Datos del trabajo


Título

Tarde na Praça: um projeto de conscientização e de visibilidade social em relação aos deficientes.

Introdução

Treze Acadêmicos de medicina da Universidade Regional de Blumenau (FURB), matriculados no primeiro período, na disciplina de Interação Comunitária I - a qual é a disciplina responsável por introduzir os estudantes à realidade da Saúde Pública e Coletiva, e dar a estes a chance de terem o seu primeiro contato dentro da visão de um profissional de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS), ao entrarem em contato com pessoas, moradores do bairro Velha situado na cidade de Blumenau/SC, que possuem determinada deficiência e, a partir das experiências adquiridas, os estudantes decidiram realizar em conjunto, supervisionados pelo professor da disciplina, e com o apoio do Ambulatório Geral Aroldo Bachmann, o projeto “Tarde na Praça”, como uma forma de promover saúde no contexto da inclusão social.

Objetivos

Expor e propor uma reflexão da realidade que nos norteia em relação às deficiências, inclusão social e acessibilidade em nossa sociedade. Relatar como uma simples ação de promoção de saúde realizada por acadêmicos no início de sua formação podem auxiliar na mudança de hábitos e na união de pessoas de uma comunidade.

Desenvolvimento

A assistente social do Ambulatório Geral Aroldo Bachman nos informou sobre a grande demanda da região em relação às pessoas portadoras de deficiência. Ao realizarmos a territorialização, nos atentamos para alguns pontos como a acessibilidade dos estabelecimentos, das escolas e das calçadas. Uma ideia foi a divisão do grupo em subgrupos, os quais ficaram responsáveis por visitarem casas onde residem pessoas com deficiência, e conversarem/questionarem como é a relação destas pessoas com a comunidade e quais são as maiores dificuldades encontradas em seus cotidianos. Após as visitas, iniciou-se um debate baseado nos impasses relatados, e foi constatado que uma parte considerável das queixas pautava-se na dificuldade de acessibilidade, tanto por condições físicas, quanto por condições sociais, além do preconceito vivenciado por eles. A partir disso, surgiu a ideia de realizarmos o projeto “Tarde na Praça”, como forma de conscientizar a população da necessidade de respeito às diferenças, procurando sensibilizar as pessoas sobre a importância da inclusão social, com o foco na exposição das dificuldades de ser um deficiente visual e/ou físico, como também todo o preconceito que os cerca. Posteriormente, visitamos a Escola de Educação Básica Hercílio Deeke, com o intuito de convidá-los a participar da proposta. O projeto seria bastante pertinente com a realidade da escola, tendo em vista que há uma quantidade considerável de alunos com deficiência, buscando reafirmar a importância da integração e do respeito às diferenças. Divulgamos o evento por meio de folders, editados e distribuídos pelo próprio grupo em locais do bairro. Durante a ação houve a presença de duas equipes jornalísticas que relataram a experiência e as exibiram em seus jornais diários, o que promoveu uma maior expressão da importância do trabalho, nos canais da RBS TV e da RIC RECORD. Com a finalidade de obter um maior aproveitamento, parte do grupo realizou uma apresentação inicial do projeto, informando como seria seu funcionamento ao longo da tarde. Iniciou-se com uma roda de conversa realizada por uma usuária de cão-guia, que esclareceu diversos pontos desconhecidos da maioria dos cidadãos que perturbam o trabalho do cão e, consequentemente, seu dono. As crianças foram bastante receptivas e participativas no decurso da atividade, com diversos questionamentos. Dentro do cenário do projeto, foram pensadas em atividades simples, práticas e acessíveis a um público diversificado. Como era previsto um maior público infantil, foram priorizadas atividades lúdicas como a “brincadeira do chinelão”, que consistia em um par de longas tábuas sobre a qual, vendados, os participantes encaixavam os pés, enquanto guiados pelos acadêmicos, estabelecendo uma relação de confiança e a necessidade de trabalho em equipe e colaboração para vencer as dificuldades. Havia também o “circuito de cegos” no qual uma pessoa era vendada e com o apoio de uma bengala deveria desviar de uma série de obstáculos, por um percurso próprio da praça acompanhadas por um diálogo que serviria como gatilho para reflexão, indagando acerca das dificuldades encontradas, visando sensibilizar a criança para os obstáculos enfrentados pelos deficientes visuais e sua capacidade de superação. Outra modalidade efetuada foi o tênis de mesa sentado, que contaria com a participação especial da paratleta Andreia Porfirio. Seguindo essa linha, foi também escolhida a modalidade do “vôlei sentado”, que consistiu na utilização de uma quadra de tênis, em que os participantes eram distribuídos em almofadas pela quadra, onde deveriam permanecer durante o jogo enquanto, tal qual no vôlei, se passava a bola. Optamos também por uma roda de conversa com temas como higiene pessoal e trânsito até as questões centrais do projeto como acessibilidade, deficiências e dificuldades. Para tornar o processo dinâmico, foram sorteadas crianças para escolher um papel e ler o seu conteúdo para o público. Em seguida, perguntamos qual o conhecimento delas em relação ao assunto, suas opiniões, impressões, para depois discorrer a respeito do assunto, as orientando. Ao final da atividade, um painel foi disponibilizado para que as crianças expressassem de forma criativa tudo o que foi aprendido naquela tarde, uma espécie de informativo, que foi posteriormente fixado na escola e no próprio Ambulatório, ampliando ainda mais o alcance da ação.

Considerações Finais

A experiência adquirida com a realização desse projeto permitiu um desenvolvimento não apenas individual, mas também um aprendizado do coletivo, com todas as perguntas, curiosidades, trocas de experiências e indagações que ocorreram durante a tarde. Além disso, pessoas da comunidade e trabalhadores do Ambulatório perguntaram quando seria a data de realização do próximo evento, pois gostariam de participar novamente, uma amostra do impacto positivo que tivemos. O enfoque da ação foi expor para a comunidade da Velha, as dificuldades que os deficientes vivenciam diariamente, até mesmo dentro da própria comunidade em que vivem e o quanto é importante lutar por medidas e pela desconstrução de preconceitos que os cercam.

Palavras Chave

Area

Deficiência, Inclusão e Acessibilidade

Autores

Larissa Carneiro