Dados do Trabalho
Título
ANÁLISE DO NÚMERO DE INTERNAÇÕES E TAXA DE MORTALIDADE EM PACIENTES COM HEPATITE B AGUDA NO ESTADO DE SANTA CATARINA ENTRE 2019-2022.
Introdução
A hepatite B é uma infecção viral muito prevalente ao redor do mundo e o estado de Santa Catarina não é exceção a essa realidade. Essa patologia pode se apresentar de forma crônica ou aguda, ou seja, pode ser uma perturbação inflamatória do fígado persistente ou uma infecção que se resolve espontaneamente até seis meses após os primeiros sintomas.
Método
Estudo retrospectivo de coorte, com base no sistema DataSUS no
período entre 2019 - 2022.
Resultados
De 2019 a 2022 foram diagnosticados um total de 40.954 casos de hepatite B no Brasil, sendo destes, 3.649 no estado de Santa Catarina. Em relação ao número de internações por hepatite B em sua forma aguda no país, a região Sul apresentou 431 internações e está entre as com menores números desse registro, sendo destes apenas 84 em Santa Catarina. Houve uma predominância do sexo masculino em 49 pacientes e 35 do sexo feminino, a faixa etária predominante foi entre 50-59 anos, apresentando uma porcentagem de 27,3%. Sobre a taxa de mortalidade destes pacientes, destacaram-se aqueles com 70-79 anos com uma taxa de 37,5. Os homens também apresentam uma maior taxa de mortalidade quando comparada à mulheres, com 18,37 e 11,43 respectivamente. O estado do Rio Grande do Sul apresentou uma maior taxa de mortalidade quando comparado ao Paraná e SC sendo respectivamente 17,98, 12,18 e 15,48. Se comparada a outras regiões, a região Sul está entre as com menores taxas de mortalidade, com 14,62, junto com as regiões Norte e Nordeste.
Conclusão
Santa Catarina é o estado da região sul brasileira com menos internações pelo vírus B, possivelmente em função de tratamentos eficazes que minimizam hospitalizações, disponibilizados de forma gratuita pelo SUS. Notou-se uma prevalência do sexo masculino , em função do estilo de vida desse grupo populacional, um maior uso de drogas injetáveis e menos aderência à vacinação. A mortalidade é maior nos homens de 70-79 anos, porque, em função da idade avançada e da imunossenescência, internações podem ser extensas e tratamentos podem ser menos eficazes. As menores taxas no estado se devem a funcionalidade do sistema de saúde no estado e acesso à informação da população sobre formas de prevenção. Apesar da diminuição dos casos de Hepatite B no Brasil desde o ano de 2019, esta patologia ainda deve ser monitorada em função de seus riscos à saúde pública
Bibliografia
DEGENHARDT, L et al. Epidemiology of injecting drug use, prevalence of injecting-related harm, and exposure to behavioural and environmental risks among people who inject drugs: a systematic review. The Lancet Global Health, v. 11, n. 5, p. E659–E672, maio 2023
https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2023/julho/saude-vai-dobrar-o-numero-de-pacientes-com-hepatite-b-em-tratamento-no-brasil
Área
Clínica Médica
Categoria
Coorte
Instituições
Fundação Universidade Regional de Blumenau - Santa Catarina - Brasil
Autores
LILIAN DE OLIVEIRA RAUSCH, Maria Victoria Nogara, Maria Vitória Gomes, Ana Carolina Nuss