Datos del trabajo


Título

MAPA FALANTE E ENTREVISTA SEMIESTRUTURADA COM ADOLESCENTES PUERPERAS: TECNICAS PARA PRODUÇAO DE DADOS EM PESQUISA

Introdução

O Mapa Falante (MF), como técnica de produção de dados em pesquisa, se configura em uma produção artística pelos próprios participantes do estudo. Consiste na construção de um mapa desenhado de modo individual ou coletivo, com o intuito de descrever as relações com o meio social, relacionando com pessoas e/ou com instituições. O MF é considerado uma técnica de criatividade e sensibilidade para produzir dados em pesquisas na área da saúde, com destaque na enfermagem. Inclusive, possibilita a conjugação com outras técnicas, como a entrevista. Dentre os tipos de entrevista, a semiestruturada permite que a pesquisadora faça as adaptações necessárias na medida em que os dados são produzidos junto aos participantes. Essas técnicas, quando aplicadas no contexto de adolescentes puérperas, podem ser utilizadas para promover a sensação de informalidade, o que contribui com a fluidez da produção de dados por uma população que, por características da própria fase da adolescência, caracteriza-se por falar pouco individualmente, mas que se expressa entre os pares. Salienta-se que ao vivenciar o puerpério na adolescência, algumas dificuldades e inseguranças podem emergir. Quando isso acontece, contar com o apoio social pode repercutir em uma vivência com significados positivos do período, especialmente nos casos em que se evidencia o apoio da família e da equipe de saúde. Frente a isso, torna-se importante a realização de pesquisas que busquem aprimorar a atenção à saúde às adolescentes puérperas, sendo então, pertinente a realização de trabalhos que permitam conhecer o apoio social, buscando perspectivas contributivas para a saúde e para o fortalecimento das relações interpessoais.

Objetivos

Refletir acerca da utilização do mapa falante combinada a entrevista semiestruturada em investigação qualitativa com adolescentes puérperas.

Desenvolvimento

A reflexão teórico-metodológica decorreu de uma dissertação de mestrado intitulada “Apoio social na vivência do período gravídico-puerperal percebido pela puérpera adolescente” defendida em 2017, no Programa de Pós-graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), com aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa, sob parecer número 1.538.235. Para produção de dados, primeiramente buscou-se o acesso as potenciais participantes da pesquisa, apresentação da pesquisadora e dos objetivos da pesquisa, convite para participar da produção de dados e consentimento. Então, realizou-se a entrevista semiestruturada e, após apresentou-se a questão para confecção do MF: em quais lugares e de que pessoas você recebe apoio? Por fim, foi apresentada a produção artística com explanação da própria participante. O MF foi confeccionado individualmente, por ser considerado como potente instrumento para fazer uma leitura da realidade, a partir de suas múltiplas dimensões. Ao construí-lo, as participantes realizaram uma representação de como estava sendo organizado o apoio social em suas vivências. Dessa maneira, por meio da combinação das duas técnicas de produção de dados, foi possível obter um panorama da importância do apoio social oferecido às adolescentes no processo de tornar-se mãe. Neste sentido, a pesquisa teve como resultado que as adolescentes que contaram com o apoio das pessoas da sua rede de relações, sentiram-se mais seguras para vivenciar a experiência de ser mãe. Os tipos de apoio ofertados foram divididos entre instrumental, emocional, informativo e de reforço. O apoio mais ofertado às adolescentes deste estudo foi o instrumental, sendo também o mais significativo, pois as principais dificuldades foram solucionadas ao receber esse apoio. Para isso, de maneira geral, pessoas da família, próximas geograficamente, se encarregaram de ofertar esse apoio. O apoio emocional foi considerado importante por contribuir com a segurança e autoestima das adolescentes, visto que elas se sentiram amparadas, diminuindo a sensação de solidão. O apoio informativo ajudou na prevenção de dificuldades, pois ao serem orientadas pelos profissionais de saúde e trocarem conhecimento no grupo de gestantes, elas seguiram as orientações, o que pode ter prevenido possíveis dificuldades. Já o apoio de reforço, se demonstrou discreto neste estudo. Por outro lado, os resultados demonstraram que a falta de apoio à algumas adolescentes, causou frustração e sobrecarga emocional. Isso adveio do sentimento de que os cuidados com o bebê estavam totalmente sob suas responsabilidades, exacerbando seus medos e inseguranças para assumir o novo papel social.

Considerações Finais

As técnicas de entrevista semiestruturada e mapa falante se complementaram na produção de dados da pesquisa. A entrevista permitiu às participantes discorrerem livremente acerca do objeto de investigação e o mapa falante possibilitou uma síntese ilustrativa das narrativas, além de convergir com a preferência daquelas adolescentes que preferiram expressar seus sentimentos por desenhos e frases. Cabe salientar que a utilização dessas técnicas proporcionou o enriquecimento dos dados produzidos, pois foi possível a visualização e relato da vivência do período gravídico-puerperal. Como contribuições para a prática assistencial, esses resultados demonstram a possibilidade, inclusive, do profissional de saúde utilizar a técnica do mapa falante em sua prática assistencial, visto a possibilidade de proporcionar conhecimento ampliado dos projetos de vida e aspirações das adolescentes, para então, organizar um plano de cuidado individual e de acordo com as subjetividades.

Palavras Chave

Enfermagem, Metodologia, Coleta de dados.

Area

Cultura e saúde

Autores

Luiza Cremonese, Lúcia Beatriz Ressel, Cristiane Cardoso de Paula, Laís Antunes Wilhelm, Lisie Alende Prates, Camila Nunes Barreto, Carolina Carbonell Demori, Silvana Cruz da Silva