Datos del trabajo


Título

SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE: ESTRATÉGIAS COLETIVAS PARA O FORTALECIMENTO DA REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE

Introdução

Sistema Único de Saúde (SUS), em sua construção histórica, apresenta crescentes avanços e conquistas, mas também importantes questionamentos, com opiniões, por vezes, contrárias e divergentes, mas que repousam na ideia de que é preciso aperfeiçoar o modelo de gestão do SUS, a fim de torná-lo mais dinâmico, participativo e resolutivo. Para tanto, é fundamental que os gestores se orientem e conduzam o processo de planejamento em saúde em consonância com as diretrizes estabelecidas pelo Conselho Nacional de Saúde, o qual estabelece a pactuação dos objetivos, metas e indicadores universais e específicos de acompanhamento.

Objetivos

Objetiva-se apresentar estratégias coletivas para o fortalecimento da rede de atenção à saúde local e regional.

Desenvolvimento

Este estudo vincula-se a um projeto de pesquisa ampliado de pesquisa-ação denominado “Formação em educação permanente em saúde„ que, a priori, buscou conhecer o que os profissionais de saúde sabem, pensam e falam sobre o SUS para, num segundo momento, intervir na realidade por meio de metodologias participativas. Com base nos dados analisados e discutidos evidenciou-se, portanto, à necessidade de estabelecer espaços de discussão ampliada para o delineamento de estratégias coletivas para o alcance das metas propostas. Assim, com base nas evidências constatadas na pesquisa de que o SUS é uma “teia teoricamente perfeita, mas com fragilidades gerenciais, na prática”, propôs-se, em parceria com profissionais da saúde e autoridades públicas da região central do Estado do Rio Grande do Sul, encontros ampliados, em formato de Mesa de Debates, para discutir amplamente o que se entende por saúde e coletivamente delinear estratégias para o fortalecimento das RAS. Realizou-se, para tanto, encontros periódicos entre agosto e novembro de 2016, em uma instituição de ensino superior da região central do Estado do Rio Grande do Sul, sendo que cada encontro teve a duração de cerca de três horas. Os integrantes das Mesa de Debates foram escolhidos por área de afinidade, a partir de convite formal, sendo que responderam afirmativamente ao convite: Vereadores e o Presidente da Comissão de Saúde da Câmara Municipal de Vereadores, a Secretária Municipal de Saúde, representantes da 4a Coordenadoria Regional de Saúde, Gestores de Entidades de Saúde local, Representantes do Conselho Municipal de Saúde, Profissionais dos diferentes serviços de saúde, bem como Docente e acadêmicos da área de saúde. Inicialmente, cada integrante da Mesa foi convidado a discorrer sobre as questões propostas, por cerca de sete minutos. Na sequência, o moderador da Mesa - docente da acadêmica - passou a palavra para o público presente, constituído por usuários e profissionais da saúde, bem como docentes, estudantes da graduação e residentes da área da saúde, os quais participaram das discussões de forma afirmativa e propositora. Num terceiro momento, os integrantes da Mesa foram estimulados, pelo moderador, a apresentarem estratégias concretas de intervenção, com base nas discussões previamente debatidas. Salienta-se, que os debates foram gravados e, na sequência, transcritos para análise de conteúdo temática e posterior delineamento das estratégias, conforme prevê a técnica de análise. Participaram efetivamente das seis Mesas de Debates doze gestores de saúde e dentre o público, constituído por cerca de cem participantes, figuraram usuários e profissionais da saúde, docentes, estudantes da graduação e residentes da área da saúde das diferentes áreas, os quais foram convidados por meio de chamada eletrônica na página central da instituição de ensino. Resultados: Os debates ampliados possibilitaram reflexões que, após analisadas pela análise de conteúdo temática, culminaram em estratégias temáticas assim denominadas: Repensar o modelo de gestão em saúde; Criar sistema informatizado integrado; Qualificar a gestão da rede de saúde com a participação de todos os setores; Criar parceria com a mídia televisiva para fomentar cultura valorativa do SUS; Promover audiência pública para discutir amplamente a crise de saúde local e regional; Desenvolver gestão participativa e corresponsável dos usuários do SUS; Qualificar a atenção básica de saúde e investir intensivamente na educação em saúde. Repensar o modelo de gestão em saúde foi apontada como principal estratégia e que implica em repensar o processo de gestão do sistema. Ficou evidente na compreensão dos participantes de que preciso superar a ideia de que SUS é para os pobres e indigentes e a compreensão de que o sistema é efetivamente uma teia/rede que envolve diálogo, interação e comprometimento de todos os atores envolvidos. Reconhecem que é preciso transcender as questões pontuais e assistencialistas e conceber o SUS como um todo integrado para que, de fato, essa teia/rede funcione na prática. Logo, os gestores precisam estar aptos para integrar, religar e dinamizar o SUS, teia/rede complexa, na qual os diferentes fios se encontram para formar a unidade complexa.

Considerações Finais

O estudo realizado permite afirmar que não existem estratégias preestabelecidas ou métodos prescritivos para o fortalecimento da rede de atenção integral à saúde, pelo menos em âmbito local e regional, tendo em vista que cada ponto da rede deve ser apreendido em sua dinamicidade e intersetorialidade. É fundamental que as ações de saúde tenham como referência os interesses e demandas de todos os atores envolvidos, as quais resultam do encadeamento dos determinantes sociais, políticos, culturais, ambientais e outros.

Palavras Chave

Sistema Único de Saúde; Educação permanente; Gestão em saúde; Participação social.

Area

Gestão de Serviços de Saúde

Autores

Dirce Stein Backes, Camila Pinto Malgarin Coelho, Cristina Santos de Freitas, Janaina Cervo Pilecco, Janine Vasconcelos, Carine Alves Gomes, Leris Salente Bonfanti Haeffner, Mara Caino Teixeira Marchiori