Datos del trabajo


Título

AUTONOMIA PROFISSIONAL E SUAS REPRESENTAÇOES SOCIAIS PARA ENFERMEIROS QUE DESEMPENHAM SUAS FUNÇOES NO CENTRO CIRURGICO

Introdução

A autonomia profissional do enfermeiro é um tema complexo e importante frente à compreensão da profissão, tanto na representação social que este profissional possui sobre si mesmo, como na representação que ele possui frente à equipe de saúde e para a sociedade em geral. A enfermagem apesar de interligada e complementada por outras profissões, é definida como ciência do cuidado integral e integrador em saúde, por possuir um corpo de conhecimento ampliado e contextualizado no cuidado à saúde. A crescente complexidade imposta pelos processos de produção dos cuidados originados da competitividade, automação e utilização de tecnologias exigiu a reestruturação do modelo de assistir pelo enfermeiro. Todavia, apesar das mudanças estruturais e organizacionais ocorridas ao longo do tempo, há quem considere a enfermagem, como a profissão com menos prestígio dentro do sistema de saúde. Sob esta vertente, destaca-se a atuação da enfermagem no centro cirúrgico (CC), como cenário que configura uma unidade hospitalar complexa, de acesso restrito, com normas e rotinas próprias, constituindo-se em uma unidade hospitalar singular, na qual estão concentrados os recursos humanos e materiais específicos para intervenção diagnóstica e terapêutica, marcadamente por procedimentos invasivos e recursos materiais com alta precisão e eficácia.

Objetivos

Analisar a autonomia profissional e suas representações sociais elaboradas por enfermeiros no centro cirúrgico.

Método

Trata-se de um estudo descritivo de abordagem qualitativa desenvolvido com o suporte teórico da Teoria das Representações Sociais em sua abordagem processual, que considera que as representações sociais são uma forma de conhecimento elaborada necessariamente de forma social e, simultaneamente, partilhada por um determinado grupo social, possuindo um objetivo prático e contribuindo para a construção de uma realidade comum a um conjunto social. De maneira objetiva, lança-se mão deste arsenal teórico de maneira a compreender como um grupo (enfermeiros de centro cirúrgico) constroem representações sociais de um determinado fenômeno (a autonomia profissional) a partir de uma dimensão cognitiva, a do conhecimento, e de uma outra relacionada à prática. A pesquisa foi realizada na unidade do centro cirúrgico geral de um hospital universitário localizado na Região Metropolitana II do estado do Rio de Janeiro – RJ, Brasil. A amostra por conveniência foi definida considerando a totalidade de profissionais no setor, a aplicação dos critérios de inclusão e de exclusão, e a disponibilidade dos profissionais. Participaram do estudo 09 enfermeiros. A coleta de dados ocorreu entre junho a outubro de 2017, por meio de entrevista estruturada com perguntas abertas. As entrevistas foram realizadas numa sala a parte, reservada com duração média de 30 minutos. As mesmas foram gravadas em áudio e, posteriormente, transcritas na íntegra. As perguntas da entrevista abordaram sobre a autonomia profissional do enfermeiro e suas representações sociais no centro cirúrgico. Os dados foram submetidos à análise de conteúdo na modalidade temática, a qual preocupa-se em descobrir os núcleos de sentido que compõem uma comunicação cuja presença ou frequência apresente significância para o objetivo analítico em questão.
A pesquisa foi submetida ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Federal Fluminense (UFF) e obteve aprovação sob o parecer número 924.334 e CAAE: 37502914.8.0000.5243.

Resultados

Participaram do presente estudo, 9 enfermeiros que atuavam no cenário em estudo em diferentes turnos, dos quais a maioria era do sexo feminino (77,78%), pertencentes a faixa etária entre 32 a 59 anos (55,56 %) e 60 a 64 anos (44,44 %). Os resultados observados na análise dos conteúdos temáticos foram obtidos através do destaque das unidades de registro (URs). Essas URs foram agrupadas dentro das unidades de significação (USs) e posteriormente agrupadas em categorias. As categorias que emergiram da análise dos dados foram: 1- Definições da autonomia profissional: conhecimento, liberdade de atuação e poder de decisão; 2- Prática profissional no contexto do centro cirúrgico; 3- Autonomia como relação com instancias institucionais e outras profissões; 4- Aspectos positivos e negativos para o estabelecimento da autonomia profissional. Ao analisar a autonomia e suas representações sociais para enfermeiros que desempenham suas funções no centro cirúrgico, verifica-se duas dimensões, quais sejam: conceitual e prática. Neste sentido, foi possível observar através da análise dos dados, em relação à autonomia profissional e suas representações sociais para enfermeiros atuantes no centro cirúrgico, que os enfermeiros, a partir das vivências e experiências ao longo de sua profissão, demonstram o estabelecimento de uma analogia entre liberdade de atuação, poder de decisão e conhecimento como fatores representacionais para a definição de autonomia. Ao mesmo tempo, destacam o conhecimento como peça fundamental para o desenvolvimento de uma atuação de qualidade frente à prestação da assistência de enfermagem, sendo uma espécie de “passaporte” para ter a liberdade de atuação e poder de decisão.

Considerações Finais

Destaca-se a partir da análise, a importância do profissional enfermeiro estar embasado no conhecimento científico, de uma maneira geral, para consolidar suas práticas de modo mais autônomo, sendo este um fator essencial para o processo da autonomia. Deste modo, esta pesquisa promove pensamentos críticos e reflexivos quanto ao trabalho autônomo de enfermagem, podendo subsidiar novas propostas e mudanças no processo de trabalho.

Palavras Chave

Enfermeiro, autonomia profissional, centro cirúrgico.

Area

Processo de trabalho e profissionalização

Autores

Leila Leontina do Couto Barcia, Jeniffer Pereira Milosky, Aline Cerqueira Santos Santana da Siva, Èrick Igor dos Santos, Antônio Marcos Tosolli Gomes, Virgínia Maria de Azevedo Oliveira Knipp, Isabel Cristinai Ribeiro Regazzi, José Antônio de Sá Neto