Dados do Trabalho


Título

Drenagem biliar percutânea trans-hepática (DBPTH) e suas complicações: análise retrospectiva de 128 pacientes.

Introdução

A drenagem biliar percutânea trans-hepática (DBPTH) é um procedimento indicado para a desobstrução dos ductos biliares e executada quando a colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE) falha, a qual ocorre em 10% dos casos (GIRI et al., 2023). Um dreno é inserido por via percutânea e a via biliar intra hepática é canulada com auxílio de ultrassom e fluoroscopia (HASSAN; GADOUR, 2022). Preferencialmente, um dreno externo e interno é inserido; O primeiro permite a coleta de bile num saco coletor externo e o segundo ultrapassa a obstrução e reorienta o fluxo da bile para o duodeno. A paucidade de menções na literatura brasileira aponta disseminação restrita do procedimento e do conhecimento de suas complicações. Este estudo objetiva avaliar as complicações associadas ao uso do dreno externo na DBPTH e cuidado usual pós-procedimento.

Método

Análise retrospectiva de prontuários que descreve a prevalência de dreno externo na DBPTH, prescrição de lavagem do dreno e suas complicações. Foram incluídos pacientes com icterícia obstrutiva que foram submetidos à DBPTH entre Fevereiro 2020 e Março de 2021 num hospital terciário do Reino Unido (n=128). Foram consideradas complicações o bloqueio do dreno, sepse e necessidade de refazer a DBPTH na mesma internação.

Resultados

Foram realizados 128 procedimentos no período analisado. 78 pacientes tiveram drenos externos inseridos durante a DBPTH (60.9%) e destes, 33 pacientes foram submetidos novamente à repetição do procedimento (42.3%). 7 drenos apresentaram bloqueio (8.9%). 4 pacientes evoluíram para sepse (5.1%). Foi prescrita lavagem regular do dreno com solução salina para 49 pacientes (62.8%).

Conclusão

78 pacientes tiveram drenos externos inseridos (60.9%) e é consistente com o estudo em que foram analisados 694 pacientes e a prevalência de dreno externo foi de 484 pacientes (69,7%) (YU et al., 2018). A lavagem de dreno foi prescrita para apenas 62.8% dos pacientes, o que pode ter contribuído para uma taxa considerável de repetição do procedimento (42.3%), bloqueio do dreno (8.9%) e sepse (5.1%). A ausência de análise de infecções preexistentes nos pacientes, dos fatores de risco dos indivíduos para o desenvolvimento de complicações, da prevalência do dreno interno e da indicação para a repetição do procedimento são limitantes do estudo. Todavia, sugere-se a incorporação de rotina de lavagem de drenos para os pacientes submetidos à DBPTH.

Bibliografia

GIRI, S. et al. Endoscopic Ultrasound–guided Versus Percutaneous Transhepatic Biliary Drainage After Failed ERCP: A Systematic Review and Meta-analysis. Surgical Laparoscopy Endoscopy & Percutaneous Techniques, v. 33, n. 4, p. 411–419, 14 jun. 2023.
HASSAN, Z.; GADOUR, E. Percutaneous transhepatic cholangiography vs endoscopic ultrasound-guided biliary drainage: A systematic review. World Journal of Gastroenterology, v. 28, n. 27, p. 3514–3523, 21 jul. 2022.
YU, H. et al. Multifactorial analysis of biliary infection after percutaneous transhepatic biliary drainage treatment of malignant biliary obstruction. Journal of Cancer Research and Therapeutics, v. 14, n. 7, p. 1503, 2018.

Área

Clínica Médica

Categoria

Prevalência

Instituições

Universidade do Vale do Itajaí - Santa Catarina - Brasil, University Hospital Southampton NHS Foundation Trust - - United Kingdom

Autores

CAROLINA SOFIA DA SILVA, Giovani Dani Benvenutti