Dados do Trabalho


Título

Aspergilose Broncopulmonar Alérgica como Causa de Asma Difícil Controle

Introdução

A Asma de difícil controle (ADC) é aquela
que, a despeito de se encontrar nas etapas IV e
V do tratamento, permanece não controlada ou
que necessita desse tratamento devido à
presença concomitante de um ou mais fatores
que podem interferir no controle da doença.
Sabe-se que a asma grave é um subgrupo da
ADC, em que o paciente tem boa adesão ao
tratamento, e que, a despeito de serem
eliminados ou minimizados fatores associados
à falta de controle da doença, necessita utilizar
doses altas de medicação.Nesse contexto, é
importante considerar a associação de
Aspergilose Broncopulmonar Alérgica
(ABPA), que ocorre em aproximadamente
2,5% dos asmáticos. Ocorre uma reação de
hipersensibilidade à espécie Aspergillus sp.,
que leva à piora dos sintomas da asma
associado a tosse produtiva, possíveis febre e
anorexia.

Método

Relato de caso.

Descrição do Caso

Paciente, sexo feminino, 63 anos portadora de
ADC, DM2 e HAS. Em uso de Montelucaste
de sódio 10mg, formoterol + budesonida 600
mcg, salbutamol 100mcg, Mepolizumabe
100mg 1 vez ao mês para controle da doença.
Paciente diagnosticada com asma desde a
infância, mas relata piora após infecção com
COVID-19 há 4 anos. Nesse período relata
mais de 10 internações por asma exacerbada.
Queixa-se de dispneia aos pequenos esforços
diário.
Em consulta, foi aumentada a dose de
formoterol + budesonida para 1200 mcg,
prescrito tiotrópio 2,5mcg 2 jatos pela manhã e
Predinisona 5mg 1 vez ao dia e solicitados
exames. Após 2 meses, paciente retorna com
piora sintomática, expansibilidade torácica
reduzida, murmúrios vesiculares reduzidos e
sibilos audíveis sem estetoscópio. Exames de espirometria evidenciaram distúrbio
ventilatório obstrutivo de grau moderado e sem
resposta a broncodilatador, IgE > 2000 e IgE
Aspergillus 14,6. Foi encaminhada para pronto-socorro
para tratamento de (ABPA). Além de receitada
Prednisona 40mg 1 vez ao dia por 5 dias, em seguida
30mg por 10 dias e manutenção com 20mg, e
Itraconazol 200mg 12/12h por 4 meses. Após 1 mês,
paciente referiu melhora significativa da dispneia,
conseguindo realizar as atividades diárias.

Conclusão

Nos casos de asma de difícil controle e asma grave, é
fundamental a confirmação da boa adesão às
medicações pelo paciente, da técnica adequada do
dispositivo, do ambiente, do controle de comorbidades
como doença de vias aéreas superiores, doença do
refluxo gastroesofágico, obesidade. Além disso, é
importante considerar e descartar a possibilidade de
ABPA em associação ao quadro de Asma.

Bibliografia

MARIA DE CARVALHO-PINTO, R. et al.
Recomendações para o manejo da asma grave da
Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia.
Jornal Brasileiro de Pneumologia, v. 47, n. 10273, p.
01-24, 2021. DOI: 10.36416/1806-3756/e20210273.
Disponível em:
https://www.jornaldepneumologia.com.br/details/3594/
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SCHOETTLER, Nathan ; STREK, Mary E. Recent
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Disponível em:
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JAMESON, J. L. et.al. Medicina Interna de Harisson.
Vol.1 e 2, 20 ed. Mc Graw Hill Education; Artmed
Editora, 2020.

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade do Vale do Itajaí - Santa Catarina - Brasil

Autores

FERNANDO RODRIGUES MAGANHA, Ana Julia Saragoça Cimolin, Renata Cristina Teixeira Pinto Viana