Dados do Trabalho


Título

Perfil clínico e desfecho de pacientes com sepse e choque séptico internados em uma UTI de um hospital no meio-oeste catarinense no ano de 2024: Um estudo retrospectivo

Introdução

A sepse é uma resposta inflamatória desregulada a infecções, e é uma das principais causas de morte no mundo. Este estudo visa analisar o perfil dos pacientes com sepse e choque séptico e os desfechos clínicos associados em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Método

É um estudo retrospectivo, transversal e descritivo, baseado na análise de prontuários médicos de pacientes internados na UTI do Hospital Maicé, Caçador-SC, que cursaram com sepse e que receberam alta (por melhora ou óbito) entre os meses de dezembro de 2023 e julho de 2024. A análise estatística foi realizada com o programa GraphPad Prism 8. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Alto Vale do Rio do Peixe (CAAE: 79135124.6.0000.0259).

Resultados

Dos 40 pacientes avaliados, 67,5% eram do sexo masculino e 32,5% feminino. A média de idade geral foi de 64 anos, sendo maior entre as mulheres (71) comparadas aos homens (61). O tempo médio de permanência na UTI foi de 16 dias, variando entre 1 e 55 dias, sem diferença significativa entre os sexos. O desfecho foi dividido em 45,45% de alta por melhora e 54,55% por óbito. Foi observado que pacientes que evoluíram para óbito permaneceram menos tempo na UTI em comparação com aqueles que melhoraram. Pacientes com alta por melhora apresentaram uma média de idade de 52 anos, enquanto aqueles que evoluíram para óbito tinham uma média de 71 anos, sugerindo uma associação entre idade avançada e piores desfechos. Outros estudos também indicam maior prevalência de sepse e choque séptico em homens, possivelmente devido à ação dos androgênios, que podem aumentar a imunodepressão. Da mesma forma, há maior prevalência de sepse em indivíduos acima de 60 anos, o que está de acordo com os resultados encontrados, provavelmente devido à imunossenescência. A infecção respiratória foi a principal causa de sepse (54,3%), seguida por infecções do trato urinário. Klebsiella spp foi o microrganismo predominante em hemoculturas positivas (34,62%). Esses resultados destacam a infecção respiratória como uma causa predominante, alinhando-se com a literatura existente.

Conclusão

O estudo revela maior prevalência de sepse em homens e idosos, com piores desfechos associados à idade avançada. As infecções respiratórias e Klebsiella foram identificadas como predominantes entre os causadores de sepse. Limitações como o tamanho da amostra e dados incompletos indicam a necessidade de mais pesquisas.

Bibliografia

KOURY, J. C. DE A.; LACERDA, H. R.; BARROS NETO, A. J. DE. Características da população com sepse em unidade de terapia intensiva de hospital terciário e privado da cidade do Recife. Revista Brasileira de Terapia Intensiva, v. 18, n. 1, mar. 2006.
MARIANO, D. R. et al. Perfil de pacientes com sepse e choque séptico em um hospital de trauma: Estudo transversal. Enferm Foco, v. 13, p. -, 2022.
WESTPHAL, G. A. et al. Características e desfechos de pacientes com sepse adquirida na comunidade e no hospital. Revista Brasileira de Terapia Intensiva, v. 31, p. 71–78, 2019.

Área

Clínica Médica

Categoria

Transversal

Instituições

Universidade do Alto Vale do Rio do Peixe - Santa Catarina - Brasil

Autores

PÂMELA CRISTINE DE PELEGRIN, Aisha Zanella, Aline Correia Zablonsky, João Paulo Assolini