Datos del trabajo


Título

INFLUENCIA DAS MIDIAS SOCIAIS NA SAUDE SEXUAL E SEXUALIDADE DOS ADOLESCENTES

Introdução

A adolescência constitui uma fase da vida de grandes transformações emocionais, cognitivas, sociais e corporais. Destacam-se, ainda, as mudanças relativas ao relacionamento afetivo entre os jovens e a sexualidade. Além disso, aspectos como início da vida sexual cada vez mais cedo e a prática de relações sexuais esporádicas, associados à vulnerabilidade dos adolescentes, podem contribuir com condições que favoreçam a exposição destes às Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) e a gravidez na adolescência. As IST são consideradas como um dos problemas de saúde mais comuns em todo mundo, são transmitidas principalmente por contato sexual, e podem ser causadas por vírus, bactérias ou outros microrganismos. O método mais eficaz para evitar a transmissão das IST é o uso do preservativo em todas as relações sexuais. Atualmente observa-se aumento na prevalência da infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) entre indivíduos mais jovens, principalmente entre os de 20 a 34 anos de idade. Chama atenção o fato de que a taxa de infecção pelo vírus do HIV entre aqueles com 15 a 19 anos de idade triplicou entre 2006 e 2015 na população brasileira. No entanto, muitos iniciam e persistem sem utilizar preservativo em suas relações sexuais, provavelmente influenciados pela maneira dos adolescentes pensarem e viverem a sua sexualidade. Com o rápido avanço das tecnologias da informação, observa-se aumento da influência da comunicação tecnológica sobre o comportamento dos jovens, sobretudo das suas relações sociais e comportamento sexual. A utilização da Mídia Social (MS) entre os adolescentes vem aumentando, o que faz com que esses adolescentes, busquem informações sobre sua saúde, saúde sexual e IST, incluindo a aids nesses meios de comunicação

Objetivos

Compreender as influências das mídias sociais na saúde sexual e sexualidade de adolescentes

Método

Trata-se de pesquisa com abordagem qualitativa, fundamentada na Teoria das Representações Sociais, com o objetivo de compreender as influências das mídias sociais na educação para a saúde sexual e sexualidade, segundo adolescentes. Participaram do estudo 28 adolescentes com idade entre 15 e 18 anos, estudantes do ensino médio de duas escolas da rede pública estadual de Belo Horizonte. A coleta de dados ocorreu por meio de entrevistas abertas e em profundidade, com roteiro semi-estruturado, contendo questões que permitiram ao participante narrar fatos, expressar seus pontos de vista, julgamentos de valor e emitir avaliações sobre ações e maneiras de pensar. Os dados foram interpretados com base na Análise Estrutural da Narração, proposto por Demazière; Dubar.

Resultados

Os resultados encontrados apontam para representações positivas e negativas em relação ao ponto de vista dos entrevistados sobre a influência das mídias sociais como fonte de informações para tirar suas dúvidas e aprender sobre sexualidade, prevenção de IST e gravidez. As representações positivas encontradas giram em torno da privacidade de poder pesquisar e tirar suas dúvidas pela internet e outros meios de comunicação como televisão e rádio. Os entrevistados sentem-se inibidos em conversar com familiares, profissionais de saúde e amigos, considerando menos vergonhoso acessar as informações quando estão sozinhos pela internet. Também consideram como positivo a facilidade de acesso às informações afirmando que as encontram de forma mais fácil, rápida e segura nas mídias sociais. As representações negativas citadas estão relacionadas com a escassa abordagem da mídia sobre sexualidade e saúde sexual. Tais abordagens são periódicas, normalmente voltadas para o público adulto, e estão associadas a doenças, como a aids, e datas específicas, como o carnaval. Outra representação negativa encontrada diz respeito ao ato sexual explícito na mídia, para alguns adolescentes isso pode influenciar negativamente nos seus modos de vivenciar a sexualidade, sobretudo estimulando a prática sexual por mostrarem o prazer durante as relações sexuais. Muitos entrevistados consideram as mídias sociais, sobretudo a internet e programas de televisão como fontes confiáveis e relevantes para se ter acesso às informações que procuram, porém, para alguns, tais meios não são suficientes, sendo necessárias outras fontes de informações como a família, profissionais de saúde e escola. Neste estudo, os adolescentes entrevistados não referenciaram como fonte de informação as redes sociais, citando apenas a sites de pesquisa como fonte de busca, não apontando para o uso de páginas pessoais, serviços de troca de mensagens e as redes sociais para se obter informações sobre sexualidade e saúde sexual.

Considerações Finais

No presente estudo buscou-se compreender como as mídias sociais vêm influenciando na sexualidade e saúde sexual dos jovens e adolescentes, considerando o fato de que este grupo tem apresentado taxas crescentes de infecção pelo vírus HIV em todo o mundo, e que as novas tecnologias de informação e comunicação no contexto atual desempenham um papel cada vez mais importante e presente na vida dos adolescentes. Os resultados encontrados demonstram que as mídias sociais podem influenciar positivamente no comportamento sexual dos adolescentes influenciando a adoção de hábitos saudáveis como o uso do preservativo e diminuindo comportamentos sexuais de risco. Porém, observou-se uma lacuna no modo como a sexualidade dos adolescentes está sendo tratada, com conteúdos restritos, abordados esporadicamente e que não chamam a atenção e despertam interesse dos jovens, além de poder influenciar para a iniciação sexual precoce. Estes resultados mostram que é preciso repensar sobre como os adolescentes e jovens de hoje vivenciam sua sexualidade e quais suas dúvidas e anseios com relação a sua saúde sexual, buscando compreende-los de forma adequada garantindo aos adolescentes informações apropriadas e de qualidade.

Palavras Chave

Saúde sexual; Sexualidade; Representação social; Adolescente.

Area

Gênero, Sexualidade e Saúde

Instituciones

Universidade Federal de Minas Gerais - Minas Gerais - Brasil

Autores

Marco Aurélio Sousa, Ariana Paula Silva, Nathália Cristina Pereira Costa, Maria Imaculada Fátima Freitas