que seja (re)pensado o agir do enfermeiro numa perspectiva humanizadora e promotora de fazeres que se aproximem cada vez mais do cliente crítico. Embora seja um assunto fortemente discutido na literatura, ainda existem lacunas quanto às propostas de ações ou protocolos que minimizem o discurso do cuidado mecanicista, consequente ao espaço densamente tecnificado da UTI. Destarte, desde o período Nigthingaleano até a Enfermagem Moderna, a base formativa da profissão tem se pautado pelo cuidado que considere o ambiente, o paciente e a equipe num enlace promotor de saúde e preventivo de danos à integridade física, mental, social e espiritual do homem; contudo, o alvorecer tecnológico ao penetrar nessa tríade supervaloriza o que nela é mensurável e aliena aquilo que não é palpável ou aferido, influenciando a visão daquele que cuida do organismo híbrido (homem-máquina). Logo, o homem é apreciado quanto às suas funções vitais e a homeostase reduzida ao desequilíbrio orgânico dessas funções, porque são traduzidas em gráficos ou números que suscitam confiabilidade ao diagnóstico e tratamento além de resolutividade do caso, diferente daquilo que não possa ser enumerado ou valorado como o campo das emoções/subjetividade humana. Trabalhar o olhar da equipe, em especial de Enfermagem para o que o corpo expressa em sinais, sintomas e expressões/emoções humanas envolve uma transcendência de conforto e sublimidade de cuidado.

Palavras Chave

Tecnologia. Cuidado crítico. Enfermagem de cuidados críticos.

Area

Outros

Autores

Fabrícia Conceição Carvalho, Christie Anne Ferreira de Jesus Braun, Toni Adriano Martins, Carlos Roberto Lyra da Silva