Dados do Trabalho
Título
Efeito hipoglicemiante e antioxidante de Myrcia neoobscura: uma planta nativa da Mata Atlântica
Introdução
A Diabetes Mellitus (DM) é uma doença causada pela deficiência ou falta de sensibilidade da insulina, ocasionando uma alteração de forma crônica no sistema endócrino e no metabolismo dos pacientes¹. Nesse contexto, o estresse oxidativo desempenha um papel crucial no desenvolvimento e na progressão da DM. Isso ocorre devido ao desequilíbrio entre a produção de espécies reativas de oxigênio (EROs) e a capacidade antioxidante do corpo, associando-se a complicações e mecanismos patológicos². Algumas espécies do gênero Myrcia, da família Myrtaceae, são conhecidas como “insulina vegetal” e são usadas como hipoglicemiantes³. Considerando que a DM é um problema de saúde pública mundial, a pesquisa em questão investigou os possíveis efeitos hipoglicemiante e antioxidante da fração insolúvel (FI) de Myrcia neoobscura em modelo animal de DM1.
Método
Dessa forma, Rattus norvegicus, foram induzidos a DM1 através de injeção intraperitoneal de Aloxana (150mg/kg), em dose única e os animais foram tratados por 15 dias, uma vez ao dia com FI de M. neoobscura (50, 100 ou 150mg/kg). Após o tratamento, a glicemia foi avaliada, bem como os parâmetros de estresse oxidativo como a dosagem de substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS), a atividade de enzimas antioxidantes (catalase (CAT), superóxido dismutase (SOD) e glutationa peroxidase (GSH-Px)), conteúdo total de sulfidrilas e proteínas carboniladas em sangue dos animais testados.
Resultados
Os resultados mostraram que a aloxana causou hiperglicemia, aumento de TBARS em plasma e redução da atividade das enzimas antioxidantes (CAT, SOD e GSH-Px) em eritrócitos de ratos. A FI, por si só, nas três doses testadas (50, 100 e 150 mg/kg) aumentou o conteúdo total de sulfidrilas. Em adição, a FI foi capaz de reverter parcialmente o aumento da glicemia nas doses de 100 e 150 mg/kg, bem como reverteu a redução da atividade da CAT, SOD e GSH-Px e o aumento de TBARS, causados pela hiperglicemia.
Conclusão
A FI de Myrcia neoobscura evidenciou ação hipoglicemiante e antioxidante em modelo animal preditivo de DM1, provavelmente devido sua rica composição em compostos fenólicos. Portanto, esses resultados poderão servir como base para pesquisas futuras visando o uso clínico da espécie em busca de um possível coadjuvante no tratamento de diabetes.
Bibliografia
1. ATKINSON, Mark A.; EISENBARTH, George S.; MICHELS, Aaron W. Type 1 diabetes. The Lancet, v. 383, n. 9911, p. 69-82, 2014. Disponível em: https://doi.org/10.1016/S0140-6736(13)60591-7. Acesso em: 09 set. 2024.
2. ASMAT, Ullah; ABAD, Khan; ISMAIL, Khan. Diabetes mellitus and oxidative stress—A concise review. Saudi Pharmaceutical Journal, v. 24, n. 5, p. 547-553, 2016. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.jsps.2015.03.013 . Acesso em: 30 ago. 2024.
3. SANTOS, Eliza de Jesus Barros dos; BEZERRA, Fernanda Wariss Figueiredo; SILVA, Luiz Renan Ramos da; SILVA, Marcilene Paiva da; FERREIRA, Oberdan Oliveira; MARTINS, Luiza Helena da Silva; CHAVES-NETO, Antônio Maia de Jesus; BOTELHO, Anderson de Santana; KUMAR, Ravendra; BARGALI, Pooja; VILHENA, Karyme do Socorro de Souza; ANDRADE, Eloisa Helena de Aguiar; OLIVEIRA, Mozaniel Santana de. Exploring the Potential of Myrcia Genus Essential Oils: A Review of Biological Activities and Recent Advances. Molecules, v. 29, n. 12, p. 2720, 2024. Disponível em: https://doi.org/10.3390/molecules29122720 . Acesso em: 30 ago. 2024.
Área
Clínica Médica
Categoria
Experimentais
Instituições
FURB - Fundação Universidade Regional de Blumenau - Santa Catarina - Brasil
Autores
ANA CAROLINA MOREIRA DE MORAES LIMA, LUIZA ARANTES RODRIGUES, MARCELA PEREIRA ROHDEN, VITÓRIA EDUARDA SGROTT, DÉBORA DELWING DAL MAGRO