Dados do Trabalho
Título
DENGUE NA REGIÃO SUL DO BRASIL
Introdução
A dengue é uma arbovirose endêmica no Brasil, com padrão sazonal coincidente em regiões tropicais, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, causada por um Flavivírus. Sua evolução é sistêmica e dinâmica, marcada por um estado febril agudo e um amplo espectro clínico, podendo levar ao óbito. Observa-se um aumento gradativo do número de infecções pelo vírus, portanto, propõe-se analisar as taxas de casos de dengue registrados na região.
Método
Estudo ecológico de série temporal, descritivo, retrospectivo, com abordagem quantitativa, realizado mediante coleta de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan/SUS) vinculado ao DATASUS sobre os casos de dengue na região Sul do Brasil. As variáveis analisadas foram ano e Unidade Federativa de notificação, óbito pelo agravo notificado, idade e hospitalização de janeiro de 2014 a 02 de setembro de 2024.
Resultados
Foram 2.452.921 casos prováveis notificados no período descrito, 2024 foi o ano com maior número de notificações registrando 1.208.911, destes, 38.348 necessitaram de hospitalização. O Paraná liderou no período com 1.492.302 do total de casos, seguido por Santa Catarina com 637.427 e Rio Grande do Sul com 323.192. Na região, 2024 também lidera com o maior número de óbitos registrados pelo agravo notificado (1.272), ao passo que 2023 registrou 285. Ainda, dos 1.272 óbitos registrados, houve prevalência entre idosos (937) em comparação a população de 0-59 anos (333). Também, 2018 foi o ano com o menor número de notificações (1.739), hospitalização (215) e óbitos (2).
Conclusão
O período analisado evidenciou um aumento das notificações em surtos, destacando-se 2018 com o menor número de notificações e 2024 com o maior deles, reunindo, em pouco mais de 9 meses, quase metade do número total de registros acumulados no período, e um consequente aumento de 446% no número de óbitos se comparado ao ano anterior, com os idosos representando a maior parcela. O Paraná liderou quanto ao número de notificações, enquanto o Rio Grande do Sul registrou as menores taxas, contudo, é necessário considerar a população dos Estados para uma análise comparativa. Assim, a doença é um importante problema de saúde pública e medidas preventivas devem ser reforçadas, e, por se tratar de um estudo ecológico quantitativo, não é possível correlacionar os dados analisados com outras variáveis relacionadas à doença.
Bibliografia
1. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Diretrizes nacionais para prevenção e controle de epidemias de dengue. Brasília, DF: MS, 2009.
2. WORLD HEALTH ORGANIZATION. Dengue: guidelines for the diagnosis, treatment, prevention and control. 9. ed. Geneva, 2009.
3. ORGANIZACIÓN PANAMERICANA DE LA SALUD. Dengue: Guías de atención para enfermos en la región de las Américas. 2. ed., 2015.
Área
Clínica Médica
Categoria
Transversal
Instituições
Universidade Comunitária da Região de Chapecó - Unochapecó - Santa Catarina - Brasil
Autores
HELOISE CADORI, DAIANA LUÍSE BORSATO, JULIA XAVIER DA CRUZ