Datos del trabajo


Título

REPRESENTAÇOES SOCIAIS SOBRE O SUS NA MIDIA: UM ESTUDO COMPARATIVO

Introdução

Na VIII Conferência Nacional de Saúde (VIII CNS), realizada em Brasília no ano de 1986, surgiu o conceito ampliado de saúde, produto de intensa mobilização, que surgiu em diversos países da América Latina durante as décadas de 1970 e 1980, como resposta aos regimes autoritários e à crise dos sistemas públicos de saúde (PAIM, et al., 2011). Dando um salto na linha do tempo, o Brasil encontra-se em clima de recessão na economia, política, educação e saúde em 2016 e 2017. Mudanças no SUS são anunciadas e a comunidade passa a temer o futuro do sistema. O SUS é considerado o maior sistema público de saúde do mundo, mas, apesar das conquistas, aparece na mídia quase sempre como um modelo sucateado e cheio de falhas. A saúde pública é referenciada na mídia por meio da ineficiência da administração pública, como também ocorre com outras instituições em menor escala e proporção. É neste cenário que a ideia deste trabalho surgiu: evidenciar as representações sociais sobre o SUS no momento da sua criação e na conjuntura sociopolítica atual na qual nos encontramos.

Objetivos

Investigar como se deu a construção midiática do SUS no momento de sua formação, de janeiro de 1988 a dezembro de 1991, e no momento atual, de março de 2016 a março de 2018.

Método

O estudo descritivo exploratório, de abordagem qualitativa e quantitativa, foi feito por meio do levantamento e análise de notícias e reportagens publicadas sobre o SUS no Brasil, nos períodos de janeiro de 1988 a dezembro de 1991, e de março de 2016 a março de 2018. Para o resgate de notícias foi considerado um período posterior a formação e consolidação do SUS. Esse recorte temporal possibilitou identificar notícias referentes à criação do SUS e acompanhar a evolução da construção midiática do tema até os dias atuais.
Dados secundários foram coletados em acervos de jornais e revistas: Veja online, Folha de São Paulo online, O Popular online, e O Correio Brasiliense. Estas fontes documentais realizaram a cobertura midiática sobre o tema, permitindo que a análise descritiva fosse composta por uma diversidade de fontes e por uma pluralidade de informações relevantes para o estudo proposto, quantificando-as.
O diferencial do trabalho a ser realizado foi o uso do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC) como método para investigar o contexto da formação SUS e sua atual conjuntura. Os DCS foram obtidos de notícias e reportagens publicadas pelos meios de comunicação massivos. Esse método encontra-se fundamentado na Teoria das Representações Sociais e consiste em analisar o material verbal coletado, selecionando depoimentos individuais a determinada questão.

Resultados

As representações sociais não só aparecem em entrevistas e questionários, mas também em jornais, revistas e outros meios de comunicação, o que comprova que não vivemos em um “vazio social”, mas sim em um meio repleto de fenômenos observáveis. As representações sociais que circulam nos discursos são veiculadas em imagens midiáticas. Os temas relacionados ao SUS estudados por meio da técnica do DSC foram escolhidos após a coleta dos textos verbais. A relação prévia com o material verbal adquirido permitiu o entendimento do contexto do SUS na época de estudo e esclareceu quais foram os principais assuntos abordados pelos meios de comunicação midiáticos durante esses períodos.
Com o objetivo de fundamentar os discursos extraídos das reportagens e construir um conhecimento sobre o SUS abordando os meios de comunicação massivos na óptica da ciência, foi feito um levantamento bibliográfico sobre o SUS. Nesse estudo, os seguintes tópicos foram priorizados: SUS (Sistema Único de Saúde), atenção primária à saúde, serviços de saúde, financiamento governamental, pacto e saúde, políticas públicas, distorção da percepção, centros de saúde, gestor de saúde, assistência a saúde, imprensa, controle social ou participação social, comunicação em saúde, usuários, atendimento e judicialização da saúde.
O acesso aos noticiários publicados pela revista Veja, e os jornais Folha de São Paulo, O Popular e Correio Brasiliense foi por meio eletrônico. Os temas mais abordados nas notícias veiculadas das duas épocas estudadas foram: serviços de saúde(75%); gastos e SUS (75%); manipulação e SUS (70%); gestão do SUS(65%); cidadania e SUS (50%); limitações e carências do SUS (50%); avanços do SUS (30%); e usuários do SUS (20%). Os dados revelam que os gastos do SUS são pauta na mídia, apresentando maior frequência do que as limitações do SUS para a população brasileira.

Considerações Finais

Foram obtidas as representações sociais sobre o SUS no período proposto, por meio da análise comparativa de notícias veiculadas pela imprensa. A realização deste estudo descritivo com abordagem midiática permitiu a construção de um cenário sobre como SUS é representado pelos meios acadêmico e midiático. Foi possível conhecer o perfil de divulgação do SUS pela comunicação de massa e elaborar um painel de discursos com base na análise dos dados, permitindo assim apresentar representações sociais por meio de pensamentos e opiniões coletivas sobre o tema.

Palavras Chave

Sistema Único de Saúde; Teoria das Representações Sociais; Comunicação midiática; Discurso do Sujeito Coletivo.

Area

Comunicação e Saúde

Autores

Edlaine Villela, Lana Miranda