Datos del trabajo


Título

Um olhar a partir do VER-SUS

Introdução

O Sistema Único de Saúde (SUS) foi sendo construído a partir da Constituição de 1988, a denominada Constituição Cidadã, pois assegurou vários direitos e deveres aos cidadãos brasileiros, que antes não eram garantidos em lei, como por exemplo, a saúde. A partir dela, é direito da população e dever do Estado garantir acesso integral à saúde para toda a população brasileira. Observou-se então uma mudança em todo o país efetuada pelo Sistema ao longo dos anos, acarretando em melhoras significativas em locais que anteriormente eram pouco assistidos. No entanto, ainda há preconceito e estigma muito grande quando discutimos a eficácia e a qualidade dos serviços fornecidos. É com o intuito de reformular esse pensamento e incentivar que os profissionais da área da saúde lutem e façam a diferença por um SUS cada dia melhor, que surgiu o projeto do VER-SUS (vivências e estágios na realidade do Sistema Único de Saúde).

Objetivos

Expor a experiência de uma das viventes da edição do VER-SUS Foz do Rio Itajaí 2018.1, e como o projeto a influenciou sobre a maneira de agir e pensar sobre o SUS. Fornecer também, informações básicas sobre alguns dos serviços visitados, em prol de exemplificar e aproximar esses serviços para os usuários.

Desenvolvimento

O projeto ocorreu entre os dias 27 de janeiro a 02 de fevereiro, nos quais, três dias foram dedicados a uma espécie de formação teórica dos participantes. As discussões foram feitas de forma descontraída e através de dinâmicas que promoviam maior interesse acerca daquilo que estava sendo abordado, além de gerar uma troca de opiniões e conhecimentos entre os participantes, o que se aplica em uma das práxis de Paulo Freire de Educação Popular em Saúde, escutar o que o outro tem a dizer. Os outros dias foram destinados às visitas aos serviços de saúde de Balneário Camboriú, Camboriú e Itajaí. O grande grupo foi separado em oito subgrupos, cada um com um facilitador, nos quais se procurou deixar cada participante de uma área diferente, procurando aplicar o princípio da multiprofissionalidade. A primeira vivência foi no dia 30 de janeiro e o local visitado foi a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 24 horas, localizada no bairro Cordeiros, em Itajaí. É um serviço de média complexidade, nível I, atendendo emergências, urgências e a parte clínica. De acordo com a coordenadora desta unidade, mais de 70% dos casos não são urgência e emergência, e seriam facilmente solucionados em uma Unidade Básica de Saúde. Nesse mesmo dia, visitamos a UBS Central de Balneário Camboriú que atende 60% da população da cidade e oferece atendimento em atenção básica, enfermagem, nutrição e assistência social, a unidade também é referência para atendimento oftalmológico. Conta com serviços de matriciamento, PAI (Pronto Atendimento Infantil), CAPS (Centro de Atenção Psicossocial), CEFIR (Centro de Fisioterapia e Reabilitação), centro de diagnose, entre outros, porém não possui ESF (Estratégia de Saúde da Família) e não fornece medicamentos. Localizada no litoral, durante a temporada, a população da cidade aumenta, conhecida como “população flutuante” e consequentemente, os atendimentos na UBS também, gerando maior demanda de SAMU, do maior pronto atendimento da cidade e do pronto socorro do Hospital Ruth Cardoso, o que se torna um grande problema em relação às filas e a demora de atendimentos aos pacientes. No dia 31 de janeiro, visitamos o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), um serviço do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) que atende famílias e pessoas que estão em situação de risco ou que tiveram seus direitos violados. Os profissionais atuantes neste contexto são o assistente social, o psicólogo e o pedagogo. A coordenadora ressaltou a importância de fazer com que a família do adolescente, morador de rua ou vítima de violência esteja presente no acompanhamento e na participação social do mesmo. Quanto ao atendimento aos moradores de rua em situação de risco, as educadoras sociais e a coordenadora pontuam que é importante oferecer a autonomia a este usuário, pois nem sempre este deseja sair da sua atual situação e a sua decisão precisa ser respeitada. No dia 01 de Fevereiro, a programação era a visita ao Centro de Especialidades Odontológicas (CEO) de Itajaí. As unidades básicas de saúde que possuem serviço odontológico realizam o tratamento de baixa complexidade, porém quando esse paciente possui um problema maior, ele é encaminhado para o CEO que é equipado e preparado para lidar com problemas de média complexidade. O local participa do Brasil Sorridente, integrante da Política Nacional de Saúde Bucal, um programa do governo federal que tem mudado a atenção da Saúde Bucal no Brasil. Possui como objetivos garantir as ações de promoção, prevenção e recuperação da saúde bucal da população brasileira, reunindo uma série de ações para a ampliação do acesso ao tratamento odontológico gratuito. As consultas são agendadas previamente, atendendo o nível II de complexidade. Após a visita ao CEO, fomos ao Centro de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (CEPICS), criado no ano de 2008 e tem sua equipe composta por médicos homeopatas, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, médicos acupunturistas, nutricionistas... Esse centro ficou a mercê do governo municipal durante alguns anos, porém atualmente as práticas integrativas e complementares estão ganhando cada vez mais espaço e importância no SUS, assim como a medicina tradicional chinesa, fortalecendo o vínculo e a utilização dos serviços fornecidos pelo Centro.

Considerações Finais

Esse período de ensinamentos, aprendizagem, trocas e convívio diário acrescentaram na minha formação, tanto profissional quanto pessoal, e me fez acreditar e lutar por um sistema, o qual, anteriormente, eu não demonstrava muito interesse e entusiasmo. O projeto nos leva a repensar e discutir questões que dificilmente ocorrem em ambientes universitários, mostrando o quanto essas atividades nos auxiliam na formação de caráter e ética profissional. Presenciei o quanto o princípio da integralidade é fundamental para um bom funcionamento de uma equipe multidisciplinar, assim como a comunicação entre todas as redes de atendimento à saúde. A prática nos leva a crer e analisar com um olhar crítico aquilo que precisamos paulatinamente melhorar e aperfeiçoar no SUS.

Palavras Chave

Area

Outros

Instituciones

FURB - Santa Catarina - Brasil

Autores

Larissa Carneiro