Dados do Trabalho

Título

DINÂMICA EPIDEMIOLÓGICA DA DENGUE EM BLUMENAU NO PRIMEIRO SEMESTRE DE 2024

Introdução

A dengue, uma infecção transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, persiste como um problema de saúde pública em Santa Catarina, especialmente em Blumenau. Mesmo com campanhas de conscientização, o município tem visto aumentos nos casos diagnosticados e nas internações por complicações da doença, sublinhando a urgência de estratégias mais eficazes de prevenção e controle. 

Método

Estudo retrospectivo da prevalência de dengue em Blumenau dos meses de janeiro a junho de 2024, utilizando dados do Portal DATASUS. Foram examinadas variáveis como classificação dos casos (dengue, dengue com sinais de alarme e dengue grave), evolução (cura, óbito por dengue e por outras causas), sorotipos do vírus, sexo, e distribuição por faixa etária. 

Resultados

Nos últimos seis meses de 2024, o total de casos de dengue apresentou uma variação significativa, com 520 casos em janeiro, 4633 em fevereiro, 17.523 em março, 26.910 em abril, 10.839 em maio e 1.979 em junho. A maioria dos casos ocorreu entre adultos de 20 a 39 anos, com uma leve predominância entre mulheres (32.394 casos) em comparação aos homens (30.384 casos). Dos 58.678 casos prováveis, 25.776 foram confirmados como dengue, 254 apresentaram sinais de alarme, e 40 foram classificados como dengue grave. O sorotipo foi ignorado em grande parte dos casos (58.677), com 2.631 identificados como DEN 1 e 1.471 como DEN 2. Houve 699 hospitalizações, com 25.565 pacientes não necessitando de internação. A evolução dos casos mostrou 25.730 curas, 39 óbitos por dengue, e 15 óbitos por outras causas

Conclusão

Diante dos dados apresentados, nos primeiros seis meses de 2024, Blumenau apresentou uma variação significativa dos casos de dengue, com um surto sazonal em abril. Ademais, a maioria dos casos ocorreu em adultos jovens e de meia-idade, com uma predominância feminina. A grande quantidade de casos com sorotipo ignorado ressalta a necessidade de aprimorar a vigilância epidemiológica e a resposta clínica para melhorar a prevenção e o tratamento da dengue, visando reduzir a morbidade e evitar desfechos graves. 

Bibliografia

ANDRIOLI, D. C.; BUSATO, M. A.; LUTINSKI, J. A. Características da epidemia de dengue em Pinhalzinho, SC. 2015-2016. Epidemiologia e Serviços de Saúde, v. 29, n. 4, p. e2020057, 2020.
BRASIL. Ministério da Saúde. Dengue: Notificações registradas no Sistema de Informação de Agravos de Notificação, SC/Blumenau. Disponível em: https://datasus.saude.gov.br/tabnet. Acesso em 11 de ago de 2024
BEZERRA, J. M. T. et al.. Entry of dengue virus serotypes and their geographic distribution in Brazilian federative units: a systematic review. Revista Brasileira de Epidemiologia, v. 24, p. e210020, 2021.