Datos del trabajo


Título

O SIGNIFICADO DE CUIDADOS PALIATIVOS PARA A EQUIPE MULTIDISCIPLINAR EM UMA UNIDADE PEDIÁTRICA

Introdução

As crianças conquistaram benefícios quando o assunto é a expansão tecnológica, para pediatria esse avanço trouxe inegáveis progressos em todas as especialidades. Contudo, essa expansão alterou o perfil das doenças nessas crianças, tornando cada vez mais frequente a assistência a crianças com doenças crônicas e ameaçadoras à vida. Por isso os Cuidados Paliativos devem envolver uma assistência ativa e integral a essas crianças, nas dimensões de seu corpo, mente e espírito, além de oferecer um bom suporte para a sua família .

Objetivos

compreender qual o significado de Cuidados Paliativos para a equipe multidisciplinar de uma internação pediátrica e identificar as possíveis dificuldades no cuidado desses pacientes, perceber quais os sentimentos desses profissionais em relação a pacientes pediátricos em cuidados paliativos e identificar se o profissional obteve algum preparo ou conhecimento do tema durante seu curso de graduação.

Método

pesquisa qualitativa. Os dados foram coletados em uma unidade de internação pediátrica de um Hospital Escola de uma Universidade Pública do interior do Estado de São Paulo. As categorias profissionais dos participantes totalizaram: dez enfermeiros, dois nutricionistas, três fisioterapeutas, quatro técnicos de enfermagem e quatro médicos de uma unidade de internação pediátrica com no mínimo um ano de experiência em assistência a crianças. Os critérios de inclusão foram profissionais de saúde de uma unidade de internação pediátrica com no mínimo um ano de experiência em pediatria. A coleta das informações deu-se durante os meses de janeiro a março de 2017. As entrevistas foram realizadas com o auxílio de um roteiro semiestruturado, cuja pergunta norteadora foi: “Como você define cuidados paliativos?”. O projeto foi registrado na Plataforma Brasil (Pareceres - nº:1.136.181 e nº: 1.698.271). Todos os participantes foram voluntários. Foi assegurada a confidencialidade dos dados, sendo seus nomes fictícios. Os sujeitos só participaram do estudo após terem assinado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os sujeitos foram informados que poderiam desistir de participar do estudo e retirar seu consentimento a qualquer momento que desejassem e as entrevistas foram áudio gravadas com anuência dos entrevistados.

Resultados

Foram entrevistados ao todo 23 profissionais, a média de idade foi de 29 a 30 anos e 12 apresentaram experiência profissional de um a cinco anos. Com a análise dos dados foi possível agrupar os entrevistados em quatro categorias, sendo essas então: 1) definindo cuidados paliativos: conhecimentos e experiências, 2) Aspectos psicológicos: lidando com cuidados paliativos, 3) Os sentimentos dos profissionais da equipe multidisciplinar em relação aos Cuidados Paliativos e 4) Cuidados paliativos e o aprendizado na graduação. 1) Definindo cuidados paliativos: conhecimentos e experiências: Os entrevistados definiram cuidados paliativos e nessas definições foram possíveis constatar conceitos como amenizar o sofrimento, maior qualidade de vida, não ter prognóstico de cura, promover conforto, alivio da dor, dignidade e carinho. Além dessas constatações foi possível observar que os entrevistados se dividiram em três grupos, formando nessa categoria três subcategorias: a) Cuidados Paliativos: Paciente terminal e b) Cuidados paliativos: Pacientes Crônicos e c) Cuidados Paliativos: Outras percepções. 2) Aspectos psicológicos: lidando com cuidados paliativos: No que se refere a forma de lidar psicologicamente com esses pacientes, as opiniões ficaram divididas. Alguns acreditam se sentir psicologicamente preparados por estarem habituados com a rotina e com as experiências profissionais. Enquanto outros relatam se sentirem medianamente preparados, pois apesar das experiências profissionais darem um suporte emocional, não se sentem seguros, por conta da falta de protocolos e de um grupo específico. Outros alegam que a instituição não fornece apoio para as famílias e nem para os profissionais. 3) Os sentimentos dos profissionais da equipe multidisciplinar em relação aos cuidados paliativos: Nas entrevistas também foram abordados sobre o que eles acreditavam essencial para a equipe multidisciplinar cuidar desses pacientes. Alguns retrataram sobre o suporte as famílias dos pacientes, da interação adequada com a equipe multidisciplinar, a equipe precisa “falar a mesma língua”, necessita se capacitar, necessita entender o significado de cuidados paliativos, o gostar do que faz, a promoção do conforto, a avaliação da dor, paciência e carinho, necessita de um protocolo e outros citam a necessidade de ter um grupo de cuidados paliativos especializado para tratar do assunto. 4) Cuidados paliativos e o aprendizado na graduação: Apesar de alguns dizerem sim, no geral todos os participantes alegaram não ter tido um aprendizado adequado em sua graduação, enquanto uns tiveram apenas algo solto pelas disciplinas, os mais antigos na profissão nem ouviram falar em Cuidados Paliativos (CP) por ser um conceito novo. Os que tiveram contado com Cuidados Paliativos ou foram buscando por si próprios ou fizeram alguma especialização/pós-graduação em que foram abortados os temas, mas na graduação nenhum teve contato amplo de CP. As compreensões sobre cuidados paliativos resultaram em convergências e divergências, demonstrando déficit no ensino e falta de apoio psicológico aos profissionais e familiares dos pacientes.

Considerações Finais

A equipe sente uma fragilidade em lidar com o tema, relataram que precisam de capacitação paliativista e inserção de protocolos de cuidados paliativos.

Palavras Chave

Tratamento Paliativo; Equipe de Assistência ao Paciente; Pediatria.

Area

Saúde da Criança

Instituciones

Faculdade de Enfermagem da Universidade Estadual de Campinas - São Paulo - Brasil

Autores

Natália Dias Santos Cotrim, Antonieta Keiko Kakuda Shimo, Stella Hermenegildo Hilkner, Erika Zambrano Tanaka, Ana Raquel Beck