Datos del trabajo


Título

Significado do “ser diagnosticada com sífilis” para puérperas com diagnóstico positivo

Introdução

A sífilis em gestantes é um grave problema de saúde pública e é preconizado a detecção e o tratamento oportuno dessas mulheres e de seus parceiros sexuais infectados. Para garantir a detecção precoce e o tratamento, é necessário realizar alguns testes sorológicos que são oferecidos durante o pré-natal. Diante dos resultados dos testes   sorológicos   e   da   confirmação   do   diagnóstico de sífilis, muitas   mulheres   podem apresentar   alterações   biológicas   e   emocionais.  Com isso, podem vivenciar medo, tensões, vergonha, raiva, perder a confiança no parceiro, perder a autoestima. Apesar disso, após todos os sentimentos negativos, a mulher pode descobrir sentimentos de autocuidado e proteção da saúde, revisando seus comportamentos e expressando maior autonomia sobre seu próprio corpo.

Objetivos

Identificar o significado do “ser   diagnosticada   com   sífilis” para   puérperas que   tiveram   diagnóstico   positivo.

Método

Trata-se de uma pesquisa descritiva com abordagem qualitativa realizada no alojamento conjunto de um Hospital Maternidade do município do Rio de Janeiro, localizado na área programática 1, a escolha deste cenário se deu em função de ser um dos maiores hospitais maternidade do município do Rio de Janeiro, Brasil, e pelo elevado número de casos de sífilis nesta região. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas gravadas em aparelho eletrônico com nove puérperas. Foram atendidas todas as exigências preconizadas na Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde e aprovado por dois Comitês de Ética em Pesquisa (nº 2.195.623 e n°2.331.269).   Os   dados   foram   analisados   a   partir   da   análise   de   conteúdo   temática de acordo com a sistematização proposta por Oliveira.

Resultados

Emergiram 3 categorias - Categoria 1: “Sendo   diagnosticada   com   sífilis” - As mulheres descobrem-se como portadora de sífilis, porém não têm conhecimento de como contraíram a infecção e questionam se foi o parceiro quem transmitiu. Diante disso, elas têm diferentes reações psicológicas. De forma mais frequente são as reações de cunho mais negativo e se sentem assustadas, chateadas, abaladas, chorosas, devido ao medo de ser algo grave e não haver cura. Relatam também que ser diagnosticada com sífilis é ruim, chato, estranho, horrível, desesperador, traumático e constrangedor. De acordo com os relatos, esses sentimentos são vivenciados por elas em razão de nunca terem contraído infecções anteriormente e que não queriam ter a infecção. Vale apontar que algumas reações psicológicas não tinham um cunho negativo. Algumas demonstraram, até mesmo, estarem conformadas com o diagnóstico. Foi evidenciado nos relatos sentimentos de tranquilidade e normalidade no momento do diagnóstico, que estão relacionados à existência do tratamento e da cura da infecção. Para elas, o diagnóstico foi um aprendizado, pois possibilitou que elas repensassem sobre seu comportamento sexual e a importância da utilização do preservativo. Além disso, refletiram sobre confiança nos relacionamentos com os parceiros sexuais e o risco a saúde; Categoria 2 “diagnóstico positivo- compartilhar ou não essa informação?” – Ao receberem o diagnóstico positivo, as mulheres expõem quais foram os sentimentos que as levaram pensar em compartilhar ou não seu caso com outras pessoas, como medo e vergonha. A partir desses sentimentos, tomaram a atitude de expor ou não sobre a sua situação. Algumas mulheres conseguiram compartilhar seu diagnóstico com outras pessoas e ao compartilhar, relatam ter sido uma situação complicada pela vergonha de contar e o medo de ser julgada. Após terem compartilhado o diagnóstico, as mulheres relataram que receberam algumas repercussões negativas a quem contaram, ou seja, pessoas próximas. Afirmaram ter sido julgadas ter e sofrido preconceito e relatam que foram acusadas de traição pelo companheiro. Apesar disso, também foram relatados apoio e compreensão por parte de alguns amigos e familiares, que demostraram estar junto com a mulher; Categoria 3 “refletindo sobre as repercussões após o diagnóstico” – as entrevistadas se preocupam com as repercussões no bebê pela sífilis congênita e vivenciam sentimentos negativos como nervosismo, medo dos riscos, arrependimento e culpa. Além disso, sofrem repercussões nos relacionamentos amorosos, com relatos de brigas e separações. Após essas reflexões, elas entendem a importância do tratamento e é estimulada à mudança de atitude com inclusão do preservativo nas relações sexuais, preservando assim a sua saúde e bem-estar.

Considerações Finais

Conclui-se que o diagnóstico de sífilis traz uma série de repercussões e evidencia a importância do apoio emocional a mulher diagnosticada com sífilis. Merece destaque as capacitações dos profissionais de saúde para que estejam aptos a orientar a mulher de forma clara sobre os riscos e repercussões da infecção, além de ter uma escuta ativa e um olhas sensível para as queixas verbalizadas e não verbalizadas. Além disso, importante oferecer suporte para que, após o diagnóstico, seja possível reflexão sobre seu comportamento e ressignifiquem suas atitudes, utilizando o preservativo em suas relações sexuais.

Palavras Chave

Saúde da mulher; sífilis; diagnóstico; enfermagem

Area

Saúde da Mulher

Autores

Luciana de Souza Freitas de Carvalho, Bruna Ferreira Martins, Viviane Monique Vianna de Oliveira, Daniela Soares de Oliveira, Vanessa Silva de Oliveira, Octavio Muniz da Costa Vargens, Carla Marins Silva