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Título

NOVAS FORMAS METODOLÓGICAS CRÍTICAS E REFLEXIVAS DE ENSINAR OS ESTUDANTES DO CURSO TÉCNICO DE ENFERMAGEM NA DISCIPLINA DE UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA.

Introdução

As Unidades de Terapia intensiva (UTI) são locais que prestam uma assistência especializada, dispondo de alta tecnologia e técnicas complexas para salvar a vida de muitas pessoas (1). Esses locais também se apresentam frequentemente como espaço de ensino-aprendizagem fecundo para aquisição de conhecimentos e habilidades técnicas. Assim, as escolas de enfermagem vêm se preocupando com a humanização na formação dos profissionais. Essa mudança nos paradigmas na forma de como apresentar os conteúdos e as disciplinas é um grande momento em que os professores e as escolas de enfermagem vem passando, é uma quebra de paradigmas e de conceitos, mesmo que dentro de um ambiente permeado de técnicas e aparelhos, que é a UTI.

Objetivos

Buscar formas metodológicas críticas e reflexivas de ensinar os estudantes do Curso Técnico de enfermagem na disciplina de UTI.

Método

: As ideias pedagógicas e metodológicas de Paulo Freire embasam o processo ensino/aprendizagem e fornecem elementos teóricos/práticos que fundamentam essa reflexão. Formar é muito mais do que puramente treinar o educando no desempenho de destrezas, ou seja, desempenhar técnicas todos nós sabemos, educar é mostrar ao educando o sentido do porquê que ele está fazendo aquele cuidado, é despertar no aluno a curiosidade, a criticidade, a reflexão e ser um educador problematizador (2). Essa reflexão sobre esse ensino problematizador foi uma proposta metodológica desenvolvida dentro do Curso Técnico de Enfermagem do IFSC Campus Joinville, na disciplina de UTI, relato ser uma disciplina com muitas técnicas, complexa, com muitas siglas, medicamentos, drogas, fios, aparelhos, monitores, respiradores. Porém, é neste modulo que os alunos querem chegar, eles anseiam muito por esse momento, de estar dentro da UTI, da emergência, pois, culturalmente é neste módulo que eles vão “salvar vidas”, mas também é um módulo onde o aluno se depara com o sofrimento, com a morte e com a dor. Foi então que comecei a buscar metodologias que possam transformar a aula em uma forma diferente em que os alunos sintam e ao mesmo tempo entendam o que é a UTI. Em um estudo realizado recentemente, aponta que um bom professor possui várias características entre elas domínio do conteúdo que ministra, possuir a habilidade de conectar os conteúdos ministrados com a prática profissional, compromisso e amor pelo que faz (3).

Resultados

Sensibilização Neste momento o objetivo da metodologia em sala é sensibilizar os alunos sobre a importância do processo de cuidar então, é explicado sobre como eles devem permanecer durante essa aula, ou seja, a postura correta, as mãos sobre postas em cima das carteiras, em silêncio, não poderão fazer nenhum tipo de movimento, ou esboçar qualquer tipo de reação. O ambiente é todo preparado as luzes são todas apagadas, eles estão enfileirados e por último é colocado uma bandagem nos olhos para que eles não pudessem realmente ver o que está acontecendo. Neste momento os alunos se percebem dentro do ambiente de UTI, eles não podem falar, estão sozinhos, no escuro, o objetivo é que eles sintam a importância do cuidado humanizado, do toque . Assim, esse movimento de percepção dos alunos desperta a reflexão, e estes começam a perceber e problematizar sobre a realidade. Vivenciando a UTI: Neste momento da aula os alunos estão mais tensos, e mais curiosos, eles continuam com os olhos vendados, em silêncio, enfileirados e com as mãos sobre postas nas carteiras, então começa a vivência propriamente dita, eu e mais uma auxiliar do laboratório de enfermagem fazemos a simulação como se estivéssemos em um dia de plantão dentro do ambiente da UTI , eu fazendo o papel daquela enfermeira formada a muitos anos cansada, trabalhando em dois empregos, com vícios, não aceitando o novo, e a auxiliar de laboratório fazendo o papel da enfermeira recém formada cheia de planos querendo fazer a diferença no trabalho humanizado e tentando de alguma forma amenizar e confortar os pacientes/alunos dando carinho e afeto. Começamos a simular situações cotidianas da UTI, conversamos sobre diversos assuntos, a “enfermeira sem postura” reclama o tempo todo está sempre gritando dentro da UTI, e sobre o quanto é difícil trabalhar na enfermagem, e durante todo o tempo da dinâmica a “enfermeira boa” sempre tentando aliviar e confortar os pacientes/alunos. Essa dinâmica dura em torno de uns 10 minutos. Após o término da dinâmica é solicitado que os alunos calmamente retirem suas vendas, o silêncio toma conta da sala de aula, neste momento acredito que cada aluno está realmente refletindo sobre suas ações, sobre suas técnicas, sobre seus cuidados, sobre que tipo de profissional vai querer ser, como é importante o cuidado humanizado dentro da UTI. Desvelamento Crítico: Iniciamos o Círculo de Cultura onde eles expressam todos os sentimentos que tiveram durante a dinâmica , há uma chuva de palavras, todos os alunos falam e expressam o que sentiram, e então nesse desvelamento alavancamos os primeiros temas geradores: como o medo, a impotência, a tristeza, a ética, solidão, e assim começamos a traçar o que queremos ser como profissionais e começamos a conversar sobre esses temas fazendo uma ligação entre eles e a UTI, esse diálogo ajuda a aproximação e a um conhecimento coletivo visando a reflexão acerca das situações vivenciadas. Desta forma, esse Círculo de Cultura tem a finalidade de ajudar as pessoas/alunos a compreenderem melhor sua realidade, através do diálogo e da troca de experiência

Considerações Finais

Assim impulsionados pela mudança, pela re-descoberta, re-construindo novos rumos pedagógicos e metodológicos foi construída essa experiência relatada e vivenciada intensamente pela professora e pelos alunos na disciplina de UTI, essa proposta pedagógica foi permeada nos conceitos de Paulo Freire como Diálogo, Amorosidade, Empoderamento, Educação Problematizadora ,Autonomia, Professor, Aluno. Os alunos entendem que o diálogo é a base para o início de qualquer movimento pedagógico libertador, um modelo de ensino comprometido com a educação libertadora, que valoriza o diálogo, desmistifica a realidade e estimula a transformação social por meio de uma prática conscientizadora e crítica.

Palavras Chave

Estudantes de Enfermagem, Aprendizagem, Autonomia

Area

Políticas e processos de formação de profissionais e pesquisadores

Autores

JOANARA ROZANE da FONTOURA WINTERS, MARTA LENISE PRADO, SILVANA SILVEIRA KEMPFER