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Título

INVESTIGAÇAO DA GESTAO EM ORGANIZAÇOES DE SAUDE – UMA PROPOSTA DE METODOLOGIA QUALITATIVA

Introdução

As organizações de saúde, estruturas identificadas como as clínicas, os hospitais,
os laboratórios e em outras unidades organizacionais ligadas no sector de saúde, tanto de natureza
econômica privada ou pública, são organizações complexas no sentido de gestão e organização, pois
possuem sua própria lógica e outras características que as divergem de outras organizações. Analisar,
perceber e identificar seus fenômenos organizacionais evade das tradicionais metodologias de
investigação cientifica, necessitando assim de técnicas mais profundas e que melhor possam interpretar
as realidades organizacionais. Os métodos de investigação quantitativos, por exemplo, se mostram
eficazes em investigar a gestão quando os dados são concretos e exatos, mas quando a investigação
tem como cenários as questões comportamentais, subjetivas ou que necessitam de uma profundidade
de percepção, evidencia-se grandes oportunidades de melhoria na qualidade dos resultados (Howe and
Eisenhart, 1990). Em paralelo a este facto, as organizações de saúde são complexas pela sua própria
natureza e particularidades. Podemos elencar vários elementos que ressaltam as características que
divergem os determinantes de uma organização de saúde. Com este cenário, a intenção desta
comunicação é apresentar uma reflexão sobre uma proposta de métodos de investigação qualitativos
para melhor perceber os fenômenos organizacionais em organizações de saúde, permitindo um
aprofundamento na realidade de gestão, produzindo resultados com o máximo de fiabilidade possível
(Guba and Lincoln, 1984).

Objetivos

Evidenciar a aplicabilidade dos métodos de investigação qualitativos em gestão de
organizações de saúde; demonstrar esta complexidade organizacional por meio das teorias das
fronteiras organizacionais, da coordenação relacional, do serviço de saúde e da burocracia
especializada, e; apresentar a vicissitude do método qualitativo para análise organizacional e produção
do conhecimento em gestão.

Desenvolvimento

Para fins de justificação e contextualização desta comunicação, elegemos
apresentar uma reflexão sobre questões organizacionais e de gestão, nomeadamente: a)- A
interpretação da estrutura organizacional dessas organizações é atípica. As mesmas são consideradas
pelas literaturas como burocracias especializadas, que possuem sua própria lógica organizacional, com
um processo de gestão que é singular das outras organizações, que é percepcionado com um arquétipo
de mundos ou espaços organizacionais que se encontram conflituosas pelas estruturas profissionais,
com os mundos de cuidar dos médicos, do de curar dos enfermeiros e o de gerir dos gestores
(Glouberman and Mintzberg, 1996, 1997, 2001, Mintzberg, 1989, 2010); b)- A existência de fronteiras
organizacionais não explícitas no processo de relação entre estes diferentes mundos, identificadas
como os conceitos de Buferring e de Boundary Spanning de Tushman and Scanlan (1981) que afetam
a comunicação, a interação e o bom desempenho das equipes. (Mørk et al., 2012). c)- Uma
coordenação relacional peculiar, com aspetos de gestão, de comunicação e da liderança, afetando o
desempenho organizacional (Gittell, 2011); e c)- A natureza dos serviços (Lovelock, 2003) como a
inseparabilidade e a perecibilidade nos serviços de saúde. (Wilson, 1972, Bateson and Hoffman, 2003,
Lovelock, 2003). Percebe-se que análise da gestão em saúde deve ser densa, sendo necessários
métodos de investigação que permitam a análise de dados subjetivos e comportamentais. A
investigação qualitativa tem tido significações diferentes ao longo da evolução do pensamento
científico, mas pode-se aplicar a esta uma definição genérica, que esta abordagem metodológica
abrange os estudos nas quais se confina na percepção de um o observador no mundo, edificando-se
num enfoque naturalista interpretativo da realidade (Denzin and Lincoln, 2006). Partindo destes
cenários, se propõe apresentar uma reflexão teórico-metodológica no contorno de uma sugestão de
método qualitativo para melhor perceber e investigar este processo de gestão e de organização no
sector de saúde. Esta proposta é de natureza teórica, o qual se propõem quatro etapas: 1- A escolha do
método do estudo de caso, que compreendem uma estratégia de pesquisa utilizada nas ciências sociais
e com bastante regularidade para uma investigação que possua como objetivo a compreensão do
“como?” e “por quê?” de um fenómeno (Bryman, 2005); 2- A coleta de dados, fundamentada em
entrevistas semiestruturadas áudio-gravadas e transcritas (Triviños (1987) e Manzini (1990/1991)); 3-
A codificação das transcrições para análise de discurso e de conteúdo (Bardin, 1977), empregando um
sistema de código e um software de Qda Analysis. (Stone et al., 1974), fundamentados nas teorias do
objeto da investigação (e.g. Estrutura Organizacional (Glouberman and Mintzberg, 1996, 1997, 2001,
Mintzberg, 1989, 2010); Buferring e de Boundary Spanning (Tushman and Scanlan, 1981),
desempenho das equipes (Mørk et al., 2012), Coordenação Relacional (Gittell, 2011) e natureza dos
serviços. (Wilson, 1972, Lovelock, 2003, Bateson and Hoffman, 2003); 4- A estabilização da análise
com a Grounded Theory Approach (Glaser and Strauss, 1967, Strauss, 1987, Strauss and Corbin,
1998).

Considerações Finais

Observou-se a grande valia que a utilização de métodos qualitativos
para análise de fenômenos de gestão, pois facilitam a apreciação profunda de variáveis subjetivas e
comportamentais. Com o uso desta metodologia, é possível entender ainda com clareza pensamentos,
propostas de ação e referências superficiais. Outra oportunidade é sistematizar os diagnósticos com
vistas a possibilitar uma análise qualitativa, o que passa a ser de suma importância no processo de
investigação com grandes montas de inquéritos e ou entrevistas complexas estruturadas ou
semiestruturadas. A discussão crítica do conceito de “metodologia qualitativa” nos induz a pensá-la
não como uma alternativa ideológica às abordagens quantitativas, mas a aprofundar o carácter do
social e as dificuldades de construção do conhecimento que o apreendem de forma parcial e inacabada.
Com esta proposta de estratégia puramente qualitativa, objetiva-se então o aprofundamento nestas
questões metodológicas, com a tentativa de definição, de justificação e da validação desses métodos
qualitativos para a investigação em organizações de saúde de uma forma compreensiva das
racionalidades envolvidas na articulação da gestão com diferentes domínios de práticas da
organização.

Palavras Chave

Area

Gestão de Serviços de Saúde

Autores

Francisco Edinaldo Lira de Carvalho