Datos del trabajo


Título

CARACTERIZAÇAO DE FERIDAS ONCOLOGICAS EM PACIENTES ATENDIDOS EM UM HOSPITAL DE TERESINA

Introdução

Cerca de 5 a 10 % dos pacientes com câncer avançado serão acometidos por feridas oncológicas em decorrência de tumor primário ou metástases (AZEVEDO et al., 2014). Tais feridas ocorrem devido à infiltração das células malignas do tumor nas estruturas da pele em que o processo de oncogênese induz uma proliferação celular descontrolada, levando à quebra da integridade do tegumento e a formação de uma ferida exofítica (VALENÇA; LISBOA, 2016). No que se refere à qualidade de vida, as feridas neoplásicas estão em segundo lugar como as que mais comprometem a qualidade de vida dos pacientes que recebem cuidados paliativos, ficando atrás apenas das lesões por pressão. Suas características peculiares e associação com o câncer a diferenciam de outras lesões de pele, o que as tornam um fenômeno relevante a ser investigado com vista a mudanças assistenciais. Na sua maioria, tais lesões possuem prognósticos negativos, não cicatrizam e exigem cuidados paliativos para aliviar sintomas, reduzir as complicações e o sofrimento do lesionado. Cuidar de feridas exige capacitação de profissional, estrutura física e equipe multiprofissional adequada. O fato de pacientes acometidos pela doença serem na maioria das vezes diagnosticados tardiamente acarreta um tratamento complicado ou até mesmo uma cura impossível, pelo estado avançado em que se encontra (AGUIAR; SILVA, 2012). Conhecer as feridas oncológicas permite o manuseio de produtos e tecnologias de forma adequada, gera ações rápidas, torna dinâmica a assistência prestada, permite conhecer os locais de maiores incidências e os principais cânceres de base envolvidos, com o intuito principal de promover conforto e bem-estar físico ao lesionado (FIRMINO; ALCÂNTARA, 2014; MATSUBARA et al., 2011).

Objetivos

Geral: avaliar as feridas oncológicas em pacientes internados em um hospital de referência; específicos, determinar a incidência de lesões oncológicas do hospital; descrever as características das feridas oncológicas quanto ao tamanho, profundidade, odor, exsudato, estadiamento e tipo de tecido; e identificar os principais tratamentos utilizados pelos profissionais de enfermagem.

Método

Estudo epidemiológico, observacional, descritivo e transversal. A população contemplou os pacientes internados na instituição hospitalar de referência no tratamento de câncer em Teresina-PI, maiores de 18 anos, com ferida crônica oncológica analisada pelo Grupo de Estudo de Curativos da instituição no período de maio a junho de 2017. A amostra total foi de 23 pacientes. Tem-se uma amostra não probabilística por conveniência com um todo de 26 feridas, analisados por software IBM® SPSS®, versão 22.0, e feita análise estatística descritiva. As varáveis analisadas foram divididas em sociodemográficas (estado civil, cor auto-referida, idade, sexo, naturalidade) e relacionadas com as feridas (local da ferida, tipo de tecido, quantidade de exsudato, odor, profundidade, comprimento, largura, classificação quanto ao tipo de lesão oncológica, e coberturas utilizadas.

Resultados

Sobre perfil sociodemográfico os pacientes apresentaram-se em sua maioria procedentes da capital (47,8%), com quantidade predominante do sexo feminino quantificando 56,5% contra 43,5% do sexo masculino, sendo casados (73,9%) e com renda mensal de 1 a 3 salários mínimos (87%), na faixa de 40 a 59 anos de idade (59,1%), com ensino fundamental incompleto (45,5%) e cor parda (56,5%). Sobre a avaliação das feridas: as lesões oncológicas apresentaram baixa incidência na instituição hospitalar, (0,21% dos casos), lesões por pressão (34,69%) e outros tipos de lesões (65,11%). Com relação às características das feridas oncológicas, a região mais afetada foi cabeça (30,8%), seguido por membros inferiores (19,2%) e tórax (19,2%). Sobre os tecidos encontrados: o esfacelo (52,9%), seguido pelo tecido necrótico (23,5 %) e granulação (17,7%). As feridas em sua maioria apresentaram exsudato de quantidade abundante (42,1%) ou moderada (26,3%). Quanto ao odor (61,1%), apresentaram odor Grau II e (33,3%) Grau I. O estadiamento mais presente entre as feridas foi o 4 (42,3%), seguido do estadiamento 2 (19,2%). Dentre as coberturas utilizadas: sulfadiazina de prata (43%), seguida por metronidazol (35%), AGE (9%) e Colagenase (4%). O tratamento bem-sucedido das feridas oncológicas envolve a otimização das condições locais e sistêmicas do paciente, associados com um ambiente ideal para o processo de cicatrização. Muitos produtos diferentes foram desenvolvidos, o objetivo é encontrar a modalidade mais adequada ou combinação de modalidades para aperfeiçoar a cura (MURPHY; EVANS, 2012).

Considerações Finais

A avaliação criteriosa do lesionado e sua lesão gera melhoria da qualidade de vida. Devido às lesões oncológicas serem complexas, de cicatrização difícil, da previsão de cura ser reduzida e da importância dos cuidados paliativos para a redução do sofrimento do lesionado e família, o atendimento domiciliar é uma estratégia assistencial que vem tornando-se imprescindível para reduzir custos hospitalares, número de complicações e, consequentemente, o número de reinternações, bem como a participação da família no cuidado ao paciente, proporcionando melhor qualidade de vida frente à fragilidade de saúde do paciente.

Palavras Chave

Lesões e Ferimentos; Cuidados de enfermagem; Oncologia

Area

Doenças crônicas/condições crônicas

Autores

Amanda Delmondes de Brito Fontenele Fernandes, Kerolayne Laiz Barbosa Morais, Antonia Mauryane Lopes, Andréa Pinto Costa, Anna Larissa de Castro Rego, Grazielle Roberta Freitas Silva