Datos del trabajo


Título

AÇOES INSTITUCIONAIS REALIZADAS POR ENFERMEIRAS OBSTETRICAS PARA A REDUÇAO DA VULNERABILIDADE DA GESTANTE AO HIV/AIDS.

Introdução

A abordagem às mulheres pela enfermeira obstétrica não deve estar apenas centralizado nas questões relacionadas a gestação e parto e deve olhar para as diversas questões envolvidas com esta mulher. Numa perspectiva de humanização e empoderamento. as ações educativas oferecidas para as mulheres nos serviços de saúde são um excelente espaço para apresentação de outros temas, como o planejamento reprodutivo, violências, questões de gênero, prevenção de infecções sexual-mente transmissíveis, entre outros. No que tange âmbito da prevenção e controle das infecções sexualmente transmissíveis, em especial da aids, a enfermeira obstétrica deve aproveitar a oportunidade e desenvolver atividades que visam reduzir a vulnerabilidade feminina. O HIV ainda atinge uma parcela considerável da população global. Todavia, vale destacar que novos casos de infecção vêm diminuindo em grande parte do mundo, inclusive em declínio entre mulheres.

Objetivos

identificar ações desenvolvidas por enfermeiras obstétricas com vistas à redução da vulnerabilidade das mulheres grávidas ao HIV/aids.

Desenvolvimento

trata-se de um estudo do tipo descritivo, com abordagem qualitativa que foi realizado em uma casa de parto do município do Rio de Janeiro durante o período de abril a junho de 2017. Este cenário foi escolhido, pois é uma unidade em que as mulheres são atendidas integralmente apenas por enfermeiras obstétricas e a casa oferece atendimento diferenciado à população desta região. Foram realizadas 10 entrevistas semiestruturadas gravadas com enfermeiras obstétricas que trabalham na instituição, de forma individual e segura, após assinatura no Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Anteriormente à fase de coleta de dados, foi obtida a autorização do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, nº 1.976.894 e foram atendidas todas exigências do Conselho Nacional de Saúde. O tratamento dos dados seguiu os pressupostos da análise de conteúdo temática de acordo com a sistematização proposta por Oliveira. As enfermeiras obstétricas relatam que com base nos programas do Ministério da Sa-úde, incentivando as ações de educação em saúde, o pré-natal da Casa de Parto é diferencial. Assim, além de uma escuta ativa e percepção dos problemas da família, as enfermeiras obstétricas realizam as consultas baseada na humanização, com práticas educativas atualizadas e pertinentes para cada momento da vida da gestante e sua família. As enfermeiras obstétricas conseguem abordar vulnerabilidade ao HIV/AIDS com as gestantes, durante a consulta de pré-natal, perguntando sobre sua prática se-xual, se é segura ou não, as criações familiares, negociação do uso da camisinha, e confiança no relacionamento. Além das consultas de pré-natal serem únicas para cada gestante, existem grupos com diversos temas que abordam muitos assuntos sobre estar grávida, sempre com dinâmicas e muita conversa. Segundo as enfermeiras obstétricas, elas abordam sobre as doenças sexualmente transmissíveis quando surge a necessidade, já que não existe nenhum grupo específico para isso. Os dois grupos que frequentemente abordam esse assunto são os de gênero/sexualidade e o acolhimento. O grupo de gênero e sexualidade basicamente aborda as questões de gênero da sociedade, quais os conceitos que os participantes têm sobre isso, e como eles abordariam com sua família. Por isso, consideram ser mais fácil entrar no assunto sobre uso de camisinha, negociação do uso no relacionamento, e a vulnerabilidade da mulher. O acolhimento é a porta de entrada da instituição, e o primeiro grupo que a família que deseja entrar na Casa de Parto participa. Além de falar sobre as rotinas da instituição, é nele que a diretora aborda sobre os exames importantes nessa fase, e explora as infecções sexualmente transmissíveis e a importância da proteção na gestação. Mesmo que não exista um grupo específico sobre a temática de infecções sexualmente transmissíveis, as enfermeiras obstétricas não deixam de orientar suas clientes sobre a necessidade do uso de preservativo na relação, e proporcionam à mulher o julgamento de suas ações que as deixem vulneráveis na relação. A participação do homem também é um fator que as enfermeiras obstétricas exploram no pré-natal. Para elas, a companhia do homem é fundamental para abordarem sobre o uso do preservativo e explorarem a vulnerabilidade da mulher nessa relação, além de aproximar o homem da gestação. Mas, muitas vezes, o que observam é que a mulher vai à consulta de pré-natal sozinha, o que dificulta as ações sobre sexo seguro. Elas relatam que a abordagem sobre a vulnerabilidade da gestante ao HIV/AIDS, pelas enfermeiras obstétricas é muito estimulada pela direção da instituição. Segundo elas, ocorre uma reunião durante o mês para que os assuntos mais relevantes do momento sejam explorados, assim como atualização dos protocolos estabelecidos pelo Ministério da Saúde.

Considerações Finais

Conclui-se que as enfermeiras obstétricas realizam abordagens atualizadas sobre HIV/AIDS durante as consultas de pré-natal diante da demanda apresentada, por perceberem ser um ambiente acolhedor e íntimo para a gestante, e exploram o assunto de forma clara e sem julgamentos sobre o cotidiano do casal. Usam abordagens simples e dinâmicas, buscando a sensibilização das mulheres sobre as práticas que as deixem vulneráveis. Abordam também nos grupos, porém dificuldades por se tratar de um ambiente aberto e pouco privativo. Assim, só abordam se for necessidade do grupo. Esses resultados evidenciam a importância de estimular e capacitar enfermeiras obstétricas a desenvolverem atividades para redução da vulnerabilidade feminina em todos os seus espaços de atuação.

Palavras Chave

Vulnerabilidade em saúde. aids. Saúde da mulher. Enfermagem obstétrica.

Area

Saúde da Mulher

Instituciones

Universidade do Estado do Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

Tayná Jesus Campos, Izaque Nascimento Oliveira, Carla Marins Silva, Octavio Muniz Costa Vargens