Dados do Trabalho
Título
Epidemiologia dos aneurismas cerebrais gigantes tratados por via endovascular em um serviço de neurocirurgia.
Introdução
Aneurismas intracranianos gigantes são dilatações arteriais que possuam diâmetro > 20mm e correspondem a cerca de 5% dos eventos aneurismáticos cerebrais. Por sua natureza complexa, muitas vezes a escolha do tratamento se baseia na terapia endovascular e possui um prognóstico favorável.
Método
Estudo retrospectivo observacional realizado a partir de uma base de dados conforme serviço de Neurocirurgia, no período de 2006 até 2023.
Resultados
Dos 2266 pacientes analisados desde 2006 até 2023, 174 (7,67%) foram diagnosticados como aneurismas gigantes. Entre eles, a maior parte era do sexo feminino, com 128 (73,56%) pacientes. A idade média foi de 56,40 anos e a faixa etária variou de 14 a 91 anos. Quanto às comorbidades pregressas, a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) prevaleceu e estava presente em 100 (57,47%) pacientes, seguida pela dislipidemia em 62 (35,63%), tabagismo em 54 (31,03%) e diabetes mellitus em 20 (11,49%). A topografia aneurismática mais encontrada foi nos segmentos da artéria carótida interna (ACI) em 57 (32,75%) casos, seguida pelo segmento cavernoso da artéria carótida (cv-ACI) em 41 (23,56%), pela artéria basilar (AB) em 27 (15,51%) e pela artéria comunicante posterior (ACoP) em 22 (12,64%). Quanto ao tamanho dos aneurismas, 121 (69,54%) eram menores que 30 mm, 36 (20,68%) eram igual ou maiores que 30 e menores que 40 mm e 17 (9,77%) eram igual ou maiores que 40 mm. A conformação aneurismática mais presente foi a sacular com 145 (83,33%) casos, seguida da fusiforme com 27 (15,51%). Quanto ao número, os aneurismas isolados totalizaram 128 (73,56%), enquanto 25 (14,36%) do total contaram com uma associação, 10 (5,74%) com duas associações e 10 (5,74%) eram múltiplos. Quanto ao sucesso da cirurgia endovascular, 172 (98,85%) casos foram bem- sucedidos. Quanto aos métodos terapêuticos, a utilização individual de Coils ocorreu em 108 (62,06%) casos, seguido da associação entre Stents e Coils em 38 (21,83%), e o uso isolado de Stents diversores de fluxo em 15 (8,62%). Quanto às complicações, 15 (8,62%) apresentaram vasoespasmo e 4 (2,29%) paresia.
Conclusão
Paciente mais típico: mulher na faixa etária de 56 anos, com histórico de HAS e dislipidemia, portadora de aneurisma sacular em ACI. Os resultados encontrados são compatíveis com a literatura científica.
Bibliografia
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Área
Clínica Médica
Categoria
Transversal
Instituições
Hospital Santa Isabel - Santa Catarina - Brasil, Universidade Regional de Blumenau - Santa Catarina - Brasil
Autores
JULIA KLAUMANN, ANA VICTORIA KALINOWSKI, MARIA ANTÔNIA SILVA DA CUNHA, GABRIEL FERNANDO VOLTOLINI FERREIRA, LEANDRO JOSÉ HAAS