Dados do Trabalho
Título
ANÁLISE DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA MORTALIDADE POR CÂNCER DE TIREOIDE NO SUL DO BRASIL ENTRE OS ANOS DE 2013 E 2023
Introdução
A glândula tireoide tem como principal função a síntese e armazenamento de hormônios tireoidianos¹. As doenças da tireoide incluem alterações na quantidade de hormônios liberados, e presença de lesões sólidas², como os diferentes tipos de carcinoma3. De modo geral, o diagnóstico dessa doença é feito por exames complementares que incluem ultrassom, punção aspirativa por agulha fina e estudo imunohistoquímico4. O câncer de tireoide aumentou sua incidência nas últimas décadas na maior parte dos países desenvolvidos5. Porém, para a definição da incidência em países em desenvolvimento, mais estudos estatísticos são necessários.
Método
Estudo retrospectivo transversal, de abordagem quantitativa referente a mortalidade por câncer de tireoide nos estados do sul do Brasil entre os anos de 2013 e 2023. Foram coletados dados através do Sistema de Informações de Mortalidade do SUS (SIM/SUS), alcançados por meio do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS)5. Incluiu-se na amostra número de óbitos por neoplasia maligna da glândula tireoide, sendo as variáveis utilizadas faixa etária, sexo e estados do Sul do Brasil.
Resultados
O total de óbitos por câncer tireoidiano na região Sul do Brasil entre os anos de 2013 e 2023 foi de 1.449, sendo 2022 o ano com maior número de óbitos e 2014 e 2015 os anos com menores números de óbitos, representando 10,2 e 8% respectivamente. Em relação à idade, 80% do total de óbitos ocorreu na população acima de 60 anos, sendo os indivíduos de 70 a 79 anos os mais afetados. O Rio Grande do Sul foi o estado sul brasileiro com maior número de óbitos, constituindo 38,9% do total, seguido do Paraná e Santa Catarina. A última variável estudada foi o sexo, tendo 65,7% dos óbitos ocorrido em indivíduos do sexo feminino. Entre os anos de 2022 e 2023, observou-se uma queda de 14,5% no número de óbitos de indivíduos masculinos, ao passo que houve aumentou 5,3% o número de óbitos no sexo feminino.
Conclusão
Os resultados destacam a importância da realização de consultas com endocrinologistas para a detecção e tratamento adequado do câncer de tireoide, a fim de minimizar o número de óbitos. Além disso, é crucial a implementação de políticas públicas de conscientização sobre câncer em questão, bem como acesso equitativo aos serviços de saúde para todos os cidadãos brasileiros.
Bibliografia
1. MOLINA, E.P. Fisiologia endócrina. 4ª ed. Porto Alegre: Editora Artmed, 2014.
2. KUMAR, Vinay; ASTER, Jon C.; ABBAS, Abul K.. Robbins & Cotran Patologia: bases patológicas das doenças. 9 Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2021, 1421 p.
3. Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metodologia. Câncer de Tireoide. Disponível em
4. Ferraz AR, Araújo Filho VJF, Gonçalves AJ, Fava AS, Lima RA. Diagnóstico e tratamento do câncer da tireóide. In: Projeto diretrizes. São Paulo: AMB/CFM; 2002. [citado 2024 jun. 09]
Área
Clínica Médica
Categoria
Transversal
Instituições
UNISUL - Santa Catarina - Brasil
Autores
JULIA MARIOT ZANELLATO, Victor Quarentei Ciaccio, Renata Quercia Muniz Teixeira Barros, Júlia Cunha Serra, Ana Paula Gomes Cunha