Datos del trabajo


Título

OLHARES DA ESCOLA SOBRE SEXUALIDADE NA ADOLESCENCIA E O ARCABOUÇO DESSAS RELAÇOES ENTRELAÇADAS A ESTRATEGIA SAUDE DA FAMILIA

Introdução

Os adolescentes estão ávidos por um espaço em que possam discutir sexualidade de forma livre de pudores e tabus, pois o amadurecer juvenil carrega os valores de uma sociedade que necessitam ser questionados e querem ser apreciados pelos adolescentes. É uma especificidade inata da fase. Porém, muitos deles não se sentem à vontade para tratar a temática da educação sexual e reprodutiva com os pais ou familiares, atribuindo essa tarefa aos seus professores. Por conseguinte, a escola é um lócus de ações de promoção à saúde do adolescente em que o assunto sexualidade pode ser tratado de forma mais natural e propícia. Nesse tocante, as informações podem se tornar mais sólidas quando partem do professor em sala de aula.

Objetivos

Analisar o arcabouço das relações entre atitudes, posturas e estratégias adotadas pela escola e em sala de aula, acerca do tema sexualidade, através da relação com a unidade de saúde de abrangência, promovendo, a partir daí, ações em saúde.

Método

Estudo quanti-qualitativo, com ferramenta metodológica baseada na pesquisa-ação, e como enfoque teórico, a metodologia da problematização. Ocorreu em Juazeiro-BA, no Colégio Estadual Misael Aguilar Silva e na Unidade Saúde da Família (USF) de abrangência da escola, com adolescentes do Ensino Fundamental II e Médio, gestão escolar e professores, além de enfermeiros, médicos e agentes comunitários de saúde. Aplicou-se um questionário para os estudantes e uma entrevista semiestruturada aos gestores da escola, aos professores e aos profissionais de saúde. Ao final, desenvolveu-se uma oficina com os professores e, uma outra, com os adolescentes. Para os dados quantitativos, utilizou-se o emprego da estatística descritiva, com posterior exibição em tabelas. Os dados qualitativos foram transcritos e analisados através da análise de discurso.

Resultados

Mesmo o adolescente contemporâneo, ele ainda está submetido a situações de vulnerabilidade. Isso se confirmou quando o estudo pontuou que quando ele almeja por informações, prefere buscar respostas nas mídias sociais ou em outros adolescentes que se sobressaem nos nichos juvenis, em detrimento de fontes como a família, a escola e a unidade de saúde. Consequentemente, esse é o retrato de que, mesmo em pleno século XXI, os adolescentes e jovens não são reconhecidos socialmente pela família, escola e serviço de saúde como pessoas sexuadas, livres e autônomas. As referências que invadem o imaginário do jovem são permeadas pelo espetáculo sensacionalista dos tempos hodiernos, não imbricadas por interdições de autocuidado para que o adolescente possa lidar com a sua sexualidade de forma segura, positiva e responsável. A pesquisa desvelou ainda que o adolescente experimenta sua sexualidade movida pela curiosidade, leveza e diversidade de uma transa que na linguagem adolescente se mistura com o paradoxo do jogo de palavras em que “ficar” significa não ficar, não ter compromisso no dia seguinte, não criar vínculos definitivos. E assim, eles querem descobrir, experimentar, sentir e curtir. É o percurso natural da vida, produto dos valores socioculturais de hoje, mas os pais têm medo e não querem permitir que esse aprendizado ocorra a partir dos erros e acertos do adolescer. Além disso, a relação entre professores e alunos mostrou-se permeada por uma relação que não promove a discussão de temas da educação sexual e reprodutiva; e, quando se discute é algo que, muitas vezes, só se restringe às aulas de biologia. A postura revelada pela escola não demonstrou transdisciplinaridade na abordagem da temática e as ações empregadas também não se revelaram como crítico-reflexivas entre os alunos. Consequentemente, os educandos estão expostos a uma mídia que não esclarece satisfatoriamente e acaba por incitar a banalização dos conteúdos de cunho sexual, devendo a família e os professores agir como equalizadores confiáveis desses questionamentos, abordando sempre as dimensões do corpo, gênero e prevenção de agravos físicos, emocionais e sociais. Ademais, para os profissionais de saúde, o assunto requer aprimoramento, capacitações e recursos para o trabalho com adolescentes. O estudo apontou ainda para a necessidade de o Programa Saúde na Escola (PSE) estar calcado no enfoque da intersetorialidade, em um arranjo educativo capaz de atingir, na prática, um objetivo comum, que contribua para a resolutividade e a efetividade das ações em saúde, articuladas com as escolas. Para tanto, o ponto de partida é a concreta efetivação do programa com esforços estratégicos no planejamento, desenvolvimento, gestão e organização dos serviços de saúde e educação que vislumbrem essa real e necessária integração.

Considerações Finais

Fazer saúde é envolver-se com a produção social de um dado território, minimizando riscos e vulnerabilidades, nas quais também deem condições de trabalho para as equipes de saúde da família no estabelecimento de uma rede de compromissos a favor da operacionalização do PSE. E a escola, por ser esse espaço de possibilidades dessa produção social e em saúde, em que exerce um papel fundamental na formação de um cidadão crítico e autônomo, capaz de exercitar plenamente seus direitos e deveres, é que deverá atuar como um terreno de convergência entre saúde e educação. A defesa por uma educação de pessoas para a transcendência, permitindo aos educandos uma visão mais aprofundada da vida, penetrando na essência do mundo, divergindo da visão superficial e panorâmica com que os conteúdos são desenvolvidos em sala de aula, deverá ser o paradigma vigente das relações Educação e Saúde, compreendendo esses últimos como dimensões da vida humana que precisam permanecer sempre juntas, apesar de normalmente separadas.

Palavras Chave

Sexualidade; Adolescência; Educação; Saúde da Família

Area

Saúde do Adolescente

Instituciones

UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO - Pernambuco - Brasil

Autores

Mônica Cecília Pimentel de Melo, Isabella Mendes Gomes, Jéssica Lopes Gomes, Albertino José Ferreira Neto, Keylla Karinna Marques, Gustavo Elias da Silva, Eduardo Montenegro Dutra, Félix Alexandre Antunes Soares